30 de agosto | 2009

Partidários de Geninho votam em massa para site aprovar 45.º Fefol

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Aprovação a qualquer custo. Uma verdade virtual e mascarada. Este parece ser, ao que tudo indica, o objetivo de internautas, ao que se entende, ligados ou partidários do grupo do atual go­verno, que praticamente invadiram a pesquisa colocada pelo iFolha que queria saber se o 45.º Fefol teria se aproximado daquilo que o professor Sant’anna tinha como modelo e objetivo para a realização dos Festivais.

Segundo o editor desta Folha, jornalista e advogado José Antônio Arantes, a suspeita começou a ocorrer na pesquisa anterior, quando ao contrário do que vinha ocorrendo normalmente, o resultado da pesquisa do iFolha com pergunta sobre tema parecido resultou diferente da enquête realizada nas ruas. Alguma coisa estava errada.

O jornalista, então, entrou em contato com seu provedor (proprietário do sistema de computadores onde são armazenadas as informações do iFolha) para que fossem disponibilizadas diariamente estatísticas de acesso ao site que possibilitassem descobrir se alguma situação diferente estaria ocorrendo.

A última pesquisa foi colocada no ar no dia 21 de agosto último perguntando: “Você acha que o 45.º Fefol voltou a ser igual ao do Prof. Sant’anna?” e colocava à disposição dos internautas quatro possibilidades de votação: “sim”, “não”, “ficou próximo” e “ficou longe”.

Nos primeiros dias, como era de se esperar, pelo que foi o 45.º Festival, chegando próximo dos 200 votantes, a enquête mostrava que a maioria absoluta entendia que teria “ficado longe” e “não”, vindo a seguir “ficou próximo” e, em último, “sim”.

E assim a enquete ficou por alguns dias até que, abruptamente, num mesmo dia, o ítem “sim” saltou para quase o dobro do segundo colocado “ficou longe”.

Na quarta-feira, o editor desta folha, para confirmar a situação, alterou os resultados via programa do site, passando a votação para o patamar em que estava antes do ataque dos possíveis “amigos do poder”.

Na manhã de quinta-feira a votação do “sim” saltou para o dobro do “ficou longe” e o “ficou próximo” passou a ostentar a segunda colocação.

Pelas estatísticas obtidas pelo editor da Folha e do iFolha, no entanto, veio a confirmação: as votações tinham vindo de apenas alguns IPs e não de IPs diferentes que configuraria que a enquête teria sido votada por internautas diferentes.

Segundo o jornalista, o IP – Internet Protocol – funciona, na internet, como um RG (Registro Geral da Cédula de Identidade) do internauta. Onde ele passa fica marcado que seu IP acessou aquela página.

Arantes vê com tristeza para a cidade esta situação. “Este fato, embora isoladamente possa parecer irrelevante, mostra que os grupos (e seus correligionários, amigos e apaniguados) que chegam ao poder, parecem não estar nem aí para os bons princípios da moral e da ética. Para eles, os fins justificam os meios sempre. E a verdade que se lixe.

O sagrado direito do cidadão de ser bem informado acaba sepultado, já que além de manipularem a maioria dos órgãos de comunicação, agora passam a interferir até em resultado de enquête na internet. É o fundo do poço mesmo”, concluiu.

Diante deste fato, o jornal passará a não mais aproveitar este instrumento de avaliação pela rede mundial de computadores, até que consiga arrumar mecanismos que impeçam que um mesmo computador possa votar várias vezes.

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