03 de março | 2023

02 de março, a Menina Moça apaga 120 velas.

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“Olímpia continua na flor da idade e avançando projetos bem sucedidos na direção do futuro”.

 

Do Conselho Editorial

Em “Aprendizagem: Questão de Ritmo?”, Suzana Schwartz discorre que, segundo a mitologia grega, Cronos, deus do tempo, devorava os próprios filhos para que nenhum deles pudesse um dia roubar-lhe o trono.

Salvo pela mãe, Réia, Zeus conseguiu escapar ao trágico destino que o aguardava, vindo posteriormente a destronar o pai e a tornar-se rei dos deuses.

Essa lenda destaca o caráter destrutivo do tempo, tão valorizado pelo senso comum.

Os objetos queridos, as paixões, as realizações mais grandiosas cedem perante esse “senhor” que parece reger os destinos.

Existe, inclusive, um ditado popular que diz que se a vida é uma escola, os anos são professores.

O saber acumulado no dia a dia constitui uma ferramenta auxiliar na articulação do conhecimento do mundo.

O tempo cronológico, conforme é concebido no cotidiano, escorre na passagem da areia pelo orifício da ampulheta, nas badaladas de um velho carrilhão, no tique-taque do despertador ou em qualquer outro instrumento que se queira tomar como referencial de medida.

Porém, em vários momentos tem-se a sensação de que o tempo vivido e o tempo cronológico não estão juntos.

As horas e os dias muitas vezes indicam haver descompasso entre o que marcam os relógios e o que demonstram os sentimentos, o que indica ser o tempo pessoal regido por humores e sensações subjetivas.

A alegria e o prazer são geralmente acompanhados pela sensação de passagem rápida do tempo, enquanto a tristeza, o medo, a espera, parecem fazer de cada minuto um século.

Neste sentido, o passado não possui apenas a dimensão do já acontecido, da “aurora de uma vida que os anos não trazem mais”, como sugeriu Casemiro de Abreu.Ao contrário, pode anunciar-se como possibilidade do vir a ser.

Neste aspecto,Suzana Schwartz faz uma abordagem que remete às transformações porque passaram a cidade de Olímpia desde o ciclo do café, laranja, cana e agora turismo, em demonstração de que continua na flor da idade e avançando projetos bem sucedidos na direção do futuro.

Relembra-se aqui que Olímpia, no Estado de São Paulo, que comemora 120 anos neste 02 de março, foi assim nomeada em homenagem a Maria Olímpia.

Foi o engenheiro Robert John Reid quem solicitou ao Dr. Antônio Olímpio Rodrigues Vieira, de largo prestígio político em Barretos, que, ao ser criado o distrito, fosse dado o nome de Vila Olímpia, em homenagem à Maria Olímpia, afilhadinha do engenheiro e filha única do ilustre chefe político, cujo prenome remete a Olímpia na Grécia antiga, que era como uma ponte entre a realidade e o mundo místico.

Semideuses como Hércules, segundo a mitologia, teriam sido os primeiros a competir lá. Nada podia ser mais sagrado. Mas após cinco dias de provas apenas os jogos acabavam.

Olímpia, na Grécia, era esposa de Filipe da Macedónia e mãe de Alexandre e brilhou com luz própria num mundo turbulento.

Famosa pela sua beleza e crueldade, a sua lenda acompanhou a do seu filho.

Em Olímpia dos Olhos D’Água, assim como nas antigas cidades gregas e na que deu origem aos jogos olímpicos, eram comuns os banhos públicos, uma característica, ou coincidência que as aproximam.

Afora o Turismo, Olímpia é conhecida popularmente como a “Capital Nacional do Folclore”, pelo Festival do Folclore, onde grupos de vários estados do país se reúnem para mostrar danças típicas de suas regiões, e por “Cidade Menina Moça”.

Olímpia, neste 02 de março, comemora 120 primaveras o que não é nada em termos de tempo, razão pela qual continua a apaixonante menina e eterna moça que vai seduzindo quem nela mora e quem a conhece por seus encantos e pela magia da renovação constante.

Neste sentido, o passado não possui apenas a dimensão do já acontecido, da “aurora de uma vida que os anos não trazem mais”, como sugeriu Casemiro de Abreu.

Ao contrário, pode anunciar-se uma Olímpia que tem como possibilidade o vir a ser.

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