13 de dezembro | 2020
Brasil perdeu o rumo e a lucidez e caminha para o precipício
“As ruas já se transformam em moradia de sem
tetos e muitos perambulam em busca de emprego
enquanto comércios e indústrias cerram portas e
a maioria acreditando no que é impossível para
países que lidaram com irresponsabilidade e
descuidadamente com a crise que os levaria
para o fundo do precipício e levará.”
Do Conselho Editorial
Não se trata de estar na direita ou na esquerda, ser a favor do terraplanismo ou contra, brigar pelo monoteísmo, politeísmo, ateísmo, criacionismo ou evolucionismo, pois todas estas ideias absurdas ou geniais se dão no campo do pensamento e por ele devem ser contestadas ou aceitas.
O que está acontecendo no Brasil atual extrapola qualquer hipótese em que pensar possa estar incluído, pelo menos para uma parcela da população que está no poder ou apoiando quem está.
A condução da crise do novo coronavírus e da economia pelo atual governo desde o início estava fadada ao insucesso, assim como a política ambiental e tantas outras.
Não porque a oposição tenha denunciado esta possibilidade ou algum guru econômico tenha previsto tal fato e sim em razão da condução nada diplomática ou demonstrativa de que se tinha conhecimento sobre o que se discutia.
O Brasil nunca viveu em tempo algum tamanho descrédito internacional em razão da total falta de preparo e diplomacia e trato na relação com outros países. Hoje, isolado e tido como um pária pelo mundo afora, aguarda a pá de cal que será a posse do futuro presidente americano.
No plano ambiental o descrédito é gigantesco e a visão de subalternidade à nação americana latente e esses fatores trarão reflexos em breve à já combalida economia brasileira.
A relação com a China é outro detalhe que tudo indica se somará aos problemas que o radicalismo tosco e inapropriado dos ocupantes do planalto trará ao agronegócio, possivelmente na hora mais complexa porque passará o mercado mundial brevemente.
As previsões são alarmantes e dão conta que o mundo viverá uma crise muito maior que a Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão que foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920.
As razões são outras, as motivações também e se ampliam a medida que a segunda onda do Covid 19 continua exterminando pelo mundo todo e reduzindo drasticamente a produção, o emprego e o consumo.
Países que não souberam lidar com a doença ou negaram seus efeitos sofreram muito mais os efeitos devastadores da passagem da primeira e se não mudaram o rumo de suas intervenções, como é o caso do Brasil, serão duramente atingidos em sua economia e levarão um tempo maior pra se recuperarem.
O “negacionismo” do governo brasileiro aliado ao apoio de parcela significativa da população que se nega a respeitar os protocolos da OMS para a doença, estimulados pelo poder central, acena para o abismo que a segunda onda anuncia.
É muito erro para um único governante que nega todas a evidências científicas e se baseia em “achismos” que são acompanhados por ingênuos mal instruídos que caminham para a morte seduzidos pela irresponsabilidade criminosa de um governante que em qualquer país civilizado, por todos os absurdos que fez ou falou, estaria na cadeia e não no cargo de primeiro mandatário da nação.
Os escândalos e notícias de corrupção envolvendo a si e sua família, o desmonte da máquina pública, o aparelhamento do Estado, o crescimento das milícias, o aumento da violência policial e a consequente judicialização dos absurdos impostos pela inconstitucionalidade de atos e decretos do poder central remetem o país a uma insignificante republiqueta de bananas comandada por um bárbaro sem noção de coisa alguma.
Nada disto, no entanto, demove parte de seus seguidores que seguem idolatrando a ignorância e preterindo o conhecimento enquanto o país se afunda e cada ida ao supermercado indica que a hiperinflação envolve a sociedade em seus tentáculos.
As ruas já se transformam em moradia de sem tetos e muitos perambulam em busca de emprego enquanto comércios e indústrias cerram portas e a maioria acreditando no que é impossível para países que lidaram com irresponsabilidade e descuidadamente com a crise que os levaria para o fundo do precipício e levará.
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