Da redação com TV TEM

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) flagrou pneus carecas em pelo menos um ônibus da Prefeitura Municipal de Altair, utilizado para o transporte de alunos das escolas públicas. O órgão fiscalizou 156 prefeituras e encontrou uma série de problemas com esses veículos o que faz com que o caminho pa­ra chegar até a escola seja bem mais difícil do que deveria ser para os alunos.

Além de Altair, na região noroeste paulista foram constatados vários problemas com veículos das Prefeituras Municipais de Cardoso, Clementina e Guapiaçu (SP). A falta de conservação dos veículos coloca em risco a vida de crianças e adolescentes.

Na matéria exibida pela TV TEM, afiliada da Rede Globo em São José do Rio Preto, que foi exibida na quarta-feira desta semana, dia 8, a reportagem entrou em dois ônibus que fazem o transporte escolar de Guapiaçu que estavam estacionados no pátio da prefeitura, onde constatou descaso e perigo.

Logo na entrada do ônibus, uma solda improvisada segura a estrutura da primeira poltrona, que pode quebrar a qualquer momento. Os estofados estão rasgados, alguns nem têm mais a almofada e falta o vidro de uma das janelas. O ônibus que faz a linha rural leva adolescentes e crianças de até 3 anos e em cada turno transporta pelo menos 45 estudantes.

Também acompanhou o trajeto de alguns ônibus pelas ruas da cidade e vários adolescentes embarcam nos pontos de parada. Alguns viajam em pé, sem qualquer segurança. O perigo é maior quando passam pela rodovia para sair ou voltar para a zona rural.

Depois de registrar os flagrantes, a equipe foi até a escola municipal de ensino fundamental Waldo­mi­ro Gallo, a maior de Gua­pia­çu, onde os próprios estudantes denunciaram as péssimas condições dos veículos.

A estudante Camylla Marques, de 13 anos de idade, diz que a maioria das vezes os alunos precisam ficar em pé porque o ônibus enche: “Os bancos estão quebrados, a maioria dos vidros está travado, quando está calor não dá para abrir e quando está frio não dá para fechar”.

A estudante Vitória Falqui ressalta que não tem cinto de segurança: “Os bancos estão caindo, não tem cinto de segurança, mas não tem jeito, se não tiver ônibus a gente não vem. Então, temos de enfrentar desse jeito mesmo, não tem opção”.

OUTRO LADO

Em nota, a prefeitura de Guapiaçu informou que ainda não recebeu nenhuma notificação do Tribunal de Contas e que tinha planejado trocar parte da frota escolar, mas com a diminuição dos repasses estaduais e federais faltou verba para isso.

Em Cardoso, os assentos dos ônibus estão bem danificados e a prefeitura disse que o setor de transportes está tomando as providências necessárias. Já em Altair, os problemas são os pneus carecas e em Clementina, o estado de conservação da frota usada no transporte escolar também deixa a desejar. A emissora informou que entrou em contato com as duas prefeituras, mas os representantes ainda não se manifestaram sobre o assunto.