15 de outubro | 2017

CEI do celular de Salata dá início a já esperada guerra de bastidores

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Do Conselho Editorial

Os dois contendores são de muito conhecidos na cena política local; um por manter postura pública elegante e, na calada da noite, de forma silenciosa abater o adversário; o outro, pela truculência, pelos exageros e pela linguagem grosseira, muitas vezes permeada de palavrões.

Neste cenário inicia-se a nova fase do Poder Legis­lativo, de onde se pode pre­ver cenas de pugilato e denúncias as mais variadas possíveis.

Fortalecido pela situação e pelos interesses do Poder Executivo ao qual está ligado, Niquinha, no entendimento dos “experts” da política local, utilizando metáfora popular, comprou briga com cachorro grande e se não tiver garrafa para vender poderá ser atropelado pelo adversário.

Niquinha, embora seja experiente nos embates diretos, demonstra fragilidade no debate legislativo e é exatamente ai que se concentra a força de seu adversário, que no embate das questões pessoais, na briga de foice, perde para oponente.

Salata, em que pese suas inúmeras passagens contraditórias na lida com a coisa pública, ao longo de sua carreira política, foi e é alvo de muitas ações que são avaliadas na Justiça por motivos parecidos aos agora propostos por Niquinha.

É respeitado por sua habilidade e conhecimento do processo legislativo, eleito por muitas eleições ao longo dos anos, foi presidente da Câmara por duas vezes e é experiente e tido por seus pares como um dos maiores conhecedores do regimento interno e do funcionamento da Casa de Leis.

Um embate do nível deste que se inicia e que pode culminar com a cassação de seu mandato, obrigatoriamente fará com que use sua vasta experiência para dificultar ao máximo a pretensão dos que pretendem expurgá-lo do Legislativo.

A denúncia, em tempos de Lava Jato ou de Beneficência Portuguesa, chega a ser frágil, porém, deve ser apurada nos mínimos detalhes e oferecido a população o maior número de informações sobre o andamento das investigações.

A fragilidade da denúncia se dá em razão de Sala­ta ter sido presidente da Câmara e nela militar por tanto tempo, demonstrando ter conhecimento de suas regras. Daí se considerar incipiente que tenha u­ti­lizado um celular que não poderia ser seu, trazendo prejuízo ao erário. É de se imaginar, caso se confirme o possível ilícito, que quem se suja por tão pouco, haverá de se sujar por muito mais.

A grande questão, que se pondera nos círculos de discussão política é que Salata não é de deixar barato, e tem muito claro quem pode estar por trás da denúncia e por que está por trás.

Assim sendo, o cenário futuro aponta para uma guerra sem fim, com muita denúncia e muita baixaria.

Duas coisas são tidas como certa: a coragem de Niquinha ao ir para este enfrentamento e a coragem de quem está por trás, pois Salata demonstrou ao longo de sua carreira, para além do vasto conhecimento da seara política e legislativa, um notável apego a perseguição aos adversários.

O método usado agora contra ele, foi por diversas vezes por ele utilizado con­tra seus adversários, sendo extremo conhecedor desta prática e dos meandros dela.

Começada esta guerra é só esperar os próximos a­taques, com a certeza absoluta de que ninguém, nem os envolvidos nem a cidade, ganhará nada com isto.

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