09 de janeiro | 2022

Secretária do Meio Ambiente em cidade da Suécia, olimpiense diz que mundo já vive o caos ambiental

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REVOLTA DA NATUREZA!
Previsão de faltar alimento e água para todo mundo porque vai estar tudo poluído. Naiara, que foi entrevistada pela rádio Cidade destacou que na secretaria que dirige na Suécia, já estão implementando programas para orientar a população para as várias possibilidades de situações de caos que podem advir do atual momento em que o planeta está atravessando.

 


Naiara Cunha (foto), advo­gada, filha dos olimpienses prefeito Fer­nan­do Au­gusto Cunha e advogada e escritora Sheila Ribeiro, que é vereadora e secretária do Meio Ambiente na cidade de Södertälje, na Suécia, onde reside há mais de 10 anos, foi entrevistada na segunda-feira, 03, no programa Cidade em Destaque, quando, entre outras coisas, contou que já estamos vivendo uma situação de caos ambiental.

Naiara, inclusive, destacou que na secretaria que dirige na Suécia, já estão implementando programas para orientar a população para as várias possibilidades de situações de caos que podem advir do atual momento em que o planeta está atravessando.

Quando perguntada sobre quando a situação de caos começaria a se manifestar no planeta, ela enfatizou: “Está acontecendo agora. E vai piorar muito nesta década. A expectativa é de que a gente não tenha alimento para todo mundo, nem água porque vai estar tudo poluído. Mas tem gente que vai falar que está tendo alagamento, como não vai ter água? Não vai ter água potável. Água tem! Mas qual é a água? Não vai dar para tomar! E se você tem escassez de alimento, você vai ter escassez de medicamentos, você não vai ter matéria prima para fazer nada. Tudo vem da natureza. Então a gente vai ter que repensar a forma de viver mesmo”.

AQUECIMENTO GLOBAL
Sobre o aquecimento global, a vereadora da Suécia disse que piorou de um ano pra cá (desde a última vez que esteve em Olímpia) “Aí entra a crítica ao Brasil, pois não há política ambiental. No lugar que antes não chovia, onde tinha seca, hoje tem inundação. E as pessoas vão morrer, porque teve isso na Alemanha, na Bélgica, teve queimada nos Estados Unidos, teve alagamento no Canadá, e agora que está no Brasil, vai ser a mesma coisa. A tendência é só piorar”.

“Política ambiental não dá voto porque a população não reconhece que é importante. O Brasil está muito atrasado. É na coleta de lixo seletiva que não tem, você continua mandando o lixo para aterros. O Brasil por ser um país com menos recurso, quem pode consumir, consome muito. Não tem equilíbrio. Não tem uma política para parar de consumir tanto. É justamente o oposto: o legal é consumir, consumir e consumir”, continuou.

POUCOS SE ADAPTANDO PARA QUANDO O CAOS VIER

E complementou: “Também é problemático o fato de que poucos estão se adaptando para quando o caos vier. Eu tomei a decisão na minha cidade de que nos próximos dois anos, nós estamos vendo as medidas que tem que se tomar para se preparar para o caos. Para se preparar para a escassez de água. Como vou garantir para que não falte? Isso eu sei que foi feito aqui em Olímpia, que tinha muito problema de água. Mas como a gente se prepara quando a temperatura estiver muito alta? Como a gente se prepara quando tiver falta de energia? Porque tudo isso vai acontecer, porque a gente não está cumprindo com as metas”, destacou.

Sobre o que foi feito para chegar a este ponto, a olimpiense explicou que dois pontos são importantes: a forma de consumo e o que a gente consome. “Desde o plástico extraído do petróleo e que depois não é assimilado pela natureza, assim como outros, aí você vai criando uns montes que não tem onde colocar. Tem a questão do uso de pesticida que acaba poluindo as águas. Uma das coisas que as pessoas nem pensam é concreto. A combustão de carvão em outros países e outros tipos em todos os outros que coloca muito CO2 na atmosfera que depois causa todos os problemas ambientais tanto de não ter água, não ter ar (puro), ter queimada, então causa todos esses desequilíbrios. É que a gente não consegue ver, é muito difícil, é muito complexo. Mas é consumo, o que você consome faz diferença”.

PANDEMIA COM POLÍTICA DIFERENTE

Sobre a pandemia na Suécia, Naiara explicou que o país do qual hoje ela tem cidadania, teve uma política bem diferente da do resto do mundo, porque é um país pequeno e muito rico. “Eles puderam ter o luxo de poder fazer uma política bem diferente do que foi feito nos outros países. A gente não teve Lockdown, não tem obrigatoriedade de uso de máscara, então eles tomaram medidas tipo de para todo mundo trabalhar de casa, não pegar transporte coletivo, e as pessoas seguiram naturalmente. Tiveram muitos casos. Mas o que aconteceu com a Suécia agora que a pandemia evoluiu muito, é que hoje outros países estão em situação pior”.

E complementou: “O governo pagou para toda empresa que teve que dispensar funcionário para que mandasse para casa que o governo pagava o salário. A economia da Suécia teve uma recuperação muito boa. A economia tá muito bem. O Spotify é criação sueca, o Skype também. A Ericsson Tecnologia é de lá, assim como a AstraZeneca. Tem a aviação que é forte também, assim como, infelizmente a indústria bélica”.

SOCIALDEMOCRACIA SUECA

Sobre a socialdemocracia vivida no país, a vereadora sueca destaca: “O básico é a gente dividir o mesmo espaço. Então, a saúde todo mundo tem acesso no mesmo nível, tem hospitais particulares, mas não são muito usados e não é muito bem visto, por que você tá tirando dinheiro dos outros hospitais; acesso a educação todo mundo tem o mesmo acesso, assim o filho do rei vai para mesma escola que você e a pessoa tem direito a escolher que escola que ela quer estudar, que hospital que ela quer ir, e tudo isso é praticamente gratuito”.

E complementou: “Lá o salário mínimo é algo em torno de R$ 10 mil. Já o seguro desemprego depende do quanto você ganhava. Começa com 80% e a cada oito meses vai caindo 10%. Sem contar que acho que lá as coisas são muito mais baratas que aqui. Principalmente agora que as coisas encareceram absurdamente. Ao contrário daqui lá teve deflação”.

QUEM GANHA MAIS PAGA MAIS

Ainda sobre economia, Naiara Cunha, informou que na Suécia, quem ganha mais paga mais para o Estado. “O imposto de renda, por exemplo, de quem ganha mais paga pode chegar até a 50% do salário. Lá não é vantagem ser chefe. Lá as estruturas são horizontais. O intuito é que todo mundo tenha o padrão parecido de vida. E ainda assim tem escassez de mão de obra, precisa de gente qualificada”.

Sobre sua carreira, Naiara afirmou que continuará ainda por mais oito meses como secretária do Meio Ambiente, pois o titular do seu partido está de licença paternidade, mas, na próxima eleição possivelmente será candidata a deputada.

“O Partido Verde tem hoje quatro deputados na minha área e mais quatro suplentes e o suplente trabalha como se fosse ordinário mesmo, como se fosse eleito. Então quando tem as eleições já tá definido, porque os eleitores votam no partido.

NAIARA É CIDADÃ SUECA

A olimpiense explicou também que já é cidadã Sueca e que quando conseguiu o processo demorava três anos, mas que agora está mais difícil por causa dos movimento migratórios. “Na época que mudei para precisava só estar morando lá por três anos. Hoje você tem que comprovar que fala sueco, que tem uma renda.

Sobre a influência da educação na segurança, a olimpiense secretária do Meio Ambiente na Suécia, afirmou que lá ela não tem preocupação nenhuma com segurança. Mesmo como política. Eu chego no trem, eu deixo a bolsa aberta, literalmente do meu lado. Não tenho a preocupação de deixar fechado e colocar debaixo do braço, porque não vão roubar”, contou.

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