Para que o sistema de período integral adotado definitivamente no início deste ano letivo pela secretaria Municipal de Educação funcione, é preciso promover a capacitação adequada dos professores de maneira que tenham subsídios para motivar os alunos tanto dentro das salas de aulas, quanto no tempo em que desenvolverão outras atividades.

A opinião é do professor Samir Mohamad Karfan(foto), que atua na Escola Anita Costa. "Teoricamente é uma coisa ótima o professor ter mais tempo e é o que falta para diferenciar da tradicional escola basicamente de conteúdo e ter a oportunidade de trazer temas transversais, esportes e lazer", acrescentou.

Karfan reforça que é importante para formar o cidadão de maneira mais completa e não apenas uma pessoa cheia de conhecimentos. "O período integral é colocar isso em prática. Só que na prática acho que é uma coisa que ainda está engatinhando", avalia.

Em relação à questão da obrigatoriedade, Karfan aponta para a indolência do povo brasileiro para justificar a necessidade: "No Brasil tem que ser assim para funcionar, porque de coisa facultativa ninguém participa".

A obrigatoriedade, explica ainda, pode ser interessante desde que aplicada de forma direita e decente, motivando os alunos a participarem. "Se for obrigatório só para constar que existe, acho que não tem como funcionar", assevera.

Inicialmente é preciso motivar o professor dando condições dignas de trabalho, principalmente com "um salário decente para que ele trabalhe motivado, porque hoje nós professores batemos de frente com muitas coisas".

E são várias as situações que aponta como necessárias, mas a principal é facilitar ao professor que tenha como enfrentar as novas tecnologias que os alunos já têm em suas mãos, como celulares, mp3, tv a cabo, internet. "E se são coisas interessantes para os alunos, temos (professores) também que torná-las interessantes, mas só conseguiremos se estivermos motivados", recomenda.

Além da capacitação dos professores em si, a escola tem que ter estrutura física para que comporte tudo isso. "Não adianta nada você ter o ensino integral, mas não ter como comportar esses alunos na escola", comenta.