26 de novembro | 2017

A Câmara e suas eternas e vazias picuinhas

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Do Conselho Editorial

Na Câmara Municipal de Olímpia o vazio instalado nos últimos anos tem sido tão grande que, por mais que se esforce um ou outro membro do Legislativo, o que vira notícia por lá tem sempre mais sabor de intriga e fofoca que de seriedade.

Incrível como a representação legislativa chegou quase ao rés do chão se reduzindo a questões menores que sequer deveriam constar da agenda de quem se pretende autoridade.

E por mais esforço que façam alguns, o reducionismo do discurso que deveria focar na criação de leis que estimulassem o crescimento do município, por exemplo, e ou a fiscalização dos atos do Executivo, a insistência para se voltar à mediocridade parece maior e volta para o centro do debate.

Imputar seriedade a maioria ali seria brincadeira de mau gosto, sem liderança, discussões atraentes vai se tornando lugar comum, mais do mesmo, repetição do que houve de pior em termos de legislativo.

Quando não se está preocupado por ali em distribuir comendas e títulos, o esforço parece se concentrar na disputa ridícula da busca de se afirmar através de ações risíveis se consideradas as funções reais do cargo.

A briga, como efetivamente, grande parte não cumpre o papel a que foi eleito, se dá em torno de ações demagógicas e a pretensa paternidade delas.

Chega a soar infantil e patético o volume que empregam a determinadas ações que por si só demonstram suas fragilidades para o desempenho do cargo.

Como crianças, se atracam em razão de pormenores e créditos que não deveriam ser atribuídos a função legislativa.

A última exposição da baixaria, não fosse a possibilidade de estar na discussão a possibilidade do desvio de conduta de uma vereadora indicada em cargo em comissão para uma secretaria, soaria mais como espetáculo circense que outra coisa.

A simples doação de um carro se transformou em uma declaração de guerra que poderá ter contornos nada agradáveis para os envolvidos na polêmica.

De um lado um vereador conhecido pelas polêmicas que levanta e de outro dois secretários useiros e vezeiros do método da demagogia explícita para angariar simpatia de eleitores.

Um, suplente, que assumiu secretaria, afeito a homenagens com dinheiro público, com objetivo de ampliar seu reduto eleitoral e projetar candidaturas que possivelmente irá defender na próxima eleição.

Outra, contumaz nos atos de demagogia explícita, assistencialista, vereadora alçada ao cargo de secretaria com vasto histórico de autopromoção.

E, no meio fio, esperando ser atropelado pelas circunstâncias vergonhosas desta discussão o presidente sem nenhum pulso ou objetividade do poder legislativo, cuja liderança sempre foi e parece continuará sendo uma dúvida.

Um carro cedido pelo legislativo e outras ações que cada um deseja para si a paternidade é motivo do imbróglio que parece mobilizou as rodas de discussões políticas como se fora assunto de importância vital para o município, quando não é.

O mais terrível nestas discussões é que a insignificância do legislativo local sob a atual presidência, as duas secretarias que não apresentam nenhuma política pública de relevância, nenhum debate importante para o setor que comandam, nenhuma proposta progressiva ou viável, sendo apenas mais um corpo caro ocupando espaço de forma inútil no espaço público, ninguém traz para o centro do debate.

Traz para a disputa de quem é a paternidade da oferenda que não é fruto do dinheiro pessoal do político, é fruto do esforço do contribuinte, do povo, do dinheiro público e o político desavergonhadamente quer se promover a custa de baixarias como se fora sua a oferta.

Sobra, no entanto, como na maioria das vezes, a retaliação que conduz a outras interpretações.

O presidente do Le­gislativo afirma que encaminhou o veículo para revisão antes de entregá-lo e o fez de forma a que o veículo estivesse em condições de uso; a secretaria por sua vez, segundo informa a mídia local, alega que faltava ao veículo exatamente as condições expostas pelo presidente da Câmara.

O polêmico vereador, com toda razão, quer saber se foi gasto dinheiro público com a revisão do dito veículo, quanto, onde e como.

Se gasto foi, alguém falta com a verdade, e se não houve gasto alguém também faltou com a verdade, se bem que no mundo político o que menos parece ser valorizado, é a tal da busca da verdade.

Aguardem os próximos capítulos, quem viver verá.

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