A Secretaria Municipal de Saúde da Estância Turística de Olímpia instaurou uma sin­di­cância para apurar as mortes de uma mulher de 42 anos de idade, que faleceu infartada antes de ser atendida, e de um bebê de apenas cinco meses, que morreu com suspeita de me­ningite meningocócica, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A informação foi passada pelo secretário Marcos Roberto Pagliuco, durante entrevista que concedia ao jornalista José Antônio Arantes, âncora do programa Cidade em Destaque, levado ao ar diariamente pela rádio Cidade FM.

A sindicância vai apurar as circunstâncias da morte de Ro­selaine Ferraz, de 42 anos de idade, por volta das 9h30, da sexta-feira, dia 2 de novembro, que passou mal naquele dia e foi levada para UPA local onde teria ficado por aproximadamente 30 minutos aguardando por atendimento médico, mesmo anunciando que ela estava “sufocando a respiração” e que precisava ser passada na frente.

Também vai apurar a morte de Pablo Henrique Ziviani Ru­diam, de apenas cinco meses de vida, que teve febre alta na tarde de sexta-feira, 02, e foi levada até a Upa local por volta das 19h30. Lá a criança foi medicada e liberada. Por volta das 23 horas, a avó percebeu que o corpo da criança estava com “manchinhas” arroxeadas e o levou na UPA novamente, onde foi atendido rapidamente sendo que por volta de 01h30 veio a óbito.

“Foi aberta uma sindicância. Aqueles que não estão fazendo o serviço de acordo eu vou dispensar. Está fora. Está descartado. Estamos fazendo as investigações. Estamos tomando todos os procedimentos possíveis para dar a informação concreta de tudo que está acontecendo”, justificou o secretário.

IRRITAÇÃO

Em determinados momentos, durante a entrevista na rádio Cidade, demonstrando irritação com as cobranças a respeito dos problemas que envolvem o setor da saúde pública do município, Pagliuco reforçou: “Nós vamos tomar todas as medidas. Ser for para punir os profissionais nós vamos tomar as providências”.

De acordo com o secretário, o atendimento já teve melhora. “Já melhorou, mas precisamos melhorar muito mais”, reconhece o secretário. Mas ele diz que vai aumentar a quantidade de técnicos para a triagem. “Vamos fazer com que a triagem seja mais rápido”, acrescentou.

Depois passou a lamentar as situações criadas: “Como você acha que está a nossa situação, do ambiente da UPA? Nós nos sensibilizamos com tudo o que aconteceu. É uma fatalidade”. E acrescentou: “Eu sei que o momento agora, não tem palavras que confortem a família”.

A respeito da morte do bebê, embora ainda sem um posi­cio­namento definitivo, disse que a criança “chegou em estado de febre” e que o caso foi para Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), em Barretos, que tem 20 dias para fazer o relatório do caso de uma possível meningite meningocócica.

Porém, de acordo com Marcos Roberto Pagliuco, o setor de Vigilância Epidemiológica está acompanhando e se for confirmada vão tomar todas as medidas necessárias.

Marcos Roberto Pa­gliuco fez promessa de pelo menos tentar acabar com os problemas do aten­dimento na UPA, principalmente, humanizar o atendimento. “Nós vamos tomar todas as medidas cabíveis e necessárias para resolver. Esse é um compromisso meu. Estou me dedicando para que as coisas melhorem. Vamos passar por um processo de reestru­turação. Eu vou fazer o possível para que melhore cada vez mais”, finalizou.