24 de maio | 2009

Preço da laranja na indústria não deve passar dos US$ 4,5

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 O preço da caixa de laranja, para ser negociada com as indústrias processadoras de suco, não supera a cada dos US$ 4,50 para a colheita da atual safra que deverá começar entre junho e julho, que começaria normalmente a partir deste mês, mas mudanças no clima (chuvas fortes seguidas de seca), fizeram com que as primeiras floradas se perdessem e provocaram floradas tardias.

De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados e Economia Agrícola, os produtores que conseguiram fechar contratos vão receber entre US$ 2,90 e US$ 4,50 pela caixa de 40,8 kg. Na cotação do dólar ontem, às 14h40, em reais a variação será entre R$ 5.858 e R$ 9,09. Porém, a melhor expectativa é que fique em US$ 3,50 ou seja, R$ 7,07. São valores muito baixos, se comparados ao custo, que chega a US$ 7, que na cotação também de ontem, representa R$ 14,14, segundo o presidente da Associtrus (Associação Brasileira dos Citricultores), Flávio Viegas.

Por outro lado, de acordo com o Instituto Econômico Agrícola (IEA), no chamado mercado interno, ou seja, a laranja comercializada diretamente para a mesa do consumidor, o preço da caixa de laranjas, que em março chegou a R$ 16,68, na tarde de ontem estava cotada a R$ 12,00.

Por isso, próximo do início da safra, a maioria dos produtores de laranja da região e do Estado de São Paulo ainda não conseguiu fechar contratos com as indústrias de suco para vender sua produção. Outros alegam que conseguiram firmar um acordo, mas estão sendo chamados pelas indústrias para baixar o preço negociado da caixa de laranja.

Uma das gigantes do suco, LDC (Louis Dreyfus Commodities) afirmou que está firmando contratos regularmente, mas admite que o volume, embora mantenha a média histórica, é menor do que o do ano passado. A empresa disse ainda que encontrou situações adversas, como no caso de um produtor que relutava em fechar contratos mesmo diante da queda do preço do suco nas bolsas de valores.

De acordo com a análise do Cepea, a principal explicação para o baixo interesse das indústrias é a incerteza quanto à demanda internacional. "Os produtores estão preocupados, esperando uma posição da indústria para negociar", disse à imprensa, a analista de mercado do Cepea, Mayra Monteiro Viana.

Denúncia

Há dois anos, as indústrias de suco tornaram-se alvo de investigação do Ministério Público Estadual por suspeita de prática de cartel. Segundo a denúncia, as grandes fábricas combinam preços para a compra de laranja e fazem divisão de produtores – quem vende a fruta para uma indústria não consegue vender para outra. Documentos apreendidos na Operação Fanta começaram a serem abertos neste ano.

Enquanto esperam a laranja amadurecer no pé, o que deve ocorrer em 40 ou 50 dias, produtores da região já temem que a produção desta safra não seja comprada pelas indústrias.

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