07 de dezembro | 2009

Tamanho não interfere nas funções sexuais

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Dentro da normalidade – na média o pênis mede entre 12 e 15 centímetros em estado de ereção – o tamanho do pênis ou mesmo o aspecto, não interfere nas funções sexuais e reprodutivas. De acordo com o urologista Luiz Fernando Vicente (foto), a questão é o órgão sexual masculino permitir o depósito do esperma no fundo do sacro vaginal da mulher, para a fecundação do óvulo.

No entanto, Vicente não descarta a possibilidade de que um pênis completamente fora dos padrões normais apresentar essas dificuldades. “Se nós considerarmos um tamanho de pênis fora de um padrão normal que é extremamente raro, teoricamente poderia atrapalhar”, acrescentou.

Esse é o caso, de acordo com o médico, existe o micro pênis, uma condição patológica muito rara, uma circunstancia que pode comprometer a capacidade repro­du­tiva do homem durante o ato sexual. Nesse caso, segundo ele, “comprometeria não somente a função repro­du­tiva, mas também a função e o próprio prazer sexual. Mas é uma situação extremamente rara”. São casos que na maioria das vezes a medicina classifica de intersexo. São problemas genéticos sérios que às vezes levam ao não desenvolvimento da geni­tália masculina, gerando problemas de maior gravidade. “Mas felizmente são condições que a gente vê de forma muito rara e esporádica”, observa.

O médico explica que são pacientes que precisam passar por uma avaliação genética que defina realmente qual o sexo deles. “Muitas vezes são casos de anomalias e aquilo que a gente acredita ser um pequeno pênis que não desenvolveu, na verdade pode ser uma genitália ambígua que, por algum defeito não definiu a genitália daquela criança, nem para o lado masculino e nem para o lado feminino”, disse.

Formação congênita

Por outro lado, quanto ao aspecto, Vicente afirma que há casos de má formação congênita do pênis que, mesmo em tamanho normal, não apresenta as funções adequadas. “Uma doença que se chama hipospádio, na qual a uretra não se forma durante toda a extensão do pênis”, comentou.

São casos que a urina, por exemplo, ao invés de na extremidade da glande do pênis, sai “na face ventral, abaixo do pênis, podendo ocorrer em baixo da glande do pênis, no meio do corpo do pênis, ou ás vezes na região até do escroto”.

“Uma vez não corrigida, implicaria sim em comprometer, às vezes, a função reprodutiva porque o esperma do homem, ao ejacular, não vai ser depositado próximo ao colo do útero da mulher, o que permitiria a migração dos esper­matozóides para dentro do útero, e eventualmente levando a uma gravidez”, acrescentou.

Mas a falha no ato sexual, garante Vicente, pode ocorrer somente no caso de se tratar de um micro pênis, que poderia de fato comprometer a função sexual do homem, assim como a satisfação de sua parceira. “Mas isso é bastante incomum”, insiste.

Vicente explica que observa muitos casos de homens que têm insatisfação em relação ao tamanho peniano que possui, mas por fatores culturais e não por de fato o pênis ser pequeno.

Porém, ressalta que é comum, quando comparados, homens ter o pênis uns maiores e outros menores, mas todos dentro da faixa de normalidade do que se considera pênis normais, ou seja, que tem comprimento e diâmetro satis­fa­tórios permitindo ao casal ter uma vida sexual normal.

Tratamentos proibidos

O médico avisa, entretanto, que não há, pelo menos ainda, um tratamento indicado para a solução física dos problemas desses homens que estão insatisfeitos com o tamanho de seu pênis, mas que, na verdade, têm o pênis normal, mas que gostaria que fosse maior.

“Hoje ainda não existe, do ponto de vista médico, que seja reconhecido pelos conselhos de medicina que regem a questão, particularmente nesse caso a Sociedade Brasileira de Urologia”, explica.

A cirurgia de aumento peniano, atualmente, ainda é experimental. Vicente explica que tem se tentado desenvolver técnicas que possam levar a essa possibilidade para satisfazer, psicologicamente os homens que estão insatisfeitos com seus pênis.

“Mas na verdade hoje implica ainda em muitas complicações e resultados não satisfatórios, por isso, é um procedimento contra-indicado e proibido pela sociedade especializada em urologia. Ela (cirurgia) só deve ser feita em centros de pesquisa a nível experimental na busca de um procedimento que possa realmente dar bons resultados, mas ainda é desaconselhável”, finaliza.

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