26 de março | 2023

UPA fica lotada por causa de vírus e vive dias de terror com violência de pacientes

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SAÚDE VIOLENTA!
Atendimento de crianças está demorando em média 4 horas (triagem, médico, exames e medicação).
Foram vários casos de violência de pacientes nas últimas semanas. Funcionária ameaçada por duas mães registrou queixa na Polícia.

José Antônio Arantes – A UPA – Unidade de Pronto Atendimento de Olímpia e o próprio sistema de Saúde local viveram uma semana de terror, principalmente em razão de vários casos de atitudes de violência com ameaças e agressões verbais de pacientes que tiveram que enfrentar a demora no atendimento provocada pelo aumento vertiginoso de casos de infecção por vírus que infecciona as vias respiratórias.

A situação vem sendo verificada principalmente nas últimas semanas quando a escalada do vírus que se iniciou em janeiro começou a tomar proporções maiores, num sistema de Saúde (em todo o Brasil) que carece de médicos pediatras que trabalhem em plantões.

A falta de pediatras, inclusive nos pronto-atendimentos dos convênios que existem na cidade, complicou ainda mais a situação da UPA local, sem contar as próprias UBSs – Unidades Básicas de Saúde, que carecem de profissionais desta especialidade médica que só podem ser contratados por concurso e estes não acontecem há muito tempo.

ATENDIMENTO DE CRIANÇAS NA UPA
MAIS QUE DUPLICOU DE JANEIRO PARA CÁ

No entanto, o problema maior acaba sendo o pronto atendimento, já que, diferentemente das Unidades Básicas de Saúde, nestes locais os pacientes recebem todo o processo de atendimento com médico, exames e até remédios.

Os atendimentos de crianças na UPA que já foram considerados elevados em janeiro, com 996 casos, simplesmente passaram, em 23 dias de março, para quase 1600. Ou seja, simplesmente uma média de 69 atendimentos por dia ou quase 3 por hora, com 4 horas de média de atendimento pediátrico por criança (triagem, médico, exames e medicação). A própria Santa Casa também acabou ficando cheia de crianças com problemas respiratórios.

A demora no atendimento começou também nas últimas semanas, a gerar atitudes violentas de pais de crianças que se dirigiam a Unidade de Pronto Atendimento local. Foram vários casos de xingamentos, pessoas nervosas, agressivas, ameaçando quebrar a UPA e até agredir seus funcionários.

CASO DE VIOLÊNCIA FOI REGISTRADO
NA DELEGACIA LOCAL ESTA SEMANA

Esta semana, inclusive, a situação virou ocorrência policial, com uma funcionária conhecida da UPA registrando o BO após ter sido ofendida e ameaçadas por duas mulheres cujos filhos estavam sendo atendidos no local (leia matéria sobre o BO na página 8).

O pior de tudo é que não se vislumbra uma solução pelo menos a curto e em médio prazo já que o problema é estrutural e vem ocorrendo também em cidades grandes como São José do Rio Preto.

A falta de plantonistas especializados em pediatria tanto na rede particular como no SUS e o surgimento cada vez em maior escala de infecções por vírus respiratórios que sobrecarregam principalmente as unidades de pronto-atendimento.

Rio Preto está tentando o chamado teleatendimento, onde o paciente consulta o médico pela internet nos casos menos graves, mas ainda é uma situação embrionária e que demanda acesso a tecnologia que nem todo mundo tem ou sabe usar.

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