A perda de um ente querido e mesmo a falta de emprego sempre mobilizam os sentimentos das pessoas, levando-as à desesperança e à angústia, causando dores que consideram insuportáveis a ponto de tentar resolvê-las cometendo um ato violento contra si mesma, como no caso de uma tentativa de suicídio, que, se não houver socorro em tempo hábil pode acabar em morte.

"Quando a gente fala de suicídio parece uma coisa que nos deixa assustados, porque a gente não imagina que alguém possa cometer um ato tão violento contra a si próprio e as razões podem ser muitas, seja de fora ou de dentro das próprias pessoas", afirma a psicóloga Gláucia Regina Silveira Nogueira (foto).

Porém, ela acredita que a principal razão seja que a pessoa, em estado e desespero, sentindo a dor imensa e, ao mesmo tempo querendo se livrar dessa dor, seja ela de desesperança, seja de angústia: "então ela quer pôr fim a essa dor".

Aprender a lidar com as perdas, sejam em que sentido forem, é a receita que dá para as pessoas que sofrem em demasia, seja por causa da perda de um ente querido, seja de um emprego. "Isso é o que fortifica o ser humano e se ele conseguir ter maior tolerância e compreensão num momento de crise, vai fazer com que crie situações mais criativas e outras perspectivas para achar uma saída", argumenta.

Dentro desse contexto da perda também se encaixam as separações de casais: "Tudo que se desagrega vai mexer muito com a pessoa. Perda da família, a separação. E hoje o que a gente pode constatar na nossa vida moderna é que tem aumentado o número de separações e isso são facilitadores".

Por isso, destaca Gláucia, é bastante importante para a pessoa se sentir acolhida e inserida dentro da sociedade e de uma família. "São os apoios que o ser humano precisa para ter esperança num momento de crise e continuar vivendo", define.