20 de outubro | 2024

As palavras do prefeito e o reflexo de uma administração excludente

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José Antônio Arantes, editor do jornal Folha da Região de Olímpia

As recentes declarações do prefeito Fernando Cunha, afirmando que é “o único criativo” e “o único que pensa e enxerga longe” em Olímpia, provocaram uma verdadeira tempestade de opiniões e reflexões. Não podemos ignorar o peso dessas palavras, nem o que elas podem revelar sobre a forma como Cunha vê a si mesmo e sua administração.

Mais do que um simples discurso arrogante, essas falas podem ser um sintoma de algo mais profundo, algo que poderia ajudar a explicar sua gestão nos últimos oito anos, marcada pelo abandono da maioria da população e pela priorização de interesses dos mais favorecidos.

SUPERIORIDADE E ISOLAMENTO

Ao afirmar que “infelizmente, a gente não tem quadros preparados” e que só ele tem capacidade de enxergar o futuro da cidade, Cunha revela uma postura de superioridade e isolamento. Essa atitude é preocupante e nos leva a questionar: estaria o prefeito sofrendo de algum transtorno de personalidade que distorce sua visão de mundo e suas relações com os cidadãos de Olímpia?

A ciência já nos forneceu algumas pistas, e o comportamento de Fernando Cunha se assemelha a características de um transtorno narcisista, onde o líder centraliza o poder, despreza as opiniões alheias e age como se fosse insubstituível.

TRANSTORNO NARCISISTA E A FALTA DE EMPATIA

Esse transtorno, amplamente descrito na psicologia e psiquiatria, é caracterizado por uma visão grandiosa de si mesmo, a necessidade constante de admiração e a falta de empatia pelos outros.

Quando observamos a gestão de Cunha, é difícil não fazer essa ligação. Nos últimos oito anos sua administração esteve focada quase exclusivamente em obras e projetos que favorecem as elites e os mais ricos, como grandes empreendimentos turísticos e infraestrutura de luxo, enquanto bairros mais afastados e a população menos favorecida foram deixados à própria sorte.

FALTA DE EMPATIA SERIA A CHAVE DO ABANDONO

Seria essa falta de empatia a chave para entendermos porque a gestão de Fernando Cunha negligenciou a maioria da população? O transtorno narcisista, como sugerido por pesquisas com Inteligência Artificial, pode explicar a razão de ele ser incapaz de enxergar as necessidades básicas da população mais carente, como saúde pública de qualidade, educação e infraestrutura nas periferias.

Ao colocar-se acima dos outros, ele parece não ser capaz de compreender ou se importar com os desafios diários enfrentados pela grande maioria dos olimpianos.

UMA ADMINISTRAÇÃO VOLTADA AOS RICOS

Nosso dever, enquanto veículo de comunicação, é questionar esse tipo de postura e alertar a população para as consequências de uma administração que, ao longo de dois mandatos, privilegiou os ricos e poderosos, enquanto os mais necessitados foram relegados ao esquecimento.

Olímpia é uma cidade em crescimento, mas esse desenvolvimento não pode ser visto apenas através de grandes obras e empreendimentos que beneficiam poucos. O crescimento verdadeiro de uma cidade se mede pela qualidade de vida de todos os seus habitantes.

FALTOU INTEGRAR PELO MENOS 50 MIL HABITANTES

Cunha, em sua visão distorcida, pode até acreditar que foi o único responsável pelo que considera progresso, mas a realidade é que sua administração falhou em integrar toda a população.

Não basta construir grandes avenidas ou ampliar o setor turístico se a maior parte dos cidadãos não tem acesso a serviços públicos essenciais e de qualidade. Saúde pública, educação básica e zeladoria em bairros afastados: esses são os pilares de uma gestão justa e inclusiva, e, infelizmente, foram deixados de lado.

INCLUSÃO E NECESSIDADES DA POPULAÇÃO CARENTES

Mais do que nunca, Olímpia precisa de um gestor que entenda que a cidade é composta por todos, não apenas por aqueles que têm poder econômico. Precisamos de uma administração que enxergue as necessidades de quem está nos bairros mais distantes, que enfrente a precariedade em que vive parte significativa da população e que trabalhe para reduzir as desigualdades. Não podemos continuar com um modelo de gestão que privilegia poucos e deixa a maioria no abandono.

Se o prefeito Fernando Cunha realmente acredita que é o único capaz de administrar Olímpia, isso é um indicativo claro de que sua visão está comprometida, seja pelo isolamento, seja por um possível transtorno que o impede de reconhecer o papel de sua equipe e as necessidades da população.

E isso é preocupante. Um líder isolado, que não confia em ninguém e acredita ser superior a todos, dificilmente conseguirá promover uma gestão inclusiva e eficiente.

O ABANDONO DA MAIORIA POR OITO ANOS

Ao longo dos anos, acompanhamos de perto a evolução de Olímpia. Vimos o turismo crescer, novas obras serem concluídas, mas também testemunhamos a desigualdade aumentar.

Enquanto alguns prosperaram, outros continuaram a lutar por serviços básicos.

A pergunta que fica é: para quem Cunha governou nesses últimos oito anos? Os números mostram que a maioria da população ficou para trás, e as suas próprias palavras revelam o motivo — ele simplesmente não se importa com os mais necessitados.

MILHARES DE INVISÍVEIS AOS OLHOS DO AUTORITARISMO

Portanto, é nosso papel, enquanto sociedade, questionar e exigir um novo rumo para nossa cidade. Não podemos mais permitir que a liderança seja exercida de forma excludente e descolada da realidade da maioria.

Olímpia precisa de inclusão, precisa de gestores que estejam atentos às verdadeiras necessidades da população e que entendam que a cidade só se desenvolve de verdade quando todos progridem juntos.

A HORA DE MUDAR É AGORA

Fernando Cunha pode até acreditar que é o único capaz, mas os fatos mostram outra realidade. Está na hora de mudar. Está na hora de uma gestão que seja para todos.

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