06 de junho | 2016

Chuvas, e Eugênio José se afunda ou se afoga em sua incompetência?

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Do Conselho Editorial

As últimas chuvas, como as anteriores e as próximas, trouxeram mais do mesmo, uma cidade ilhada em alguns locais, comprovando a incapacidade administrativa que toma conta do município há muitos e muitos anos.

Chega a ser desolador repetir por anos e anos a enormidade de verbas gastas e o anúncio de soluções para determinadas regiões e a constatação de que a situação continua a mesma, ou em alguns casos conseguiu-se o milagre de piorar as condições dos lugares depois da conclusão das obras.

Não é preciso ir muito longe para se averiguar o que está sendo escrito, a região do São Benedito e a Avenida Aurora Forti Neves são a prova viva do quão incompetente é o poder público local para lidar com determinadas situações.

Trovejou no norte do país já é o bastante para que os comerciantes e moradores da região comecem a se preocupar com a tragédia anunciada, que se repete ao longo dos anos e que a cínica representação popular, o democraticamente eleito, faz questão de naturalizar ou simplificar nos seus demagógicos discursos.

A questão é de falta de capacidade de resolução das coisas mínimas, só isto, ou tudo isto, e quem paga é o contribuinte abandonado que ano após ano ouve discurso chocho e repetitivo que conduz a uma definição que nunca chega.

E, ao ser anunciado pelo homem do tempo a possibilidade de uma chuva mais forte, os desassistidos habitantes desta região devem, imagina-se, ter preocupações em relação ao que poderá se repetir em suas vidas.

Preparam-se para levantar móveis, pedir auxílio aos parentes, debulhar as contas dos terços, fazer novenas, promessas a todos os santos possíveis, e nos espaços vagos entre uma preocupação e outra, devem excomungar os homens públicos, dizer impropérios sobre suas incapacidades de se resolver problema de décadas onde milhares de cruzeiros foram e continuarão, ao que tudo indica, sendo enterrados a título de solução.

 Uma tragédia extremamente vergonhosa é a que se dá na Avenida Aurora Forti Neves, cujas obras foram anunciadas com muita pompa e festa por muitos políticos e de forma oportunista pelo ex secretário de turismo, como alavanca de sua candidatura, que se encontra abandonada, para não escrever parada, para além das enchentes chama agora um detalhe mais gritante da incompetência pública.

Há muitos anos o prefeito visionário Wilquem Ma­noel Neves visualizou que a Avenida que leva hoje o no­me de sua genitora, deveria ser estendida até a rodovia, traduzindo-se em mai­ores facilidades para quem chega ou sai da cidade.

Atentou naquele tempo, em razão de enchentes históricas que já traduziam em prejuízos enormes aos comerciantes e moradores ribeirinhos, que primeiramente teria de resolver esta questão, que apontava, no período, como de enorme dificuldade, em razão do baixo orçamento da cidade na época e da pouca disposição dos governos federais e estaduais em investir em governantes de cidades do porte de Olímpia.

Foi à luta e conseguiu a custas de muito esforço, contando com a generosidade do Engenheiro Kokei Uehara, que têm enorme carinho pela cidade de Olímpia, que projetou a conhecida (barragem) Represa do Recco para contenção das águas da curva, que por muitos e muitos anos impediu que enchentes na região central ocorressem com a mesma força que ocorria antes.

Vale notar, que o professor Kokey Uehara projetou a barragem sem nenhum ônus para a cidade, generosa e solidariamente, doou seu trabalho à cidade onde reside parte de sua família, e onde habitou por um período.

Vale lembrar que ao tempo da gestão de Luiz Fernando Carneiro refez o seu trabalho da mesma forma.

Da mesma maneira, vale lembrar a importância deste professor no contexto acadêmico nacional.

Kokei Ueha­ra é engenheiro hidráu­li­co nipo-brasileiro, formado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, professor doutor emérito e livre docente.

Participou dos projetos de muitas das grandes  bar­ragens hidrelétricas brasileiras construídas a partir da segunda metade do século XX, incluindo Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão, Três Irmãos, Jupiá, Ilha Solteira e Itaipu.

Estudou na Escola Politécnica entre os anos de 1949 e 1953, depois passou a ser assistente-aluno, trabalhando nos primeiros modelos reduzidos para estudo de barragens construídos no país, técnica que foi trazida para o Brasil, por Saturnino de Brito. Foi orientador do professor Lucas Nogueira Garcez (também membro de tradicional família olimpiense como Uehara), que o incentivou a progredir na carreira docente.

Kokei Uehara é autor do livro O domador de rios, que fala sobre barragens e obras fluviais.

Esta barragem, já foi escrito aqui, e nada custa que se lembre de novo, há muito tempo está em completo abandono, e os conhecedores da matéria alertam a que a falta de manutenção, e segundos alguns, falta de cumprir exatamente o que estava previsto no segundo projeto de Kokey Uehara, deixa a barragem na condição de quase inexistência ou serventia para o que foi projetado.

Crônica de uma morte anunciada, que temos visto a frequência, não é necessário ser um experto na matéria para se observar que chuvas nem tão violentas como já enfrentou a cidade são suficientes para trazer dissabores a comerciantes da parte baixa da Aurora Forti Neves, e segundo especialistas da matéria, a região do São Benedito.

De acordo com eles, não havendo a contenção que deveria haver pela barragem, nos limites calculados pelo projeto, a parte abaixo da barragem, na região do São Benedito, vai ter água do rio quase, ou na altura, que dificulte que haja escoamento da água de chuva que desce morro abaixo na direção daquela região.

Se procedem estas informações, evidente desleixo e má vontade do poder público, não patrocinando de forma urgente estudos a viabilizar a ampliação da contenção de água da barragem para evitar que nos períodos chuvosos venha ocorrer o que está a acontecer com frequência.

Se, verdadeiras forem as ponderações de quem argumenta sobre estas hipóteses, está colocada uma irresponsabilidade que traz aborrecimentos profundos do início da Aurora Forti Neves ao Thermas dos Laranjais, e prejuízos de toda monta aos comerciantes instalados na avenida.

Necessário avaliar com enorme carinho estes posicionamentos, para se saber se procedem ou não para se concluir se durante as chuvas Eugênio José se afunda ou se afoga em sua incompetência?

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