20 de novembro | 2011

Situação da Santa Casa retrata a cidade de um País em estado de guerra

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A situação verificada por esta Folha no início da noite desta sexta-feira, dia 18, por volta das 21h30, retrata uma cidade de um País em estado de guerra, tamanho o abandono em que se encontrava o Pronto Socorro da Santa Casa de Olímpia.

Motivada pela ausência de pelo menos um plantonista, atendimentos como de um simples corte provocado por uma queda, passando por uma fratura, ou por uma possível pneumonia a até um caso de variação da pressão arterial, deixaram de ser atendidos.

O ajudante de serviços gerais que se identificou apenas por Alex (não quis dar o nome completo) chegou com a esposa que estava com a pressão arterial elevada e passando mal por volta das 18 horas. Enquanto aguardava pelo atendimento – cerca de uma hora – viu uma criança chegar machucada e uma gestante passando mal. Igual a ele, todos casos que não foram atendidos. "Disseram que só tem médico se pagar consulta, plantonista não está tendo", contou.

A dona de casa Sueli Benitis, moradora de Severínia, estava lá com a neta de apenas nove anos de idade, com suspeita de no mínimo uma fissura em um dos braços e também não conseguiu ser atendida. Com a criança já em pânico, conta que também chegou por volta das 18 horas. "Quando ela mexe o braço fala que dói", explicou.

ESCONDENDO O RESPONSÁVEL

"Eles negam informar quem é o responsável para a gente verificar o motivo de tanta falta de consideração, porque você paga impostos para o governo e é um direito nosso ter médicos para nos atender", reclamou.

O receio de uma recaída de uma pneumonia preocupava a manicure Camila Caires, que acabara de chegar. "Pelo amor de Deus e se você morrer como faz? Estou doente e preciso passar por um médico e não tem. A Santa Casa não pode ficar sem médico", reclamou.

Outra avó que estava preocupada porque o neto não conseguia ser atendido era Maria Bonilha. "Ele segurou no armário, mas caiu e bateu o queixo. Cortou e sangrou demais, só que agora não tem médico para atender", disse.

Maria Bonilha que também acabara de chegar lamentava a situação do neto "porque já inchou o queixo dele" e não sabia se havia alguma fratura. "A gente fica apavorada numa hora dessas porque é uma criança de quatro anos", acrescentou.

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