22 de setembro | 2013

Pai quer saber quem é responsável e punição pela morte do filho

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O soldador Rogério Márcio Gonçalves Jesus(foto), pai do menino Pedro Henrique Pereira de Jesus, que faleceu na terça-feira, dia 17, aos 10 anos de idade, afirmou para esta Folha que quer saber de quem é a responsabilidade e também uma punição severa pela morte do filho.

“Foi negligência sim. É certeza e vai ser comprovado porque vou atrás do que for preciso, mas não vou deixar isso impune não”, asseverou falando inclusive de acionar a justiça. “Porque não quero que nenhum pai passe o que eu passei e para não acontecer com outras crianças”, reforçou.

Rogério Márcio Gonçalves Jesus entende que houve falhas e graves em todo o processo de atendimento do filho em todas as vezes que o menino foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Foi um quadro de infecção por falta de atenção, porque se tivessem tirado o sangue no segundo dia que foi lá teriam detectado essa bactéria e iniciado o tratamento intensivo, mas como fez pouco caso chegou ao ponto que chegou”, afirma.

Antes que a situação piorasse e de ter sido encaminhado para a Santa Casa, o menino passou por vários médicos. De acordo com a avó, a auxiliar de cozinha Vera Lúcia Rodrigues, o primeiro atendimento foi com uma médica pediátrica de nome Solange.

Depois o atendimento foi feito pelo ortopedista que identificou apenas por Gerson. Também segundo a avó, o menino passou pela Unidade Básica de Saúde (UBS) Valter Stuk, no Jardim Alfredo Zucca, conhecido por COHAB IV, onde foi atendido pela médica Ana Carolina. Por fim a médica Rose que tomou a iniciativa de investigar a infecção. Mas já era muito tarde.

PEREGRINAÇÃO

De acordo com o pai o menino foi levado a UPA pelo menos 10 vezes e chegou a ir de 3 a 4 vezes em apenas uma noite. “Eles só davam remédio para a dor e falavam que o moleque estava com manha, que era assim mesmo e que a dor era normal e ele chorando de dor. Acho que não é certo isso que fizeram”.

“No domingo cedo ele acordou com muita dor, reclamando de dor no tórax, e a avó dele me ligou e me falou que ia levar na UPA para ver o que estava acontecendo. Levou lá e quando chegou foi direto para a UTI. Na hora que o médico bateu o olho lá falou: nossa, está gravíssimo e já foi para a Santa Casa de Olímpia. Inclusive não tinha vaga para criança e ficou numa de adulto e o médico já foi atrás de uma vaga na região. Mas já estava crítico e nem morfina tirava mais a dor”, acrescentou.

O médico conseguiu uma vaga em Catanduva por volta das duas horas da madrugada da segunda-feira. A avó acompanhou o menino até o hospital onde já entrou direto para a UTI já foi encubado, ou seja, começou a receber respiração artificial. “Quando cheguei lá me falaram que o caso era gravíssimo e que as chances de recuperação eram muito poucas. Falaram: é rezar e torcer para que tudo dê certo, agora”, afirmou o soldador.

QUADRO PIORANDO

Mas por volta das 14 horas da segunda-feira (16) o quadro clínico de Pedro Henrique já apresentava piora. “Nesse meio já teve que fazer uma cirurgia na perna porque segundo os médicos, já estava necrosando e que os dois pulmões já tinham generalizado. Daí para cá entreguei nas mãos de Deus, mas só esperei o pior”.

O soldador acredita que o tempo da demora em prestar o atendimento adequado fez com que a situação chegasse na situação que chegou. “Não só acredito como tenho provas. Se tivessem dado isso no começo, amputar a perna não seria tão grave como chegar ao caso que chegou. Falta de atenção, falta de tudo. Se você não fizer escândalo lá (UPA) você não é atendido”.

“Meu sentimento é o pior do mundo. O moleque era saudável e nunca teve problema nenhum. Nunca teve fratura nenhuma. Nunca teve histórico de doença”, finalizou.

Morte do menino gera comoção e revolta no Jardim Sta. Ifigênia

A morte do menino Pedro Henrique Pereira de Jesus na tarde da terça-feira, dia 17, aos 10 anos de idade, acabou causando grande comoção e até revolta nos moradores do Jardim Santa Ifigênia, da Rua 4, principalmente, na zona norte de Olímpia, onde o menino residia com a avó, a auxiliar de cozinha Vera Lúcia Rodrigues.

Antônio Bianchi falou a respeito em entrevista que concedeu à TV Tem, emissora afiliada da Rede Globo de Televisão de São José do Rio Preto, no programa Tem Notícias, na noite da quarta-feira, dia 18.

“De repente o menino está bom, cai, rompe o tendão da perna e morre. Eu acho que é um caso para ser detalhado. Alguém tem que pagar por isso”, cobrou.

A revolta chegou a ser direcionada para a Secretaria Municipal da Saúde pela dona de casa Maria Luíza Ferracini, que foi entrevistada pela TV Record de Rio Preto, reportagem exibida no programa SP Record, na noite da quarta-feira, dia 18.

Ao ser perguntada se a criança era muito querida no bairro ela disse: “Demais. Muito. Eu vi esse menino crescer. Vi esse menino nascer, crescer. A gente quer justiça. Onde nós estamos? Cadê a saúde da cidade? Onde está? Chega! Vamos parar, por um fim. Vamos erguer isso aqui”.

Uma mulher que se apresentou apenas com o nome de Geane, que diz ser vizinha, falou na quarta-feira, dia 18, na Radio Menina AM: “Tenho duas filhas amigas dele que estão chorando”. “Ele machucou o pé. Eles não podiam ter feito um exame de sangue, qualquer outra coisa? Teve que ir para Catanduva para ver o que estava acontecendo? Mandou o menino para lá nas últimas já”.
 

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