13 de julho | 2014

Prefeito de Severínia assume que a cidade vive uma epidemia de crack

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Pelo menos aparentemente, ao contrário do que não vê em O­lím­pia, o prefeito de Severínia, Edw­anil Oliveira (foto), assume que pe­lo menos dois bairros daquela cidade estão vivendo uma epidemia de cra­ck, segundo a Polícia Militar, mas que ainda busca soluções através de programas específicos para combater o problema.

A Prefeitura Municipal classifica o problema como grave na pesquisa da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), mas não tem ainda projetos para combater o problema. “Vamos pensar uma estratégia para tratar dessa questão”, promete o prefeito.

De acordo com o jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, diante do avanço do crack pelas pequenas cidades da região, poucas prefeituras se armam para combater o problema. Quatro em cada dez municípios do Noroeste paulista não têm programas de combate ao vício devastador do crack. E, das cidades sem programas contra a droga, 28 têm incidências média e alta de dependentes, de acordo com levantamento da CNM, que é atualizado em tempo real pelas prefeituras.

Pa­ra Solange Nappo, pesquisadora do crack na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), há falhas no tratamento do vício, principalmente nas menores cidades. “É senso comum pensar que só a internação resolve. Mas o tratamento ambulatorial, de um modo geral, tem sido mais eficaz”, diz.

 O problema, segundo ela, é que pouquíssimas cidades contam com Centros de Atenção Psicos­so­cial (Caps): “Postinho de saúde não vai resolver. Tem de ser um local com profissionais habilitados para atender o dependente”.

Za­ca­rias tem nível alto de usuários de crack, segundo o levantamento do CNM. O prefeito, Ar­naldo Aparecido Dionisio, admite que o município não tem políticas específicas de combate à droga. “Mas temos trabalhos sociais para tirar a meninada da rua, o que ajuda a minimizar o problema das drogas”, disse.

MIGRANTES PARA CORTE DE CANA

Segundo o coordenador de Sa­ú­de de Gastão Vidigal, Sandro Pereira Rodrigues, a invasão de mi­grantes para o corte da cana em cidades dormitório da região, co­mo é o caso de Severínia, contribui para o problema da epidemia.

“Nessa população flutuante, muitos são usuários, até para dar conta do serviço pesado no canavial. Além disso, temos uma casa noturna que atrai esse tipo de problema”, explica.

 Por ano, a cidade de 4,4 mil moradores chegou a receber 2 mil nordestinos. Hoje, com a mecanização do corte, a migração reduziu para 1,2 mil.

De acordo com a CNM, a pre­feitura ainda não conta com um projeto de combate ao avanço do crack. Mas Rodrigues afirma que o município tem pro­movido palestras em escolas sobre os males do crack.

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