Na opinião da assistente social Aline Montozo da Silva Galerani, que atua no CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social de Olímpia, e comentou a questão para esta Folha, ao invés de impor medidas restritivas aos menores, o ideal para se obter melhores resultados seria realizar um trabalho com as famílias deles.

Mesmo assim ela acha que medidas punitivas também ajudam no controle de determinadas situações, mas avisa que apenas a medida em si, no caso o ‘toque de recolher’, seria apenas uma forma de diminuir a prática de atos infracionais.

“Acho que tem que ter todo um trabalho por trás dessa medida, principalmente com as famílias dos adolescentes, a meu ver mais voltado para o fortalecimento familiar. Trabalhos na área de assistência e, a gente está brigando mais por políticas que vão estar fortalecendo esse convívio familiar”, afirmou.

Aline Galerani não entende que seja necessária a implantação de um ‘toque de recolher’ nesse momento. Porém, destaca que é uma decisão que cabe ao Poder Judiciário levar em conta o índice de criminalidade envolvendo adolescentes: “Acho que vai um pouco da visão de cada jurista”.

No entanto, no que se refere ao controle e combate do tráfico de entorpecentes, para a assistente social tirar os menores das ruas durante a noite não surtirá o efeito necessário: “A gente sabe que o tráfico de drogas ocorre durante qualquer período do dia, ou qualquer outro horário que não seja esse estabelecido pelo toque de recolher”.

Ainda sobre a adoção do sistema proibitivo, a assistente social avisa que “tudo que é imposto e tudo que é autoritário só vem prejudicar e desenvolver uma questão de rebeldia”, ou seja, vai gerar atos de revolta ao que foi imposta. “No meu ponto de vista tudo o que é imposto não tem um desenvolvimento muito bom”, finaliza.