24 de outubro | 2010

Secretário propõe mudanças para evitar cassação de Geninho Zuliani

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O secretário de Planejamento e Gestão da Prefeitura de Olímpia, Walter José Trindade (foto), está propondo alterações na administração do município, principalmente relacionadas ao setor de compras de insumos, principalmente, com o objetivo de evitar processos judiciais ao prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, e até mesmo alguma tentativa de cassação de mandado.


Isso pelo menos é que se pode depreender das explicações que deu à imprensa no final da manhã desta sexta-feira, dia 22, ao explicar a situação das finanças do município e o que pretende implantar na prefeitura, para controlar os gastos.


“Porque se mantiver da forma como está todos os prefeitos que passarem pela prefeitura terão o mesmo fim de ser processado, ser cassado. Por incrível que pareça todas essas pessoas entraram com as melhores intenções. São pessoas idôneas que perdem o seu patrimônio para cuidar da cidade e ficam numa situação difícil e isso tem que mudar”.


Uma das decisões que já estariam acertadas, segundo ele, é a implantação do almoxarifado da prefeitura, em uma edificação da rua David de Oliveira, entre as ruas Síria e José Clemêncio, onde, segundo Trindade, funcionou um supermercado.


Há 60 dias no cargo, Trindade conta que o trabalho dele na secretaria foi reestruturar a relação entre funcionários e prefeitura, ou seja, modificar a gestão municipal. Para justificar as mudanças, ele citou problemas jurídicos que envolveram os ex-prefeitos José Carlos Moreira, José Fernando Rizzatti e Luiz Fernando Carneiro, que considera “excelentes pessoas e não encontrei ninguém que falasse mal das pessoas deles”.


“A história vai se repetindo e falei: Geninho se não mudar vai acontecer com você também. Porque isso ocorre? É a estrutura de funcionamento da prefeitura e o prefeito sozinho não é ninguém. A prefeitura não é a pessoa do prefeito, não é as mesas e o prédio, são as pessoas. Então, precisamos investir nessas pessoas, precisamos fazer estrutura e determinar responsabilidade para servidor, para cada seção, para melhorar essa condição”, acrescentou.


Trindade relata que está tentando montar uma estrutura administrativa e operacional na prefeitura, com treinamento de pessoal “para que essas mazelas não ocorram”. “Elas sempre ocorrem e ocorreram em detrimento desses prefeitos que passaram. A intenção nossa é corrigir”, asseverou.


“Não existe uma organização estrutural. Às vezes uma pessoa fura o pneu de um carro e manda arrumar. O que acontece? Isso fica lá. Ai o borracheiro quer cobrar, já dois ou três meses que arrumou o pneu do carro, até chegar na prefeitura o processo, até fazer a nota demora dois, três dias para fazer e mais 30 para pagar, coisa de R$ 300, 400, 500, despesa direta até R$ 8 mil pode gastar. Mas é o processo que está errado. O pagamento é feito, só que atrasa porque não tem uma estrutura”, reforçou.


CENTRAL DE COMPRAS

Para solucionar o problema, o secretário está criando uma centralização de compras na prefeitura.

“Hoje com o pessoal treinando e estamos mudando para a David de Oliveira, onde era um supermercado, vai ser o almoxarifado, será uma central de compras e toda compra feita pela prefeitura terá que passar por esse local”.

De acordo com Trindade, para gastar qualquer quantia, principalmente de compras livres, ou seja, valores abaixo de R$ 8 mil, o funcionário terá que pegar requisição no almoxarifado. Ele reclama que não há controle de estoques e nem informações sobre empresas que venceram licitações.


“Ai entra no processo. A hora que emitir a requisição e a nota de serviço, já entra na cronologia de pagamento. Isso para todo tipo de compra para evitar esses problemas”. Segundo ele é comum chegar alguém cobrando e na prefeitura ninguém saber que o município está devendo. “Isso não está acontecendo só agora não, isso sempre aconteceu. Essa estrutura que estou falando que cria problema para os gestores. Então vamos mudar a relação com fornecedores para tudo”, explica.


FINANÇAS

Por ouro lado, nega que os cofres estejam estourados em até R$ 4 milhões, conforme vem sendo comentado na cidade. Trindade diz que as contas do ano ficarão zeradas, sem dinheiro em caixa, mas sem nada de empenhos a pagar em 2011.

Mas mesmo assim explica que esse possível furo no valor comentado seria considerado “legal”, uma vez que corresponderia a 5% do orçamento, cuja receita está estimada em R$ 88,5 milhões.


Porém, explica que todas as prefeituras passam por dificuldades de arrecadação e ajustes financeiros nos finais de ano. “Olímpia está passando por problemas, mas se comparar com as demais da região, ela está melhor”, comenta.


“Estou assumindo para tentar acertar as contas. O prefeito tem volúpia de querer fazer, mas tudo tem que ser dentro da legalidade”, destacou. “Os procedimentos têm que serem normais”, acrescentou.


Sobre as dificuldades com fornecedores e prestadores de serviço, diz que trata-se de priorização de recursos. “O município contratou R$ 10 milhões em obras e isso gera R$ 2 milhões em contrapartida, que tem que ser com recurso próprio”, justifica.


O secretário diz ainda que não está jogando empenhos referentes a gastos deste ano, para o ano que vem. “Não se pode empenhar nada para o ano que vem, porque o orçamento não foi aprovado ainda”, finaliza.

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