22 de novembro | 2020

Boa sorte aos eleitos

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“Que o prefeito reeleito volte seu olhar e
atenção aos bairros que foram esquecidos
no seu primeiro mandato”.

Do Conselho Editorial

Embora tenha sido uma eleição atípica onde os candidatos não puderam in­te­ragir com as pessoas como era comum nas eleições passadas, no frigir dos ovos­, o resultado surpreendeu por vários motivos.

A princípio, o candidato que seguiu as pistas de Bol­sonaro e deixou correr frou­xo o ataque aos adversários, com um “Gabinete do Ódio” atuando como ponta de ataque aos adversários, obteve votação expressiva, porém, muito aquém do que as pesquisas que seu grupo apontava.

Segundo pesquisa divulgada pelo SBT e muito contestada por Olmos e pelo Gabinete do Ódio, no primeiro cenário o atual prefeito, Fernando Cunha, a época, foi o mais citado co­mo possibilidade de vo­to para prefeito, com 45,8%. Em seguida aparecia Flávio Olmos (22,5%), Gustavo Pimenta (10,6%) e Niquinha (3,1%).

As urnas apontaram Fer­nando Augusto Cunha com 59,33% dos votos válidos, um total de 16.460 votos. Flávio Augusto Olmos em segundo, com 34,  10%, 9.461 votos; seguido por Luiz Gustavo Pimenta (PSDB), 5,39%, 1.496 votos; e Willian Antonio Zanolli (PT), 1,17%, 324.

Infere-se daí que, embora a reação dos seguidores de Flávio fosse de colocar dúvida e tentar o terror sobre os resultados da pesquisa, a mesma demonstrou estar sendo realista considerando o cenário analisado.

Em contrapartida, a pesquisa que colocava Olmos em primeiro lugar e que está sendo investigada por fraude, fornece, diante do que as urnas revelou, combustível para que as investigações se apro­fun­dem por ver ampliadas as suspeições.

A ausência de Olmos no debate, embora seu grupo negue, pode ter dado contribuição negativa à sua cam­panha principalmente na classe média que o via e vê como despreparado, pelo menos por enquanto, para cargo de tamanha envergadura.

No contexto geral, o “Gabinete do Ódio” amedrontou muita gente que observou nos seus ataques a todos e a tudo que con­tes­tas­se seu escolhido co­mo a possibilidade da ins­tala­ção de um governo de perseguição aos adversários e aos que não comungassem com seus ideais.

Não significa que a prática da perseguição politica seja monopólio deste grupo, visto que é prática condenável mais comum em cidades corone­listas e conservadoras, o que pode ter assustado foi a revelação pública através das redes dos métodos perse­cu­tó­rios.

Passada as eleições, removidos os entulhos autoritários, discutida a exaus­tão os erros e acertos de ca­da um, em plena ressaca da derrota ou na euforia da vitória começa a se desenhar o quadro futuro da política local.

Para alguns, há nomes que irão compor o Poder Legislativo que, pela prática de vida, omissão, alhea­mento, apego ao poder e a cargos, desde muito em nada mudará o quadro de ausência legislativa, pode no máximo diminuir o número de baixarias, coisa que só o tempo poderá mostrar.

Outros afirmam que a presença de três mulheres representa um avanço enorme na politica discri­mi­natória e precon­cei­tuo­sa instalada no município desde sempre.

A presença de uma mulher e negra na condição de vereadora amplia esta percepção e sendo esta futura vereadora advogada se conclui que pautas de redução das desigualdades sociais, combate ao racismo e ao preconceito, proteção à vida das mulheres, combate ao machismo, sexismo, inclusão social, presume-se serão pautas do futuro no Legislativo.

De outra feita, três vereadores se reelegeram com históricos de aproximação total com o Poder Executivo, famoso chapas brancas, possivelmente continuarão sendo.

A maioria eleita pelo atual prefeito mostra um cenário de possível tran­quili­da­de na aprovação de projetos executivos.

Dos eleitos, embora haja três no bloco de oposição, apenas uma futura verea­do­ra tem histórico de combativa e aguerrida e que talvez possa vir a ser oposição ao futuro mandato do prefeito eleito, como talvez, não é certeza de nada, é esperar pra ver.

Na somatória, em que pese a disputa ter transcorrido em clima de guerra, o resultado final não parece, a princípio, ter sido fora da previsão de uma cidade com tradição de reeleição do mandatário e os escolhidos ao Legislativo também obedecem fielmente a característica de escolha de um povo conservador que muda para, na maioria das vezes, não mudar nada.

Que tenham os vereadores eleitos consciência da árdua e responsável tarefa que é cuidar dos destinos dos habitantes desta cidade.

Que o prefeito reeleito volte seu olhar e atenção aos bairros que foram esquecidos no seu primeiro mandato e equa­cio­ne questões motivo de crítica permanente ao longo de quatro anos, este o desejo da população que o reconduz ao cargo.


 

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