07 de abril | 2013
A luta em prol da liberdade
Do Conselho Editorial
Ninguém e nenhuma instituição faz mais que sua obrigação quando defende intransigentemente o direito sagrado que as pessoas têm de manifestar seu pensamento, por pior que eles possam parecer.
Os que divergem disto, obviamente pretendem impor a sociedade um pensamento de mão única, e se esforçam ao máximo para que suas opiniões não sejam contestadas, pois é através da contestação que se pode chegar à conclusão da proporção do pensamento retrógrado que pretendem impor.
A grande vantagem de dar espaços generosos a respostas das perguntas que a sociedade propõe passa exatamente por transformar a visão imposta pelas minorias de forma truculenta de ditatorial através dos tempos nos países onde a repressão ao pensamento foi imposta pelo Estado.
No Brasil, que começa a se discutir de forma mais ampla, tudo indica e há sinais evidentes de que a nova geração impulsionada pelas ferramentas colocadas a disposição da sociedade começam a mobilizar o pensamento na direção de propostas mais avançadas para a sociedade.
Desde o final da ditadura militar e instalação de governos escolhidos livremente pelo voto que vem crescendo no país movimentos sociais diversos que defendem direitos das mais diferentes categorias que, eram ocultadas, ou não ouvidas, no período cinza do país de fardas.
Estas mobilizações, que contam a seu favor com as redes sociais para se ampliarem, forçaram setores da mídia ligados ao conservadorismo a maquiarem suas formas toscas de interpretação da realidade, trabalhando de forma mais oculta com a alienação e abrindo espaços para a contradição.
Por estas e múltiplas outras ações ganharam força e rua manifestações muito diferenciadas das que fizeram o cenário efervescente dos anos sessenta e outras demonstram que vão sair do armário das reivindicações a direita, o centro e a esquerda trazendo propostas avançadas e ultrapassadas para discussão coletiva.
Isto, mesmo que alguns não desejem, será fenomenal, pois permitirá que enfim o país passe a ter no futuro a face de uma nação que privilegia anseios da maioria e contemple necessidades de minoria impondo regras e normas de convivência que pacifique a sociedade ainda tão carregada de práticas preconceituosas inconcebíveis e visões de liberdade tão distorcidas.
Terá, como sempre teve, um papel importante nestas mudanças que se observa no país a imprensa como um todo, mesmo a parte que se omitiu vergonhosamente, e se vergou às botas dos ditadores, ao que tudo indica, terá que se alinhar aos desejos de maioria, e abrirá espaços, como tem aberto para a diversidade de pensamento se manifestar.
E através desta manifestação do livre pensar virá o convencimento, como tem ocorrido em alguns casos que foram intensamente discutidos pela sociedade e tiveram definições que se ainda não estão completos, iniciam a caminhada neste sentido, exemplo claro disto é a Lei da Ficha Limpa, Lei Maria da Penha.
Há muitos outros exemplos e outros e outros virão, e a imprensa que esteve presente estará, com certeza, estimulando a que as partes tenham espaço para convencimento de suas teses favoráveis ou contrárias ao que for colocado para discussão, diferentemente dos anos de chumbo em que algumas questões eram tidas como tabu e não podiam ser mencionadas.
É outro tempo, outra aurora, e esta Folha que, ao longo de sua existência, mesmo nos períodos mais difíceis, na época dos cala bocas e dos calabouços, no inicio de sua caminhada, sempre privilegiou a palavra liberta e o pensamento mutante e suas múltiplas possibilidades, saúda com suas 33 primaveras esta luz no fim do túnel que ilumina e sinaliza para o que era desejo, e que foi concretizado por este jornal: a vontade de ser um canal de comunicação propositiva entre o cidadão que visualiza a possibilidade de mudança e a necessidade de mudar para não perder o bonde da história.
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