10 de outubro | 2021

Trabalho de professora olimpiense vira livro e é destaque em jornal científico americano

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Jornal de Nova Iorque pediu artigo sobre aplicação de seu trabalho em pessoas que tiveram Covid.

“O Bruno e a Lara que estão na foto deste livro, eu atendo desde que tinham 3 anos de idade. E todos eles melhoraram muito e em todas as áreas”.


DA REDAÇÃO
O trabalho da professora e neurocientista olimpiense Luciana Maria Depieri Branco (foto ao lado), de reabilitação em Multimídia (técnica de ginástica cerebral, uma academia para o cérebro) foi transformado em um livro e, recentemente ganhou destaque num jornal americano de Nova Iorque.

A técnica de Luciana foi implantada no município em 2010 e atende crianças da educação inclusiva no município com vários tipos de dificuldades de aprendizagem como déficit de atenção, deficiências e transtornos, como autismo, paralisia cerebral, síndrome de down e outras dificuldades. “O aluno inserido no método, no primeiro e segundo meses já alcança resultados muito relevantes”, diz.

O trabalho já foi apresentado em Aveiro e Lisboa (Portugal), em Harvard (Estados Unidos), recebeu um prêmio na Áustria e em 2019 voltou a apresentar o projeto em Harvard, para neurocientistas na Medical School.

JORNAL DE NOVA IORQUE PEDIU TRABALHO SOBRE COVID

Recentemente, em 2021, foi convidada a escrever um livro por uma editora europeia, um livro biligue, com venda na Amazon e ele fala sobre o trabalho de todas os diagnósticos e os métodos trabalhados com os alunos.

Um jornal científico de Nova Iorque, através desse livro a convidou para fazer uma matéria sob o enfrentamento ao Covid-19, porque muitas pessoas que tiveram a Covid tiveram um problema de cérebro nublado, ou “Brain Fog”, que muitas vezes tem os lapsos de memória, esquecimentos e lentidão.

“Isso tem cura. Há falhas entre as conexões sinápticas e é preciso estimular para que outras conexões sejam feitas”, afirmou. Outros problemas que as pessoas desenvolveram durante a pandemia, segundo Luciana, foram a ansiedade excessiva, síndrome do pânico, depressão. “A técnica é muito efetiva no tratamento destas doenças, aumentando as conexões sinápticas, faz com nasça outros neurônios, e também faz aumentar os hormônios da felicidade, do prazer, e do bem-estar, com isso faz com que haja uma melhor qualidade de vida no indivíduo”, ressalta a professora.

TRABALHO NA APAE DESPERTOU A PESQUISA
Há 24 anos, Luciana era professora de informática e ajudava algumas pessoas que tinham algum comprometimento motor ou cognitivo. Mas o seu grande aprendizado veio quando foi professora da APAE de Olímpia, onde 120 alunos, entre crianças, jovens e adultos participavam do programa Multimídia, independente do diagnóstico, apresentaram uma grande melhora.

“Isso me deu a ideia de procurar neurocirurgiões da faculdade de medicina de São José do Rio Preto para relatar os avanços nas experiências aplicadas. E os médicos Sebastião Silvio e Eduardo que são da equipe de cérebro e coluna de Rio Preto, de imediato disseram que estava fazendo reabilitação e me convidaram para trabalhar na equipe”, conta Depieri Branco.

Durante os oito anos que ficou na faculdade desenvolveu a primeira pesquisa, sendo pesquisadora independente da Famerp, a Reabilitação Multimídia, ajudando pessoas que tem problemas neurológicos, mas podendo ser aplicada em quem tem déficit de atenção, hiperatividade, Alzheimer, Parkinson, AVC, traumatismo craniano, paralisia cerebral, autismo, entre outros.

COMPUTADOR É USADO COMO MEDICAÇÃO

Luciana recebia no seu consultório crianças que tinham em torno de 4 ou 5 anos que tinham hiperatividade e isso começou a deixá-la preocupada. Aí fez uma segunda pesquisa na mesma faculdade que é a Reabilitação Multimídia aplicada na educação, despertando talentos.

Na ocasião, marcou uma audiência com o ministro da educação da época, o Fernando Haddad, que gostou do projeto, dando um parecer favorável, para que desenvolvesse o programa em todo o território nacional. Em 2010 procurou o prefeito que hoje é deputado, o Geninho, que, de imediato, abraçou o projeto e colocou-o nas escolas, onde já havia uma estrutura de informática, e foi só implementar. O computador é usado como uma medicação que ajuda sem efeito colateral.

Segundo a professora, o mais curioso é que não existe software algum para trabalhar a técnica desenvolvida. São utilizados o Paint, o Word e o PowerPoint em atividades ricas e simples. Trabalha-se com o mouse convencional, com a mão direita e com a mão esquerda para trabalhar os dois hemisférios cerebrais, seguindo uma cronograma de avanços, para evoluir no aprendizado.

CRIANÇAS CONSEGUEM SOLTAR A FALA

Na ultima pesquisa do jornal de Nova Iorque, sobre a Multimídia aplicada às crianças que tem autismo, consegue-se soltar a fala, a criança passa a balbuciar muito e logo depois consegue soltar a fala de uma forma muito rápida. Melhora o comportamento, melhora a ansiedade, há um amadurecimento neurológico geral.

“Desde 2010, mais de 3 a 4 mil crianças já foram beneficiadas com esse programa no município. O Bruno e a Lara que estão na foto deste livro, eu atendo desde que tinham 3 anos de idade. E todos eles melhoraram muito e em todas as áreas”, enfatizou.

Conta que atualmente presta atendimento on-line nos Estados Unidos, Portugal, Áustria, Brasil, pelo Skype ou pelo WhatApp por vídeo. “Existe novo projeto chamado Reabilitação Business, pois, por conta da pandemia muitos colaboradores das empresas tem muitos problemas como depressão, ansiedade e cai o rendimento. E o propósito e fazer com que as pessoas sejam felizes e produtivas”, concluiu.

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