19 de janeiro | 2014

Ama Baguaçú, Olímpia da depressão

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Do Conselho Editorial

Nas páginas de relacionamento na internet existem dois grupos que se destacam pela ironia e pelo bom humor com que discutem o abandono em que se encontra o município de Olímpia, a Ama Baguaçu e a Olímpia da depressão.

Interessante notar que suas postagens, mesmo as em tom satírico, conseguem traduzir o incômodo que tem sido o dia a dia do olimpiense.

E conseguem também tirar o sossego e a acomodação dos que tomaram assento no poder e nada fazem para mudar a realidade que a cada dia mostra mais uma cidade abandonada do que um pólo turístico em expansão.

Na página Ama Baguaçu, para dar mostra do quanto seus “posts” têm tirado a calma dos poderosos de plantão, há a denúncia de ameaça velada de que os responsáveis pela página e os que compartilham com ela a ideia de que Baguaçu está no abandono total, não serão beneficiados no sorteio de casas populares.

Não revelam quem fez a ameaça, e nem se pode afirmar que tenha sido o detentor do poder, visto que pode ter vindo de alguma boca de aluguel, de algum penduricalho, enfim de alguém que recebe por fora para estar a defender o indefensável, ou mesmo de algum defensor qualquer.

Esta revelação dá uma pequena mostra do desespero que a mídia alternativa, no caso as redes sociais, tem causado nos políticos, visto o desgaste que provocam em suas possíveis candidaturas.

Outro “post” vindo de Baguaçu dá conta de um carro cuja placa demonstra que o mesmo é táxi estacionado na garagem de alguém vinculado a político do distrito e questiona se aquele veículo faz corridas particulares, visto que esta seria sua destinação.

Outras mostram ruas do distrito abandonado, falta de lixeiras nas ruas, atendimento médico, ausência de efetivo policial, ratos invadindo residências por conta da sujeira e do mato que dominam o distrito, além outras mazelas.   

Na página Olímpia da depressão que explora mais o humor, as denúncias seguem o mesmo trajeto e demonstram que o que está ocorrendo na cidade também está sendo vivenciado pelos distritos de Baguaçu e de Ribeiro dos Santos.

Tirante o medo que as pessoas têm do império de plantão, as ameaças que inibem maior participação, os interesses particulares que calam muitos dos que gostariam de se manifestar, o emprego público, relações de amizade, vínculos com a prefeitura, mesmo assim, o debate às vezes se torna acalorado e mostra claramente o descontentamento com os rumos que a administração tomou neste início de segundo mandato.

No primeiro, não se discutia abandono, muito pelo contrário, se discutia obras e progresso, mudanças, placas de obras, limpeza, tudo sem rumo ou objetividade, mas se discutia e se notava a presença do poder público atuando como barata tonta em baile.

Agora nem isto, a reeleição que tem sido alvo de muitas críticas pode ter contribuído para que este quadro esteja se dando, visto que em outras cidades que prefeitos foram reeleitos a situação parece ser tão catastrófica quanto a de Olímpia.

São José do Rio Preto só para dar um exemplo, está cortando verbas de serviços essenciais por conta do caixa baixo, da falta de recursos financeiros.

Olímpia, embora o prefeito local não venha a público para explicar de forma transparente o que verdadeiramente está ocorrendo, e talvez nunca virá, é mais do que visível que no período eleitoral foram gastos fortunas para atender a demanda da população e agora a paradeira é total.

No período eleitoral se um ouvinte ligasse no rádio, ou escrevesse para o jornal, ou solicitasse a presença da televisão para reclamar de algum serviço mal prestado pela prefeitura, na hora, o poder público tratava de resolver aquela demanda.

E tinha até assessor pago pela prefeitura com programa em rádio local para ajudar a criar e também desancar os que não acreditavam no mundo virtual que foi criado durante o primeiro governo. Tudo era maravilhoso tudo era genial.

Passada as eleições, a cidade e os distritos que estavam em condições habitáveis passaram a ver deterioradas as condições de higiene e segurança da periferia, os serviços prestados na saúde, as ruas foram ficando esburacadas, o mato crescente e a ausência da administração cada vez mais deprimente.

Chegou-se a este fundo de poço em que se encontra a cidade, e desta inanição do governo Eugênio nasceram estas páginas Olímpia da depressão e Ama Baguaçu e, em sendo ano político, a possibilidade da criação de outras visando pressionar para que as coisas voltem para o leito da eficiência, da ordem e do progresso, não pode ser descartada.

E a menos que o homem público dê uma meia volta volver na sua acomodação pós eleitoral, a cidade o os distritos através dos seus cidadãos terão muito que reclamar pela mídia e pelas redes sociais através de páginas como a Ama Baguaçu sobre o caos que impera neste momento na Olímpia da depressão.

 

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