04 de outubro | 2015

Reorganização fará com que quase 1,2 mil mudem de escola em 2016

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A reorganização do sistema da rede estadual de ensino vai mexer com 1,2 mil alunos aproximadamente a partir do próximo ano letivo. A informação foi confirmada no final da manhã desta sexta-feira, dia 2, pela dirigente da Diretoria Regional de Educação (DRE), de Barretos, que abrange Olímpia, professora Solange Oliveira Bellini.

De acordo com a dirigente, a principal finalidade é melhorar o rendimen­to dos alunos do ensino mé­dio. “O ensino médio está no foco da secretaria por causa dos baixos índices que vem alcançando nos exames nacionais”, ex­­plicou. No entanto, a mu­dança ainda depende de aprovação em São Paulo.

Essa mudança vai mexer diretamente com quatro escolas estaduais da cidade: Dona Anita Costa, Dr. Antônio Augusto Reis Neves, Pro­fessora Maria Ubaldina de Barros Furquim e Dr. Wil­quem Manoel Neves.

Embora os números ainda não sejam definitivos a alteração poderá mexer com a vida de 1.160 alunos aproximadamente, ou seja, cerca de 560 do ensino médio e de 600 do segundo ciclo do ensino fundamental.

Consta que em relação ao ensino médio 390 alunos sa­em da Dona Anita Costa para a Dr. Antônio Augusto Reis Neves. Já da Dr. Wil­quem Manoel Neves outros 170 vão para a Professora Maria Ubaldina de Barros Furquim. Já em relação ao ensino fundamental 260 deixam a Reis Neves indo para a Anita Costa e 340 saem da Maria Ubaldina de Barros Furquim para a Wilquem Manoel Neves.

“Essa reorganização é bem vantajosa para o aluno e para o pai é bom. Para o professor também porque ele vai se concentrar mais em uma escola, não vai precisar pegar aulas em três, quatro escolas. O objetivo é fixar o professor numa única escola com os alunos dele também numa única escola”. De acordo com a dirigente é uma volta “à reorganização de 20 anos atrás”.

Outras escolas como a Dalva Vieira Ittavo, nas Co­ha­bs I e II, que oferece aulas em período integral, continuará a ter o segundo ciclo do ensino Fundamental e o Ensino Médio, assim como as escolas dos distritos, Eloi Lopes Ferraz em Baguaçu e a Comendador Francisco Ber­nardes Ferreira em Ribe­i­ro dos Santos. Já a escola Alzira Tonelli Zacarelli, que em 2015 oferecia os dois ciclos, em 2016 só funcionará com o segundo ciclo do fundamental.

ESCOLA MAIS PREPARADA

A proposta da nova reorganização da rede estadual de ensino é ter uma escola mais preparada para as demandas de cada etapa escolar e atenta à nova realidade de cada faixa etária.

O processo pretende ampliar o número de escolas com um único ciclo, o que favorece a gestão das unidades e possibilita a adoção de estratégias pedagógicas focadas na idade e fase de aprendizado dos alunos.

A Educação utilizou co­mo base o levantamento realizado pela Fundação Sea­de (Sistema Estadual de A­ná­lise de Dados), que apontou tendência de queda de 1,3% ao ano da população em idade escolar no Estado de São Paulo. Entre os anos de 1998 e 2015, a rede estadual de ensino perdeu 2 milhões de alunos.

Com foco na melhoria da qualidade do ensino nas escolas paulistas, a Educação inicia a implantação de um processo de reorganização na maior rede de escolas da América Latina. Um novo modelo de escola que se a­de­que a queda da taxa de natalidade e a redução expressiva da população em idade escolar.

A partir do ano de 2016, a intenção é aumentar o número de escolas divididas por ciclos: Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Com o ciclo único, alunos do Ensino Médio, por e­xem­plo, poderão estudar apenas com estudantes deste segmento. Entre os benefícios da medida estão a redução nos conflitos entre alunos de idades diferentes, além da melhor gestão da unidade, oferecendo a possibilidade de trabalhar estratégias pedagógicas voltadas a um único público.

Nem todas as unidades de ensino passarão pela reorganização. As escolas com mais de um ciclo ainda funcionarão, devido às diferenças demográficas e as ne­cessidades por escolas para diversas faixas etárias em algumas regiões.

Neste primeiro momento, a Educação finaliza o estudo que definirá as escolas selecionadas. Professores e alunos podem acompanhar as orientações, que devem ser divulgadas a partir de novembro de 2015.

Em Rio Preto mudança mexe com apenas quatro mil alunos

Da redação com Diário da Região

Proporcionalmente em número bem menor, levando em consideração a população entre as duas cidades, enquanto em Olímpia a alteração vai atingir aproximadamente 1,2 mil alunos, em São José do Rio Preto a expectativa é que cerca de 4 mil estudantes sejam atingidos com o projeto de reorganização na distribuição dos alunos anunciado pelo Estado.

A ideia é que cada escola seja exclusiva de alunos de somente de um dos três ciclos da educação (1º ao 5º ano do ensino fundamental, 6º ao 9º ano e os três anos do ensino médio).

Ou seja, não haverá crianças e adolescentes dividindo o mesmo espaço. O principal objetivo da mudança é otimizar o uso dos prédios escolares e com isso garantir mais qualidade ao ensino e na convivência dos alunos.

Em Rio Preto, a reorganização vai atingir cinco escolas na primeira etapa. O Estado não divulgou planos para fazer a reestrutura nas demais unidades. A mudança, que vai começar em fevereiro de 2016, já causou reação da Associação dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp). “O que e­les querem é colocar 40 alunos na mesma sala de aula e fechar escolas. Com isso, os professores terão menos aulas e todos saem perdendo”, afirmou a conselheira da Apeoesp, Vera Lúcia de Campos Araújo.

Para evitar o aumento do número de alunos por sala de aula e garantir as aulas para os professores, a entidade está fazendo um abaixo-assinado contra a medida. Desde terça-feira, cerca de 200 pessoas já assinaram o documento em Rio Preto.

Apesar do descontentamento dos professores, o coordenador da Secretaria de Educação, Luiz Reinaldo Lopes, afirmou que a medida não irá aumentar o número de alunos na sala de aula. “Iremos respeitar os limites da legislação estadual sobre o número máximo de alunos”, afirmou.

Ainda de acordo com o coordenador, a medida só será efetivada em escolas cujos alunos não precisem se deslocar mais de 1,5 quilômetros de suas residências. “Não queremos prejudicar ninguém, muito pelo contrário, nossa ideia é trazer melhorias para a educação”, afirma o coordenador.

SEPARAR, MAS CAPACITAR

Para o coordenador de conteúdo da ONG “Educação Para Todos”, Ricardo Falzeta, a reformulação adotada pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, é vista com bons olhos, mas não pode ser uma medida única. “Não adianta separar os alunos por ciclos em escolas diferentes e não investir na capacitação dos professores e em equipamentos para a escola. Uma medida tem que acompanhar a outra, senão, não irá funcionar”, afirma. O especialista diz ainda que a melhoria no ensino após a reformulação pode vir do tempo que os dirigentes terão a mais para pensar na escola.

“O diretor de uma escola com vários ciclos tem menos tempo para organizar e promover as melhorias. Com alunos de um mesmo ciclo deve sobrar tempo e com isso, os investimentos serão específicos para aquela faixa de alunos”, diz Falzeta. O coordenador também esclareceu que se tudo andar como está sendo prometido, a medida deve funcionar.

“É muito importante que a distância de 1,5 quilômetro seja mantida, pa­ra que o aluno não seja pre­judicado com a alteração. Outra coisa importante é fazer a transição do a­luno que sai do 5º para o 6º ano de maneira menos traumática, já que esse é o período onde mais aparecem a evasão escolar e a re­petência. É a mudança da escola mais acolhedora, com uma única professora, para um sistema de muitos professores e várias matérias”, diz.

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