07 de maio | 2023

Clariana Archiolli: agiu por fundamentalismo, ignorância, ideologia, ou má fé?

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“É inconcebível que, ao mesmo tempo que fala em democracia, invoque intervenção militar; ao mesmo tempo que grita a favor de “sua liberdade de expressão” tente colocar uma camisa de força em um órgão de comunicação”.

 

Do Conselho Editorial

O editorial de um jornal é escrito, como indicado está abaixo do título, por um conselho, pessoas que compõem um grupo de diretores e colaboradores que conversam sobre qual tema poderia ser mais pulsante, atual ou merecedor de uma discussão visando mostrar o que pensa o jornal sobre a questão.

Evidente que a edição passada discutiu a decisão judicial que arquivou demanda impetrada pela advogada e Procuradora da Fazenda, Clariana Archiolli, que foi notícia deste jornal por ter discursado em favor da intervenção militar e contra o Estado Democrático de Direito à frente do TG local.

A advogada e Procuradora se insurgiu pelo fato de ter sido notícia em razão da exposição pública de seus pensamentos, publicado e compartilhado nas páginas sociais.

Mostrou incômodo, também, com a publicação de uma foto sua retirada das redes sociais.

Constituiu a advogada Francislaine Zanata, que, como Clariana, se posiciona ao lado da ultra direita radical e que mesmo antes que o prédio que abriga o jornal e a rádio foi incendiado pelo ex bombeiro incendiário, Claudio Baia, tem desenvolvido, juntamente com seu grupo, do cognominado Gabinete do Ódio, um verdadeiro assédio judicial aos representantes deste órgão de comunicação.

Claudio Baia colocou fogo no jornal, mas não entrou com nenhum processo, apenas responde por incêndio criminoso e não por tentativa de assassinato; Por sua vez, Francislaine Zanata, Luiz Carlos Rosa Junior e outros impetraram mais de uma dúzia de ações contra os órgãos de comunicação.

Estas ações foram duramente contestadas de forma bem sucedida, todas, pelo Advogado Silvio Facetto, que tem o perfil do cidadão senso comum, trabalhador, oriundo de famílias de classe média em ascensão, respeitados e aplaudidos pelo nicho radical de ultra direita local.

Clariana Archiolli, segundo análise inicial dos membros do Conselho Editorial tem o mesmo perfil, sendo que se destaca em razão de ocupar o cargo de Procuradora da Fazenda.

Em razão do cargo, tem o hábito de emitir opiniões que trata como pareceres jurídicos nas redes sociais, se colocando como se fora uma autoridade que detém muito conhecimento no assunto e em razão do cargo que ocupa e costuma ser apoiada por fundamentalistas religiosos e radicais da política.

Em ocasião anterior ao discurso em frente ao TG, disponibilizou um parecer endossando abertura de comércio em pleno combate a Covid e teses anticientíficas além de promover um ataque contendo inverdades em relação a postura de uma advogada local.

Não é, portanto, a primeira vez que se posiciona publicamente tentando demonstrar conhecimento jurídico total sobre o que questiona e provando que apenas alimenta a realidade paralela com sofismas distantes da realidade discutida, votada, publicada e impressa nos códigos pátrios.

Poderiam suas análises, a grosso modo, pertencer ao direito consuetudinário (dos costumes) do Irã, Iraque, Afeganistão, ou nos totalitários como Coréia do Norte, China, Venezuela, Cuba ou nos nazistas como foram, Alemanha, Itália, Espanha, menos na nossa Bruzundanga, onde cabe tudo, menos a imposição do pensamento único.

Diante desta exposição, deste quadro, onde uma expressão pública do antipensamento, do combate a ciência, se vê, pela ótica constitucional e da liberdade de expressão inteligentemente preterida pelo poder do Estado de resolver conflitos sobra a pergunta sobre qual seria a motivação que conduz alguém a jogar a biografia tão bem construída no lixo.

Nos tempos atuais tem surgido, para surpresa dos grandes e médios pensadores, um número enorme de pessoas que creem em coisas absurdas, sem lógica ou fundamento e criam uma realidade que o país não vive. São puros, leigos, desinformados.

Por outro lado, um número muito grande de aproveitadores, de oportunistas, para ganhar projeção, likes, inserção, dinheiro, mesmo que saibam ser mentirosa a afirmação ou notícia divulgam para o consumo desta bolha que alimenta a divisão e o ódio na sociedade.

Analisando friamente o pouco que se sabe sobre o histórico em sociedade, o nível de escolaridade, a projeção se consegue entender que sua mentalidade esteja no século dezoito; visualizando, querendo impor matriz de pensamento ultrapassado que não cabe no terceiro milênio.

É inconcebível que, ao mesmo tempo que fala em democracia, invoque intervenção militar; ao mesmo tempo que grita a favor de “sua liberdade de expressão” tente colocar uma camisa de força em um órgão de comunicação.

Diante deste quadro anárquico de total desordem do antipensamento só resta a pergunta: ClarianaArchiolli agiu por fundamentalismo, ignorância, ideologia ou má fé?

Em tempo: Foram encaminhadas em março, pelo jornalista José Antonio Arantes, denúncias a OAB de Marília onde a advogada é inscrita e ao MPF – Ministério Público Federal, assim como serão encaminhadas a CGU e a Procuradoria para que se pronunciem sobre a possível ilicitude dos seus atos políticos em público e pelas redes.

 

 

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