24 de fevereiro | 2014
Paratleta olimpiense comove pais, alunos e professores em Escola da Família em Baguaçu
A participação e a história do paratleta olimpiense Luan Perpétuo Bertasi levada pelo professor Paulinho Olmedo na abertura da Escola da Família, na Escola Eloi Lopes Ferraz, no distrito de Baguaçu, na manhã de sábado, 22, comoveu as mais de 100 pessoas presentes, entre pais, alunos, professores e o diretor da escola Romeu Tameline.
Luan, que terminou o ensino médio, está em busca de patrocínio para continuar sua carreira que segundo o professor Olmedo, que foi quem o preparou, pode levá-lo a disputar as próximas paraolimpíadas que acontecerão no Brasil em 2016.
O professor Paulinho Olmedo, que assumiu recentemente a vice-diretoria da Escola da Família daquela escola, organizou uma série de atividades para a abertura das atividades deste programa que promove a participação de pais, alunos, professores e moradores da região onde a escola está situada, através da promoção de cursos, palestras, atividades esportivas e culturais.
Olmedo, que foi o responsável pela preparação do paratleta Luan que já participou de dezenas de competições esportivas, sempre conquistando medalhas, resolveu então mostrar para a população do distrito a história de Luan, como um exemplo de superação e de vontade de viver ativamente.
No decorrer das atividades, quando o professor começou a contar a história de sucesso de Luan e a colocar suas dezenas de medalhas em seu pescoço para comprovar sua história de superação e sucesso, a emoção contagiou as mais de cem pessoas presentes.
Após a apresentação da fanfarra da escola e de outras atividades preparadas por Olmedo, como a distribuição de pãezinhos fabricados na padaria artesanal que começou a funcionar naquele dia, o professor levou o paratleta para a quadra da escola onde fez uma demonstração de como Luan participa das provas de corrida e salto em distância.
As mais de 100 pessoas presentes ao evento aplaudiram de pé o paratleta olimpiense que está se recuperando de uma contusão, mas já está praticamente pronto para voltar a competir, mas agora no circuito profissional do paratletismo, já que concluiu o terceiro ano do ensino médio na Escola Wilquem Manoel Neves em 2013.
PRECISANDO DE APOIO
Considerado um paratleta de futuro, inclusive pelos resultados que vem obtendo, por causa da falta de apoio e dificuldades financeiras que tem enfrentado, Luan Perpétuo Bertasi chegou a pensar em parar de competir ou mesmo passar a defender outra cidade.
Deficiente visual, Luan, que compete nas modalidades 100 e 400 metros rasos e ainda salto a distância, confessou recentemente à esta Folha que a sua situação estava complicada.
Ele sempre competiu contando com recursos próprios. Até 2013, por exemplo, ele tinha um trabalho remunerado na Escola Estadual Dr Wilquem Manoel Neves. “Eu tinha o dinheiro do meu serviço. Agora, estou sem serviço e sem patrocínio. Então, é difícil para me manter”, conta.
Até então, Luan competia em jogos regionais (circuito escolar) por Olímpia e levando também o nome da escola: “o estado pagava, mas agora como terminou meu compromisso com a escola eu tenho outras provas, mas essas são por fora do circuito escolar e vai ser difícil para me manter”.
De acordo com ele, as despesas são grandes “porque a gente tem que pagar hotel se a cidade for fora, ônibus, essas coisas. E tem a pessoa (guia) que corre comigo também. Tem alimentação tem que pagar o guia, tem a parte do material esportivo também como sapatilhas”.
Sua recuperação e preparação foram retomadas nas últimas semanas pelo professor de educação física Paulinho Olmedo que foi quem iniciou e preparou o paratleta para as competições estudantis. Agora, além de prepará-lo, Olmedo também está na luta para conseguir um patrocínio de alguma ou algumas empresas olimpienses que possibilite a continuidade do seu trabalho.
O professor acredita que os tempos já obtidos por Luan, com pequena melhora, o qualificam para participar das próximas paraolimpíadas em 2016 que acontecerão no Brasil e o investimento de empresas na publicidade do atleta poderá ser muito compensador.
SETE MEDALHAS DE OURO
O deficiente visual Luan Perpetuo Bertasi, que compete nas modalidades 100 e 400 metros rasos e ainda salto a distância, dentre as dezenas que já conquistou, sete são medalhas de ouro e cinco são de prata nos três anos em que participa de competições. Em razão disso, já se pode considerar que é um medalhista representando a cidade em categorias que são dominadas por brasileiros em competições internacionais.
“A competição mais importante que conquistei uma medalhe foi a dos jogos abertos. Como se diz: tudo começa devagar. O meu tempo não era muito bom, mas a penúltima eu estava fazendo com 1m10s. os 400 metros”, relembra Luan.
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