26 de janeiro | 2020
Beto Putini se junta a Hilário em mais uma negociata do governo Cunha?
“Beto Putinni, o mais feroz adversário de Cunha na campanha, sendo vitrine, não terá como fugir desta quase obrigação de reconsiderar tudo que falou e ponderar o avesso do que afirmou. Em suma, terá de falar a inverdade de forma contrária. Haja cinismo”.
Do Conselho Editorial
Quem acompanhou a campanha eleitoral passada sabe muito bem que Beto Puttini e Hilário Ruiz eram os adversários de Fernando Cunha que pleiteavam sentar na cadeira que hoje ele ocupa.
Do outro lado, no outro extremo da campanha difamatória que Cunha foi alvo naquela eleição estava Neto Naim.
Rolaram denúncias e baixarias de toda ordem dando indicativas que se sobrasse fio de bigode e vergonha na cara, tanto Hilário Ruiz quanto Beto Puttini jamais se sentariam na mesma mesa que Fernando Cunha.
A classe política é desacreditada exatamente por não dispor de reservas morais ou princípios e, em sua maioria, ter o descaramento e o cinismo de servir de capacho aos que aconselhavam que a população não dedicasse o voto em razão da promiscuidade com que poderia tratar o dinheiro público.
Foi exatamente isto que as campanhas de Hilário e Beto tentavam traduzir para o eleitorado sendo que a campanha de Hilário através de seus bate paus focava principalmente no fato irreal e nada verdadeiro que Cunha não era olimpiense e Beto nas possíveis mazelas jurídicas que envolviam Cunha e seu vice.
Hoje, pela nomeação de Beto e pelo comando de Hilário na Secretária da Saúde, entende-se que, ou estavam mentindo para a população ou para si, já que a condenação aos então atos considerados impróprios hipoteticamente cometidos pelo então adversário pode ser relativizado com um emprego ou entrega de fatia de poder.
Já a Neto Naim, que conduziu uma campanha baseada em princípios, resta roer a unha e observar à distância que o universo da política privilegia a desonra, a falta de caráter, a falta de palavra, a mentira e o descompromisso com a coisa pública.
É por demais constrangedor, depois de uma campanha onde tantos defeitos do atual mandatário foram evidenciados, onde ações judiciais foram divulgadas e discutidas como vergonhosas, ver que os dois candidatos que promoveram tanto desgaste ao atual prefeito e seu vice estejam do seu lado como se tudo que falaram na campanha fossem deslavadas mentiras visando ludibriar o povo.
Não dá para fingir que o passado não existe e que o futuro não poderá ser muito mais vergonhoso pra esta gente que o presente.
Presume-se que, besuntados de óleo de peroba, estas figuras se farão presentes na próxima eleição tentando desdizer tudo que falaram de Cunha e querendo demonstrar que sua atuação como prefeito foi algo de notável como se não cansassem de faltar com a verdade.
Não há, pelo menos que se conheça, declaração neste sentido de Hilário, que trabalha nos bastidores, o simples endosso e a atuação dele no caos que se transformou a política pública de saúde e isto já demonstra sua falta de noção de realidade e moral.
Beto Putinni, o mais feroz adversário de Cunha na campanha, sendo vitrine, não terá como fugir desta quase obrigação de reconsiderar tudo que falou e ponderar o avesso do que afirmou. Em suma, terá de falar a inverdade de forma contrária. Haja cinismo.
No fundo, ao que parece, aquela foi a eleição entre duas candidaturas: Fernando Cunha x Neto Naim. Os outros, como provou o tempo e a falta de sinceridade, eram Cunhas, eram farinhas do mesmo saco.
E o que pode ser pior: a prefeitura, ao abrigar os dois, mostra-se, que nada mais é que um balcão de negócios.
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