24 de janeiro | 2010

Preço do álcool sobe mais 3 % e chega a R$ 1,69

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Em uma semana o preço do álcool hidratado, aquele que vai para a queima no motor dos veículos movidos a etanol, subiu cerca de 3%. Segundo foi apurado na manhã desta sexta-feira, o preço cobrado por litro nas bombas era de R$ 1,69 contra os R$ 1,64 de uma semana atrás. Dessa forma, o produto já subiu cerca de 77% a partir do mês de maio de 2009.

Esse aumento só não coloca o preço do produto em igualdade com o valor cobrado pelo litro da gasolina por causa de pouco mais de um por cento, fazendo com que possa se considerar que já perdeu totalmente a competitividade com o combustível fóssil.Na comparação entre o preço do álcool hidratado custando R$ 1,69 o litro, onde o produto é mais barato, com o preço do litro da gasolina, também considerado o valor mais barato cobrado na bomba, o primeiro já representa 68,69%, sendo que a recomendação dos especialistas é que não passe dos 70%.

No entanto, uma decisão imediata de deixar de usar o álcool como combustível só poderá ser tomada por proprietários de carros equipados com o sistema flex. Para aqueles que têm seus veículos mais antigos movidos a álcool, a única solução é a alteração do sistema de carburação.

Por outro lado, o preço médio do litro de álcool praticado na cidade de Olímpia subiu cerca de 3,5%. Enquanto na sexta-feira, dia 15, era de R$ 1,715, os valores apurados na manhã de ontem, dia 22, indicam o preço médio de R$ 1,777.

As altas constantes, e os valores que têm sido verificados apontam para mais um desalento para quem acreditou mais uma vez no programa do combustível verde.Segundo especialistas, os aumentos, conforme se verifica principalmente nos últimos meses, têm ocorrido em função de uma combinação de fatores. O primeiro deles é o excesso de chuvas no campo, o que prejudica o corte e a saída dos caminhões das lavouras.

A situação acaba gerando uma dificuldade para as usinas produzirem etanol, fazendo dessa forma, com que os estoques reguladores permaneçam abaixo do desejado, favorecendo a alta do produto pelas distribuidoras e em conseqüência, nas bombas dos postos de revenda.

SONHO DO PASSADO

E as expectativas não são boas. Para o diretor da Única, Sérgio Prado, o litro do álcool vendido a R$ 1, algo comum de ser encontrado no início de 2009, portanto há cerca de um no, já ficou no passado. Dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo) mostram que, desde fevereiro de 2008, o consumo de álcool por automóveis ultrapassou o da gasolina no país. O período coincidiu com o início da crise financeira mundial, quando as usinas encontravam dificuldades para obter crédito e aumentar a produção. Antes de 2008, elas trabalharam com margens de lucro menores e com uma produção acima da demanda. O diretor afirmou para a Folha de São Paulo, que se trata de um processo de ajustamento dos preços que inverteu a relação entre oferta e procura no país.

Outro fator que prejudicou a produção foi a alta do açúcar no mercado externo. Muitas usinas preferiram produzir menos combustível e lucrar com a exportação de açúcar.

Segundo Prado, é impossível prever os preços futuros, mas o álcool não deve ficar abaixo de R$ 1. “Se a maioria mudar para gasolina, o preço do álcool vai ser forçado a cair.”A maioria das usinas da região deve iniciar a safra em março, o que pode conter os aumentos no preço e ainda resultar em ligeiras quedas no valor”, disse.

“Até lá o consumo é que vai definir o preço. Se o consumo cair o preço também cai”, acrescentou. Como o carro a álcool consome mais, o litro do etanol precisa estar abaixo de 70% do valor da gasolina para compensar.

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