13 de setembro | 2009

Pais ausentes deixam educação dos filhos nas mãos das escolas

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 Embora até questiona a facilidade com que se tem notado ultimamente, principalmente em O­lím­pia, com que alunos ou mesmo pessoas estranhas ao ambiente, entrem nas escolas portando armas, para a a­d­vo­ga­da Ana Carolina Mon­­zani(foto), que atua também na vara familiar, os pais estão se fazendo ausentes na educação dos filhos, deixando toda a responsabilidade nas mãos das escolas para educá-los. Ela entende, até, que seja falta de determinação para controlar as vontades dos filhos.

“Se tem uma educação rígida dentro de casa, você consegue e­ducar uma cri­an­ça. Então, acho que eles estão displicentes na educação (dos filhos) e, simplesmente, acham que não é necessário porque a escola tem que dar a educação. Acham que porque estão mandando os filhos às escolas, a escola tem que se virarem com esse problema e não eles. Então, eles estão se abstendo da obrigação de educar”, comentou.

Por isso afirma que os pais, de certa forma, impõem limites aos filhos como acontecia antigamente, quan­do mesmo o filho adolescente, chega a ter medo dos professores e também das conseqüências que atitudes erradas levariam até ele. “Alegam que trabalham demais, que as mães não ficam em casa porque trabalham e não podem ter esse tipo de fiscalização”, acrescenta.

Porém, ela questiona a insegurança que ronda as escolas, principalmente a facilidade com que, até mesmo pessoas estranhas, conseguem entrar sem serem notados. “Porque poderia não ser aluno, mas qualquer outro tipo de pessoa entrar na escola portando qualquer tipo de arma branca ou de fogo. Isso é muito importante”, avisa.

Essa questão, para ela, é uma falha do próprio sistema educacional, que recebe alunos, no caso da rede estadual, com idade entre 14 e 15 anos, além de crianças menores, que estão iniciando a segunda fase do ensino fundamental. “É uma negligência da escola e do próprio sistema de ensino”, en­fa­ti­z­a.

Porém, ela não acredita que uma possível impunidade por causa do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), que tem função específica de proteger as crianças de agressores, mesmo da própria família. “Acho que às vezes protege até demais”, completa. Por isso, não acredita que ações sejam no sentido da impunidade, pura e simplesmente. “Acho que o principal fator seria a negligência da escola e falta de apoio estrutural, psicológico e educacional dos pa­is”, reforça.

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