03 de novembro | 2024

Parques de Olímpia não têm culpa pela pornografia infantil. Responsabilidade é de quem produz e consome conteúdo ilegal

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Líder da quadrilha investigada é natural de Olímpia, fator que contribuiu para a repercussão envolvendo o nome da cidade e seus parques aquáticos. O fato gravíssimo é que crianças estão sendo induzidas pela internet, inclusive através de jogos.

Os parques aquáticos de Olímpia foram mencionados na operação nacional contra pornografia infantil, batizada como Operação Lobo Mau, deflagrada na quinta-feira, 31, após denúncias de que imagens de crianças em trajes de banho estariam sendo usadas para exploração ilegal.

O delegado responsável pela investigação explicou que os parques em si não têm como impedir que os milhões de visitantes que vêm a Olímpia todos os anos, tirem fotos, especialmente em áreas de banho, e que o problema está nas pessoas que usam essas imagens com fins criminosos.

Outro fator que gerou grande repercussão foi a descoberta de que o líder da quadrilha investigada é natural de Olímpia. Essa ligação do suspeito principal com a cidade contribuiu para que o nome de Olímpia fosse associado ao caso.

PARQUES ATRAEM
MILHÕES DE VISITANTES ANUALMENTE

As investigações começaram após denúncias de que visitantes estariam tirando fotos de crianças e adolescentes em trajes de banho em parques aquáticos, como é comum em locais de lazer, e que esses registros estavam sendo indevidamente compartilhados na internet.

Em um ambiente público e turístico como o parque, onde pessoas naturalmente fotografam seus familiares, o controle de cada imagem é impraticável.

O delegado afirmou que o foco das autoridades então passou para as redes de exploração e nos consumidores desse conteúdo, que buscam essas imagens e as deturpam. “Os parques não têm culpa pelo comportamento dessas pessoas, mas é importante que a sociedade esteja atenta ao mau uso de fotos que parecem inofensivas,” completou.

ORIENTAÇÃO AOS PAIS E RESPONSÁVEIS

Para as autoridades, o caso de Olímpia é um alerta para que pais e responsáveis redobrem o cuidado com fotos de menores que possam acabar nas redes sociais. O delegado destacou que é essencial que as famílias monitorem a atividade online dos filhos e que estejam sempre atentas ao que é compartilhado em ambientes digitais.

Durante a investigação, foi descoberto que o conteúdo era compartilhado em várias plataformas, como WhatsApp e Telegram, além de jogos digitais populares entre menores, como o Roblox. As autoridades alertam que esses ambientes online são espaços vulneráveis, onde muitos predadores abordam menores, fingindo ser outros jovens.

ANÁLISE:
PERFIL DOS CONSUMIDORES
DE PORNOGRAFIA INFANTIL

De acordo com especialistas, o consumo de pornografia infantil é considerado um distúrbio grave, geralmente associado à pedofilia. Na psiquiatria, os consumidores desse tipo de conteúdo são vistos como portadores de transtornos que comprometem sua percepção moral e ética, levando-os a objetificar crianças.

A Operação Lobo Mau prendeu dezenas de pessoas em flagrante e mobilizou 595 policiais em todo o país. Os mandados foram cumpridos em 20 estados e no Distrito Federal, com grande repercussão.

O Ministério Público e a Polícia Civil reforçam a importância de que os pais e a sociedade se mobilizem para proteger as crianças e adolescentes de ambientes vulneráveis, como plataformas digitais, onde os criminosos atuam.

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