28 de junho | 2020

A luta inglória em favor dos moinhos … quer dizer, em favor dos cabeças de vento

Compartilhe:

“O pior nível que uma sociedade
pode chegar é quando seus postos
chaves na estrutura de comando
passam a aceitar o risco de
provocar a morte de muitos,
apenas para alimentar
seus luxos e prazeres”.
Mestre Baba Zen Aranes.

 

NÃO HÁ COMO …

… contestar que entramos numa fase das mais difíceis da pandemia. Grande parte da população, composta em sua maioria por profissionais liberais e empresários, parece realmente acreditar que a economia é mais importante do que o vírus que está correndo aos quatro cantos e, com os mecanismos de fiscalização não funcionando, promove uma verdadeira insubordinação civil.

E O QUE É PIOR …

… colocando em risco justamente a vida daqueles que acreditam e podem estar inferiorizados diante da situação.
 

COMO UM (A) EMPRESÁRIO (A) …

… expressou esta semana em um grupo de WhatsApp: “andei pelas ruas do centro e encontrei a maioria usando máscaras (eu não), então a situação está controlada e tá tudo normal para podermos funcionar normalmente. Claro, eu me alimento bem, estou com meu sistema imunológico forte e meus níveis de vitamina D elevados. O governo deveria incentivar a população a comer verduras e legumes e alimentos que fortaleçam o imunológico, pois esta gripezinha só atinge quem não está bem”.

GENTE, …

… fiquei estarrecido em saber que existem pessoas com este nível de pensamento em nossa cidade. E o que é pior, entre empresários, que ou são muito “espertos” ou tiveram direito e acesso à possibilidade de se adquirir conhecimento.

TRISTE …

… foi saber que a reação dentro do grupo foi de aprovação, indicando que muitos dos seus membros (claro, sem generalizar) são verdadeiros nazistas e acreditam pertencer a uma classe de raça mais forte e que está imune ao ataque deste inimigo mortal.

MAS MAIS DESESPERADOR …

… ainda é saber que este sujeito ou sujeita, nada vai fazer para ajudar a conter o avanço da doença que agora está definitivamente tomando conta do interior. E que, para estes seres superiores, não importa quan­tos morram ou quem vai pagar a conta pelos seus atos insanos, desde que possam encher os bolsos.

NÃO PERCEBEM …

… estes seres que devem ter sido gerados no inferno, que, ao não se preocuparem com a saúde do próximo, estarão matando a galinha dos ovos de ouro (os consumidores), a quem eles usam para poder encher os seus bolsos de grana, que poderá ficar manchada pelas cores da morte dos seus semelhantes (se não ocorrer com eles mesmos ou seus entes mais próximos).

FOI UMA SEMANA …

… para se esquecer, tamanhos os atos demons­tra­dores da imbecilidade que grassa em nossa sociedade. Teve até entidade filantrópica realizando “festa” com direito a entrar pelos fundos para ninguém ver.

ISSO TUDO …

… com o beneplácito de quem deveria vigiar para que não ocorresse.

DIANTE DA …

… incredulidade de muitos que lideram vários seguimentos da sociedade e seus atos de vandalismo sanitário, claro, a juventude também se achou no direito de voltar à vida “normal” das verdadeiras orgias, até de festas chamadas “raves” que duram por vários dias.

CHÁCARAS …

… e sítios passaram a ser alugados para tais eventos. E, descaradamente, grupos de Whats sendo formados para a organização de tais promoções.

PASSAMOS A VIVER …

… dias de verdadeira Sodoma e Gomorra pandêmica.

TUDO ISSO …

… ao arrepio de qualquer raciocínio lógico, pois sem o controle da doença a própria economia vai ser dilacerada, pois a maioria das teses a respeito leva à conclusão que, sem controle, deverá levar vários anos para se recompor. Um verdadeiro tiro no pé dos afoitos e gananciosos.

E NESSE ESPAÇO …

… e também pelo programa “Cidade em Destaque”, pelo Youtube, Facebook e rádio Cidade, este colunista vem repisando há muito tempo que a ciência já comprovou que não existe outra forma de controle que não seja pelo distanciamento, pela higiene e pelo uso de máscara e, dependendo do nível de infestação, o isolamento.

SÓ PRA REPISAR …

… mais um pouco, se houvesse distanciamento, higiene e agora o uso das máscaras, não necessitaria nem de isolamento. Mas, seja honesto. Isto está acontecendo? Aliás, nem nos países mais evoluídos em termos de educação como Suécia e Japão. Então, a quarentena, o isolamento, visa evitar o cenário em que o vírus é soberano: a aglomeração. E o que é o distanciamento social. É a diretiva que diz que as pessoas têm que se manter longe pelo menos 1,5 metros umas das outras para evitar o contágio, pois o vírus entra e sai pelas vias aéreas e isso é verdade para a maioria dos cientistas.

COMO …

… as pessoas vão fazer esse distanciamento se não tiverem consciência de que ele é necessário? E, uma vez contagiado, vão sofrer realmente, a grande maioria das pessoas que tem problemas de saúde, principalmente relacionadas ao coração, à obesidade e às más condições de vida (os mais pobres). Mas isso não quer dizer que não estejam morrendo pessoas de outras faixas. O vírus é democrático, ataca e pode matar em qualquer grau, mas, claro, em menor quantidade na faixa dos bem nutridos.

AQUI, NÃO SE ESTÁ …

… fazendo campanha contra empresários e comerciantes, nem contra o trabalho. O que se está fazendo é um alerta para a preservação da vida e da própria economia, pois uma não vive sem a outra. E, claro, qualquer pessoa que coloque apenas o umbigo como prioridade, e aí se inclui um grupinho de empresários que quer apenas encher o bolso de dinheiro e não estão nem aí com a vida das pessoas, se está fazendo um verdadeiro atentado à população de modo geral, o consumidor, aliás, ato passível, ao ser externado, até de prisão.

ESTES SERES …

… malévolos, desprovidos de empatia, de amor ao próximo, e impregnados de ódio, precisam ser tratados em hospitais psiquiátricos.

MAS, A GRANDE …

… pergunta que se instalou esta semana, foi a de ser ou não justa a ida de Olímpia, direto, da fase amarela, quando foi aberta a porteira e a boiada saiu em disparada, sentindo que tudo estava normal, quando, na verdade estava era próximo do alastramento maior, para a fase vermelha que, teoricamente fecha-se tudo para conter o vírus e não foi o que aconteceu aqui.

CLARO, QUE …

… ao se analisar os dados da cidade em relação aos de outras pertencentes à Divisão Regional de Saúde V (Barretos) da qual faz parte Olímpia, sem sombra de dúvidas, o nosso município está melhor que a maioria esmagadora dos outros membros da regional.

NO ENTANTO, …

… também não dá para fechar os olhos diante da realidade que vem sendo alertada pelo próprio governo estadual, de que o vírus está se alastrando pelo interior e que os índices também cresceram na cidade, principalmente depois que esta passou para a fase amarela e libertou a boiada no dia primeiro de junho.

ISSO TUDO …

… se dá por três fatores, uns mais importantes do que os outros.

O PRIMEIRO DELES …

… é a síndrome do confinamento. A população não aguentava mais ficar confinada após 3 meses de quarentena.

O SEGUNDO …

… é o medo de que a economia venha a ser tão impactante que torne a situação de derrocada irreversível.

NESTE PONTO …

… não tem como fechar os olhos para um fato que as pessoas acabam por não perceber. O grande estrago no município se deu em razão da paralisação total do turismo que bem ou mal, garantia milhares de postos de trabalho. E mesmo toda a engrenagem da indústria e do campo, num circulo vicioso, só voltarão a engrenar se tiverem todos os pontos funcionando. E se a contaminação se alastrar, além de mortos, já está sendo computado o grande número de pessoas que ficam incapacitadas em razão dos efeitos cola­te­rais do vírus, mesmo após este ter sido eliminado.

TRADUZINDO, …

… não adianta ter comércio, indústria ou serviço, se não tiver mercado para consumir.

E O TERCEIRO PONTO, …

… a falta de fiscalização tanto do município quanto da polícia.

MAIS UMA VEZ …

… entra em campo a teoria do equilíbrio.

NEM TÃO LÁ, …

… nem tão cá. O prefeito Fernando Cunha acabou cometendo dois erros crassos e que contribuíram em grande parte para se chegar a este estado de descontrole total e de perigo de Olímpia viver o caos pandêmico nos próximos dias.

O PRIMEIRO, …

… foi evoluir, atendendo o plano de flexibilização de Dória, para a faixa amarela, para atender a ganância de alguns setores que queriam a abertura total sem qualquer regra de controle do alastramento do vírus.

DO DIA PRIMEIRO …

… de junho pra cá, ficou patente o grau de imbecilidade de muitos destes empresários, com bares, lanchonetes e restaurantes lotados sem que as pessoas tomassem o mínimo de cuidado. Festas e mais festas com todo mundo sem máscara, fungando no cangote um do outro.

A OUTRA FALHA …

… que talvez seja a mais grave para chegar ao ponto atual de descontrole da boiada, foi a fiscalização pífia. A cidade viu supermercados, comércio, bancos, bares e restaurantes não cumprindo as regras impostas pelo próprio prefeito, sem que este aplicasse as multas e cancelasse as licenças de funcionamento dos estabelecimentos infratores.

ORA, …

… depois do estouro da boiada, só o laço e a chibata para que esta volte ao pasto certo e, ao depois, para o curral.

SEM PUNIÇÃO, …

… e sem medidas claras, o que se está vendo é o descontrole total da situação que poderá jogar fora todo o esforço e as medidas corretas que o prefeito tomou até aqui.

E O VÍRUS …

… não perdoa falhas. O cenário de aglomerações via descumprimento das regras, é propício para que ele se alastre e provoque estragos que a gente não pode nem imaginar.

José Salamargo … torcendo para que o estrago não tenha sido grande e para que a coerência e o bom senso voltem a imperar nesta terra que faz “juninão” escondido com mais de uma centena de “negacionistas” entrando pelos fundos para que ninguém veja que estão, ao invés de praticar a solidariedade, colaborando para a evolução da morte dos outros, mas que pode atingir os seus.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas