16 de novembro | 2024

O que você faria se fosse mãe ou pai do Maníaco do Parque?

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CRIMES E FAMÍLIA!
Até onde vai o amor incondicional? Mãe do “Maníaco do Parque” desabafou no Domingo Espetacular. Francisco de Assis, que nasceu em Guaraci, na comarca de Olímpia, serial killer, pode ser libertado em 2028; família se prepara para recebê-lo.

A mãe de Francisco de Assis Pereira (que nasceu em Guaraci, na comarca de Olímpia), mais conhecido como o “Maníaco do Parque”, compartilhou em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Record, um relato sobre os desafios de ser mãe de um serial killer, enquanto a possível libertação de seu filho em 2028 se aproxima.

O caso, que chocou o Brasil ao longo dos anos, voltou a ser discutido no podcast Pod Pai e Filha, onde José Antônio Arantes e sua filha Bruna analisaram a complexidade desse amor incondicional que Maria Helena Pereira, aos 77 anos, ainda sente pelo filho. O tema levantou questões profundas sobre o que define o limite desse amor materno em meio a crimes brutais.

UM AMOR QUE DESAFIA A COMPREENSÃO

Durante o podcast, os âncoras destacaram o dilema que permeia a relação entre mãe e filho em situações extremas como essa. “É assustador pensar até onde vai o amor incondicional de uma mãe, mas é também um amor que desafia nossa compreensão.

Ela enxerga algo no filho que a maioria de nós não consegue ver, talvez a essência da pessoa que ele foi um dia,” comenta Arantes, refletindo sobre o dilema emocional.

Maria Helena, que continua morando em Guaraci, revela que, apesar dos crimes de Francisco, ela continua o amando. Em suas palavras, “Eu nunca poderia deixar um filho perambulando pelo mundo. Ele deixou de ser aquela pessoa má.” Para ela, o laço materno é inquebrável, e a dor de ver o filho ser condenado a mais de 280 anos de prisão é algo que ainda ecoa em sua vida.

SE ESPANTOU COM O RETRATO FALADO

A mãe também compartilhou que, no início, foi um choque ver o filho como suspeito dos crimes. “Quando vi o retrato falado na televisão, disse a mim mesma: ‘não pode ser o Francisco’.”

Mas, após a confirmação de que ele era o responsável, começou uma longa jornada de visitas e acompanhamentos na prisão. A última vez que ela o viu foi há uma década, devido a dificuldades financeiras e à suspensão de sua carteirinha de visitante.

A OPINIÃO DOS IRMÃOS E O PESO DO DIAGNÓSTICO

Luiz Carlos Pereira, irmão mais velho de Francisco, também se posiciona sobre a possível liberação do irmão. Ele afirma que estará ao lado de Francisco, pronto para vigiar cada passo.

Luiz acredita que, caso Francisco apresente comportamentos perigosos, ele mesmo notificará as autoridades. “Se ele for uma ameaça, não hesitarei em avisar,” declarou. Especialistas alertam, contudo, que Francisco apresenta um Transtorno de Personalidade Antissocial, o que dificulta a chance de uma reabilitação completa.

PENA ELEVADA PARA MANTER MANÍACO PRESO

Segundo o psiquiatra forense Thiago Fernando da Silva, “As chances dele cometer novos delitos ao sair são grandes, especialmente porque ele nunca passou por tratamento psicológico na prisão.”

O promotor Edilson Bonfim, que atuou no julgamento de Francisco, revelou que a sentença de 285 anos foi uma estratégia para manter o criminoso preso o máximo de tempo possível.

Contudo, com a legislação da época limitando o tempo de encarceramento a 30 anos, Francisco está próximo de alcançar a liberdade, o que traz à tona a angústia das famílias das vítimas.

A PERGUNTA: ATÉ ONDE VAI O AMOR DE UMA MÃE?

A análise do podcast também abordou o amor incondicional de Maria Helena, que promete receber o filho de volta em casa, apesar de todas as dúvidas. “Mãe é mãe, né? É o amor mais incondicional que existe,” comentaram Bruna e Arantes, destacando como a sociedade lida com essas complexas relações.

A apresentadora do podcast levantou ainda uma reflexão: é possível amar alguém incondicionalmente, como um filho, sem perder de vista as consequências sociais de acolher uma pessoa com histórico de violência tão grave?

O FUTURO INCERTO E AS EXPECTATIVAS PARA 2028

Francisco, que recebeu centenas de cartas de admiradoras na prisão, continua sendo uma figura polêmica. Sua mãe, que o considera “recuperado”, afirma que ele não é a pessoa má que todos acreditam ser. “Eu não vou abandonar ele e nem vou falar mal dele para ninguém,” desabafou Maria Helena.

No entanto, mesmo com o apoio materno, o futuro de Francisco fora da prisão permanece incerto. Algumas pessoas próximas acreditam que ele poderia viver fora do Brasil, enquanto sua mãe admite que ele é “um outro homem”.

O PERDÃO E A REDENÇÃO POSSÍVEL?

Maria Helena, ao longo da entrevista, pediu perdão às vítimas do filho. “Peço perdão a todas elas. Continuo sempre pedindo perdão para todas as mulheres que partiram.” A afirmação finaliza uma longa trajetória de dor e resiliência, que ainda não chegou ao fim.

Mesmo sem resposta de como a sociedade reagirá ao retorno de Francisco, a história da mãe do Maníaco do Parque nos faz refletir sobre o amor, o perdão e os limites do relacionamento familiar.

QUAIS OS PAPÉIS DA SOCIEDADE E DA JUSTIÇA

Essa história complexa e repleta de nuances está longe de um desfecho definitivo. Afinal, 2028 pode trazer uma nova realidade para todos os envolvidos — e uma sociedade que continuará a observar atentamente a vida de Francisco e de sua mãe, Maria Helena, que reside na vizinha Guaraci.

Com o possível retorno do filho para sua casa em 2028, Maria Helena se prepara para um recomeço difícil e ainda espera que a sociedade entenda sua decisão de acolhê-lo. No entanto, essa visão ainda gera discussões e polêmicas sobre o papel do amor materno diante de crimes hediondos e sobre o papel da justiça em proteger a sociedade.

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