30 de março | 2008

Pais descontentes querem fim do ensino integral obrigatório

Compartilhe:

 

Cerca de uma centena de pais que estão descontentes com a implantação do período integral obrigatório nas escolas da rede municipal de ensino, estiveram reunidos na Casa do Advogado de Olímpia, para discutir os problemas com advogados que representavam a subsecção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A reunião, na qual foram debatidas algumas questões relativas a medidas possíveis de serem adotadas para tentar modificar o panorama, aconteceu no final da tarde da terça-feira desta semana, dia 25. Muitos pais estavam até exaltados com essa questão, dizendo que seus filhos até sofrem com o período longo dentro de uma escola.

Segundo os pais, crianças com problemas de saúde pré-existentes que estão sendo agravados; infra-estrutura deficiente em relação pelo menos ao necessário, como a falta de salas de aulas; materiais de construção nos pátios, ausência de cortinas e ventiladores, além de professores sobrecarregados e funcionários reclamando da carga de trabalho, estão entre as reclamações mais freqüentes.

O tema é objeto de discussão há mais de um mês, chegando ao ponto da OAB local entrar na questão se oferecendo para orientar juridicamente sobre o que os pais podem ou não fazer, em relação ao sistema adotado a partir deste ano letivo pela secretária municipal Maria Thereza Diniz Sacchetim Barbosa, sob a orientação do prefeito Luiz Fernando Carneiro.

Ainda segundo os pais que estão se movimentando no sentido de acabar com a obrigatoriedade, os filhos não querem mais freqüentar as escolas, demonstrando uma visível alteração no comportamento, sendo que alguns já estão mais agressivos e outros demonstrando bastante apatia.

Um dos pais, o escritor Paulo César Barcellos Pereira, explica que o grupo não é contra a adoção do período integral nas escolas do município, mas apenas contra a decisão pela obrigatoriedade, o que inibe, além da convivência entre pais e filhos, também que as crianças tenham liberdade de escolher do que, como e onde brincar em determinados períodos do dia.

"Nós estamos reivindicando melhorias em todos os aspectos, queremos dialogar com o poder executivo e também com a secretaria da educação, para melhorar o aspecto curricular do período vespertino e também melhorias na infra-estrutura, basicamente é isso que nós queremos pleitear", disse à reportagem desta Folha.

O arrumador João César Zuin reclama que a escola onde o filho estuda não está estruturada para atender o período integral. "Não tem condições nenhuma da escola ter o que eles querem fazer. Acho que só daqui a 500 mil anos vão conseguir fazer isso. Caso contrário, acredito que não conseguem", desabafou.

A dona-de-casa Eliane Cristina Alves Ondei explica que o filho aceita permanecer na escola somente até ao meio dia. "Ele fica cansado porque quer tomar banho, almoçar e descansar. Ele quer ver televisão e jogar vídeo game. Computador tem em casa", explicou.

A também dona-de-casa Vera Lúcia de Souza, que tem uma filha de oito anos de idade, além da falta de estrutura adequada, reclama que o problema é relacionado à saúde da menina.

"Ela está em fase de tratamento (ortopédico) e tem que ficar na escola o dia todo. Após às 16 horas você não faz mais nada porque nem todo médico atende", a filha de Vera Lúcia faz tratamento fisioterápico através da natação e exercícios. "Como fazer o tratamento se só deixam sair da escola às quatro horas da tarde", acrescentou.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas