28 de dezembro | 2024

Olímpia lidera ranking de áreas queimadas na região de Rio Preto, aponta MapBiomas

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QUEIMADAS RECORDES EM 2024!
Dados mostram que queimadas na região consumiram 81,4 mil hectares até novembro, um aumento de 42 vezes em relação a 2023; Olímpia foi a cidade mais afetada, com 9,9 mil hectares destruídos.

Um levantamento do MapBiomas, baseado em imagens de satélite, revelou que a área queimada nas 98 cidades da região de Rio Preto, entre janeiro e novembro de 2024, atingiu 81,4 mil hectares. Esse volume é 42 vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2023, quando o total foi de 1,9 mil hectares.

O aumento nas queimadas também refletiu no número de registros contabilizados pelo Corpo de Bombeiros, que saltaram de 845 ocorrências em 2023 para 5.501 neste ano, um crescimento de 550%. Além disso, a área queimada total é equivalente a quase duas vezes o tamanho territorial de Rio Preto, que possui 43 mil hectares.

OLÍMPIA É A CIDADE MAIS ATINGIDA
Entre as cidades da região, Olímpia liderou com a maior área queimada: 9,9 mil hectares, mais de 10% do total. Em seguida, destacam-se Paulo de Faria, com 8,9 mil hectares, e Pontes Gestal, com 8,5 mil hectares. Esses números representam perdas significativas para o meio ambiente, a economia e a saúde pública.

João Paulo Morelli, futuro secretário de Zeladoria e Meio Ambiente de Olímpia, destacou os impactos negativos no turismo local, principal motor econômico da cidade. “Além de prejudicar a biodiversidade e a qualidade do ar, o ambiente degradado afasta visitantes, o que gera prejuízos econômicos consideráveis”, afirmou.

PERÍODO CRÍTICO DE SECA
E ALTAS TEMPERATURAS

O aumento das queimadas na região acompanhou um fenômeno semelhante em todo o Estado de São Paulo, agravado por condições climáticas extremas. De acordo com a Defesa Civil Estadual, a onda de calor, aliada à estiagem prolongada e ventos fortes provocados pela passagem de uma frente fria, contribuiu para a propagação rápida do fogo.

A Polícia Ambiental também constatou um aumento nas multas aplicadas por incêndios: de 22 em 2023 para 59 em 2024. “Baixa umidade do ar, altas temperaturas e ventos fortes criaram o cenário perfeito para os incêndios, que muitas vezes têm origem na ação humana, seja por descuido ou de forma intencional”, explicou o capitão Luiz Octávio Cavalheiro.

SAÚDE E MEIO AMBIENTE
EM ALERTA

A professora Denise Feres, da Unesp de Rio Preto, afirmou que a maioria das queimadas foi intencional, mas também destacou a gravidade das mudanças climáticas. “A vegetação seca facilita a propagação do fogo, e o calor extremo pode levar a desidratação, infartos e outros problemas de saúde. As ondas de calor estão afetando diretamente a qualidade de vida das pessoas”, explicou.

Denise também ressaltou a importância das árvores como aliadas no combate às altas temperaturas. “As árvores podem reduzir a temperatura em até 4 °C e aumentar a umidade relativa em 12%. Precisamos preservar e ampliar as áreas verdes”, disse.

PLANEJAMENTO PARA 2025
Para enfrentar o problema, a Prefeitura de Olímpia planeja investir em campanhas educativas, reforçar a fiscalização e ampliar o treinamento de brigadistas. Também estão previstas ações de reflorestamento e o uso de tecnologias para monitorar focos de calor em tempo real.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública abriu inquéritos para investigar a suspeita de incêndios criminosos. Até o momento, nenhuma conclusão foi apresentada, mas autoridades indicam que ações coordenadas podem ter contribuído para os números alarmantes de 2024.

Enquanto as investigações continuam, o cenário destaca a necessidade de ações preventivas e maior conscientização da população sobre os impactos devastadores das queimadas.

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