25 de setembro | 2013

PM diz que polícia não tentou acabar com manifestação mas apenas fazer respeitar direito das pessoas

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Um policial militar que participou da operação mas que preferiu não se identificar, por telefone, por volta de 7 horas, rebateu a matéria publicada no começo da noite de terça-feira, 24, no iFOLHA, com o título "Polícia Militar prende manifestantes e tenta acabar com movimento na marra", escrita pelo jornalista e editor da Folha da Região, do iFOLHA e da Rádio Cidade FM, José Antônio Arantes.

De acordo com o PM, nenhum policial tentou acabar com a manifestação e, pelo contrário, o que fizeram foi resguardar um direito da população e, mesmo porque a manifestação continuou e foi das 16:30 até umas oito horas. A polícia tinha que agir para que eles respeitassem o direito de ir e vir das pessoas e a integridade física de todos que ali estavam.

O policial afirmou que em qualquer manifesto é preciso comunicar a prefeitura, a polícia militar e a civil, para que eles façam os procedimentos legais; vão lá interditam a rua tudo certinho, tudo de acordo com as normas, mas da forma que está, ninguém foi avisado de nada.

Sobre as prisões, declarou que só ocorreram porque, no início da manifestação, estavam tentando atear querosene em pneus. E se a queima acontece iria atrapalhar a passagem, os ônibus, os pedestres e ainda colocar a vida de qualquer um em risco; no local havia muitas crianças, o fogo poderia tomar uma proporção muito grande. E a polícia militar apenas cumpriu com uma das funções dela, que é a de preservar a integridade e o local.

Quanto ao uso do spray de pimenta, disse que é um instrumento pago pela secretaria de Estado para o policial usar e que foi disparado naquele momento porque havia muitas pessoas no entorno do veículo e foi preciso usar o dispositivo para dispersar a multidão.

Conta ainda que foi perguntado no local quem seriam os responsáveis pela manifestação e "Neguinho Ismael" e José Paladini, vulgo Zé, disseram que seriam eles. "Mediante isto, foi pedida a documentação de identificação de ambos e a polícia militar teve como resposta que não iriam dar documento nenhum. Diante dos fatos, ambos foram conduzidos para a delegacia de Polícia local", concluiu.

OUTRO LADO DO OUTRO LADO
O editor e autor da matéria questionada pelo policial, jornalista, advogado e filósofo, José Antônio Arantes, explicou que o representante da Folha que estava no local, Silvio Facetto, tentou ouvir o lado da polícia, perguntando ao tenente Righette se este poderia falar sobre a atuação da polícia e sobre o movimento, mas ele não quis se manifestar naquele momento.

Para o jornalista, a matéria, que está assinada, expressa a sua interpretação sofre os fatos, principalmente pela violência que está expressa nos vídeos que foram produzidos pelo jornal e por pessoas que estavam no local, com mais de uma dezena de policias fardados e com armas como espingardas, além de spray de pimenta e arma de choque elétrico.

"Nos vídeos fica patente o clima de hostilidade dos policiais tentando intimidar os manifestantes, com o olimpiense cabo Nairton, por exemplo, com um spray de pimenta na mão espirrando na população. Além disso, a mulher do coordenador do movimento, "Neguinho Ismael", Priscila, em entrevista gravada por este veículo de comunicação disse taxativamente que os policiais disseram no local que só liberariam seu marido na hora que o movimento acabasse", declarou Arantes.

O jornalista que tem 54 anos de idade e, portanto, viveu no período da ditadura, teme que o embate entre polícia e manifestantes (grande parte, crianças, mulheres e adolescentes) tome proporções mais violentas. E entende como mais preocupante ainda o fato de assessores do prefeito, segundo depoimento da esposa de "Neguinho Ismael", terem procurado o líder do movimento, tentando "comprá-lo" para acabar com as manifestações.

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