IMPACTO?
Prefeitura de Olímpia avalia perdas milionárias após queimadas no município. Fogo atingiu 12 mil hectares e comprometeu 20% da área agricultável da cidade, afetando principalmente a cana-de-açúcar.

Olímpia foi gravemente impactada por uma série de queimadas que ocorreram entre sexta-feira, 23 de agosto, e a madrugada de domingo, 25 de agosto de 2024. Segundo um balanço divulgado pelo prefeito Fernando Cunha em suas redes sociais, o prejuízo econômico causado pelo fogo já é estimado em R$ 100 milhões, com cerca de 20% da área agricultável do município sendo afetada. As chamas atingiram aproximadamente 12 mil hectares, majoritariamente em áreas dedicadas ao cultivo de cana-de-açúcar, principal atividade agrícola da região.

As queimadas que devastaram parte significativa das terras agrícolas de Olímpia começaram a ser registradas na sexta-feira, 23 de agosto. A situação foi agravada pelas condições climáticas da região, que se encontrava sob uma densa camada de fumaça, inicialmente proveniente das queimadas na Amazônia e no Pantanal. Porém, nas horas seguintes, novos focos de incêndio surgiram rapidamente, afetando uma vasta área, inclusive regiões canavieiras. A propagação rápida do fogo deixou marcas profundas na economia local, já que a cana-de-açúcar é uma das principais fontes de renda da cidade.

PERITO AMBIENTAL VÊ SINCRONIZAÇÃO DELIBERADA

De acordo com o perito ambiental Rafael Tímbola, o cenário de queimadas no interior de São Paulo na data em questão sugere uma possível sincronização deliberada dos focos de incêndio.

Baseado em análises de imagens de satélite, ele observou que as queimadas começaram a se intensificar por volta das 15h00 do dia 23 de agosto, especialmente na região de Ribeirão Preto, e se espalharam rapidamente para outras áreas, incluindo São José do Rio Preto, Votuporanga e Araraquara.

Às 18h00, grande parte do estado de São Paulo já estava coberta por fumaça, e às 19h30, essa fumaça havia alcançado até mesmo áreas densamente povoadas, como a região metropolitana da capital paulista.

EVENTOS PODEM NÃO TER SIDO
COMPLETAMENTE NATURAIS

O relatório do perito menciona que a rápida propagação dos incêndios e a sua distribuição geográfica indicam que esses eventos podem não ter sido completamente naturais.

“Observando o mapa de queimadas às 18h00, percebe-se que os focos estão espalhados por todo o estado, sugerindo que os incêndios podem ter sido provocados intencionalmente”, afirmou Tímbola.

Essa análise levanta a hipótese de que os incêndios poderiam ter sido coordenados, algo que merece investigação detalhada para determinar as causas e identificar possíveis responsáveis.

IMPACTO POTENCIALIZADO
PELAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

Ainda segundo o perito, o impacto dessas queimadas foi potencializado pelas condições climáticas, que favoreceram a rápida propagação do fogo. A densa camada de fumaça que cobriu o estado de São Paulo em poucas horas foi um dos sinais mais visíveis desse desastre ambiental.

As consequências dessas queimadas sincronizadas são variadas e preocupantes, afetando não apenas o meio ambiente, mas também a saúde pública e a economia das regiões atingidas.

EM OLÍMPIA MAIORIA DA ÁREA AFETADA
FOI DE CANA-DE-AÇUCAR

Em Olímpia, a maioria das áreas afetadas pelas queimadas estava coberta por plantações de cana-de-açúcar. Essa monocultura, predominante na região, sofreu grandes perdas devido ao fogo. No entanto, outras culturas, como a de laranja e seringueira, também foram atingidas, embora em menor proporção.

A extensão dos danos ainda está sendo avaliada, mas a estimativa preliminar da prefeitura é que as perdas cheguem a R$ 100 milhões. Esse valor inclui tanto o impacto direto na produção agrícola quanto os prejuízos indiretos decorrentes da interrupção das atividades rurais e da degradação do solo.

DENUNCIAR INCENDIÁRIOS

A situação em Olímpia é um reflexo do que tem ocorrido em outras partes do estado de São Paulo e do Brasil, onde as queimadas têm se tornado cada vez mais frequentes e intensas, especialmente durante a estação seca.

As autoridades ambientais estão em alerta e recomendam à população que evite atividades ao ar livre durante os períodos de maior concentração de fumaça, devido aos riscos à saúde.

Além disso, estão sendo feitos apelos para que qualquer informação sobre possíveis causas das queimadas seja reportada às autoridades competentes, para que as investigações possam avançar.