14 de dezembro | 2014

Violência no trânsito cresce 13% e faz uma vítima a cada 27 horas

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Uma comparação dos dados que foram divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública do Governo do Estado de São Paulo, demonstra que a violência no trânsito cresceu 13% aproximadamente no período entre janeiro e outubro de 2014, quando comparado com os 12 meses do ano anterior. Além disso, indica que o sistema registra uma vítima a cada 27 horas.

De acordo com a informação obtida pela reportagem no site do órgão, nos 10 primeiros meses deste ano foram registradas 318 lesões corporais culposas por acidentes de trânsito, contra 282 vítimas em todo o ano de 2013.

Porém, esse crescimento apenas segue o histórico iniciado a partir de 2012, quando foram registradas 223 vítimas do trânsito. Comparando com o resultado de 2013 (282) chega-se ao resultado de 26% aproximadamente.

Claro que nestes números pode até estarem registradas as vítimas socorridas com vida em acidentes nas rodovias Armando de Salles Oliveira (SP-322) e Assis Chateaubriand (SP-425), mas que com certeza chega-se a um total até inexpressivo em relação aos acidentes registrados diariamente na área urbana de Olímpia.

Nesse caso o predomínio é grande em relação a acidentes envolvendo motocicletas, como por exemplo, no caso soldador Marco Aurélio Ziocci, de 22 anos de idade, morador do Jardim Vitório Parolim, na zona sudeste de Olímpia, que sofreu lesões nas pernas ao se envolver em um acidente de trânsito com a motocicleta que conduzia no centro da cidade.

Essa ocorrência foi registrada na noite do dia 15 de novembro, um no cruzamento da Rua Bernardino de Campos com a Rua Joaquim Mi­guel dos Santos. O soldador conduzia uma Honda pela Bernardino e colidiu com um Fiat Uno conduzido pela aposentada Ema Ferrante Nazareth, de 82 anos, moradora do centro.

SISTEMA DESORGANIZADO

Mas o fato é que o sistema de trânsito local não está devidamente estruturado para atender a grande demanda de veículos que circulam pela área central da cidade. Mas há também muitos problemas na periferia onde constantemente são registrados acidentes com vítimas.

Há alguns semáforos já instalados na cidade, dois deles na Avenida Aurora Forti Neves, nos cruzamentos com a Avenida Deputado Dr. Wal­demar Lopes Ferraz e com a Rua Bernardino de Campos. Outros dois estão no cruzamento das ruas 9 de Julho e São João e da Rua David de Oliveira com a Rua Coronel Francisco Nogueira;

No caso desse último, na Praça Rui Barbosa, constantemente se verifica lentidão no trânsito e pequenas colisões envolvendo veículos que transitam pela Rua David de Oliveira.

Enquanto isso, o cruzamento considerado mais perigoso – Rua David de Oliveira com Avenida Aurora Forti Neves – a chamada esquina da rodoviária, onde vários acidentes mais graves com motocicletas foram registrados, ainda não se fala em instalação de um semáforo para aumentar a segurança de quem trafega pelo local.

Recentemente, durante entrevista a uma emissora de rádio, o diretor da empresa pública Prodem (Progresso e Desenvolvimento Municipal), engenheiro Amaury Hernandes, que é responsável pela organização do trânsito da cidade, não demonstrava muita certeza de quais locais devem ser atendidos primeiro com melhorias para o sistema.

Mais uma vez Hernandes voltou a falar que tem conhecimento do grande número de acidentes e que medidas seriam adotadas. Porém, além de não precisar o local, argumentou que não há re­cursos para investir no sistema.

Acidentes de trânsito com vítima fatal já cresceram 27% em 2014

Até mesmo em razão da situação das estradas que cortam o município de Olímpia – parte bastante deteriorada e parte em fase de reformas, mas com sinalização bastante inadequada – os acidentes de trânsito com vítima fatal aumentaram aproximadamente 30% no período de janeiro a outubro de 2014, quando comparado com os números apurados nos 12 meses de 2013.

A essa conclusão se pode chegar através dos dados divulgados pelo Governo do Estado de São Paulo, através do site da Secretaria de Estado da Segurança Pública. Entretanto, na comparação entre os dados de 2013 e 2012, já se notava um aumento de 83%.

No entanto, embora sendo considerados homicídios cul­posos por acidente de trânsito, o número de vítimas fatais não está sendo considerado. Embora na maioria dos casos as vítimas sejam socorridas ainda com vida, mas em estado bastante grave, casos que são inicialmente tratados co­mo lesão corporal culposa, nem mesmo os casos de vítimas com morte instantânea, que são em menor número, aparecem no levantamento mostrado.

O que chama a atenção é o caso de um acidente que aconteceu no final do mês de outubro na estrada vicinal Natal Breda – uma estrada municipal cuja responsabilidade é da Prefeitura de Olímpia – que matou cinco pessoas, dentre elas uma criança de 11 anos de idade, deixando outra criança com 13 anos com ferimentos graves (único sobrevivente dos seis envolvidos), em uma colisão frontal.

A ocorrência foi registrada na noite do dia 26, um domingo, nas proximidades da entrada da fazenda Alto Alegre e do Castelo Motel, na região sul do município, quan­do morreu a cirurgiã den­tista Fabrizzia Andrea Conte Ayres, 35 anos, que residia no Jardim Glória, bairro localizado na região central de Olímpia.

Nesse acidente também mor­reram no local: o técnico em eletrônica, Almir Roberto Casimiro, de 42 anos; Almir Lavir Bardy, de 79 anos; Maria Madalena Barreto Bardy, de 75 anos; e Giovana Bardy Casemiro, de 12 anos. Gus­tavo Bardy, de 13 anos, permaneceu vários dias internado na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa e sobreviveu.

SITUAÇÃO CALAMITOSA

Em meados de novembro, esta Folha da Região publicou uma matéria relatando que a falta de urbanização no trecho mais próximo de Olímpia e a falta de sinalização adequada, põe em risco a vida de turistas que utilizam pousadas e chácaras à margem da vicinal Natal Breda, mas também de pessoas que tem os vários hotéis da cidade como destino.

No caso do trecho próximo à zona urbana um dos problemas é a falta de iluminação à noite, mas também pela inexistência de boas condições em alguns trechos do acostamento, que exige que os motoristas se arrisquem em manobras perigosas.

Por exemplo, a dois quilômetros aproximadamente do Centro Recreativo do Trabalhador (Ceret) Olynto Zam­bon, conhecido por Ginásio de Esportes existe um lotea­men­to de chácaras com o local de acesso muito perigoso por causa da movimentação da estrada, próximo do local de acesso ao Grêmio dos Funcionários da Usina.

Tanto quem segue sentido Olímpia/Tabapuã que necessita cruzar a pista para entrar, quanto quem vem no contrário encontrará um local perigoso. É um lugar onde entram e saem muitos veículos, principalmente aos fins de semana. O problema é que no local não existe sinalização alguma dizendo para reduzir a velocidade, ou que existe saída de veículos.

Além de muitos veículos de pequeno porte e ônibus de turistas, a estrada vicinal é bastante usada também por caminhoneiros que desviam da praça de pedágio da rodovia Washington Luís, SP-310, em Ca­tiguá.

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