29 de setembro | 2019

Quatro casos de suicídio consumados foram registrados este ano na polícia

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Até a última quinta-feira, 26, segundo levantamento feito pela delegacia de polícia de Olímpia, a pedido do delegado titular, Marcelo Pupo de Pau­la, haviam sido regis­tra­dos pela polícia civil de Olímpia quatro ocorrências de suicídio consumado durante este ano. O número de tentativas, no entanto, é difícil de estimar, uma vez que a grande maioria dos casos acabam não sen­do registrados na polícia.

Em Olímpia, no entanto, no período de apenas uma semana, foram regis­trados três casos por enforcamento. Todas as vítimas apresentavam histórico de depressão.

O primeiro suicídio foi descoberto no sábado, dia 6, quando o corpo de Val­de­cir Moreira da Silva, de 59 anos, que residia na Co­hab II, foi encontrado pendurando em uma corda na ponte do rio Cachoei­ri­nha. Ele deixou um bilhete para a família que tinha registrado boletim de o­corrência de desaparecimento no dia anterior.

Na segunda-feira, dia 8, de manhã, foi descoberto o suicídio de Luiz Antônio Prado Galli, de 65 anos. Ele estava dependurando em uma corda na varanda de sua casa, na Rua Joaquim Machado, no jardim Pereira. Foi encontrado um bilhete direcionado aos familiares.

Na tarde de quarta-feira, dia 11, Carla Aparecida Lourenço, de 46 anos, moradora na rua Il­da Carrara, na Cohab IV , em Olím­pia, foi encontrada morta. Ela se enforcou com um lençol que foi a­mar­ra­do na grade de uma das janelas da casa. 

O primeiro suicídio do ano apurado no levantamento da polícia local aconteceu no dia 16 de maio, quando Camila Cristina da Silva, de 29 anos, foi encontrada morta em sua cama na Av. Bartolomeu Itavo, no Jardim São Francisco. Ao lado da vítima foram encontradas várias embalagens de comprimidos e remédios e um caderno com uma carta se despedindo dos amigos e parentes.

QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA

Para a psicóloga Daniela Buzato Monteiro Bro­ca­nello (foto), entrevistada recentemente pela âncora do programa “Cidade em Destaque”, Bruna Silva Arantes Savegnago, o suicídio é um problema de saúde pública, pois é baseado no sofrimento da pessoa causando transtorno mental que abala sua saúde como um todo, produzindo o resultado morte.

A psicóloga, ao falar sobre os sinais que a pessoa emite quanto está em estágio prestes a cometer o suicido, usou uma frase para retratar o estado do ser humano: “A pessoa sorri por fora e se mata por dentro”.

 “A pessoa fica mais solitária, mais triste, o apetite pode diminuir, ela se exclui, pode ocorrer também comportamento de auto­mutilação, autoagressão, a pessoa muda a vesti­menta. Ela pode começar a aparecer na escola, por exemplo, com blusa de manga comprida escondendo essa autoagressão, automutilação. Então, assim, para quem está perto, para aqueles que convivem mais com a pessoa é preciso ficar atento”, explicou.

Daniela entende que as pessoas estão vivendo uma época onde os valores estão trocados. A família está muito mais preocupada em ter, dar coisa material, quando o necessário é conviver dando suporte tanto de valores, de carinho, como de orientação. Nas crianças, por exemplo, transferiu-se pa­ra escola esse tipo de coisa, que tem que ser desenvolvida em casa. Numa família estruturada, com respeito entre si, dificilmente surge pessoa com este tipo de transtorno”, destacou.

ABECAO FAZ PALESTRA

Dentro do Setembro Amarelo, a Associação Beneficente Cultural e Assistencial de Olím­pia, ABECAO, com organização do vereador Luiz Antônio Mo­rei­ra Salata, promove nesta segunda-feira, 30, uma palestra com psicote­rapeuta Ari Gomes, na Casa da Cultura, a partir das 19h30, com o tema: “Depressão e seus impactos na sociedade Brasileira. A nova Medicina das Emoções”.

O palestrante vai abordar vários temas ligados à depressão, a principal causa do suicídio, que podem ser tratadas através de terapias baseadas na hipnose e regressão.

 

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