04 de maio | 2011

Mulheres de Altair e Guaraci trabalham na coleta de lixo em Rio Preto

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Várias mulheres que residem nos município de Altair e Guaraci, estão trabalhando na coleta de lixo de São José do Rio Preto, até então considerado um trabalho exclusivamente masculino. Mesmo mexendo com lixo, elas atuam sem esquecerem de brincos e batom, itens indispensáveis para manterem a feminilidade.


Embora a matéria divulgada pelo jornal Diário da Região não especifique a quantidade delas oriundas de cada município, destaca que são mães, esposas, mulheres que atuaram como manicures, diaristas e trabalhadoras rurais.

No total, segundo o jornal, são 20 mulheres que dividem, há cerca de um mês, o espaço com homens na coleta de lixo em Rio Preto. Todos os dias elas acordam cedo e algumas vêm de cidades da região – como Altair e Guaraci – para Rio Preto, onde começam a trabalhar às 6 horas.

O serviço é pesado, são até 50 quilômetros correndo. Juntas, coletam até 17 toneladas de lixo por dia. Mesmo assim, elas afirmam não fazer feio perante a ala masculina.

“Meu marido veio também, correu dois dias e desistiu. Ele achou que eu não aguentaria, mas agora quem fica em casa cuidando das crianças é ele”, diz a coletora Rosimere Neres Cândido Loureiro, de 23 anos de idade, mãe de três crianças e que trabalhava como manicure.

Ela e as companheiras de equipe, a ex-diarista Josiane Fernandes Amado da Silva, 19 anos, e a ex-trabalhadora rural Rosa Maria Pirani, 39 anos, sofreram a mesma pressão da família.

“Meu marido e minha filha mais velha disseram que eu não aguentaria, mas eu trabalhei na colheita de laranja, no corte de cana-de-açúcar, estou acostumada com serviço pesado”, diz Rosa, mãe de seis filhos com idades entre 13 e 23 anos.

Cada saco de lixo coletado por elas pode chegar a 5 quilos. Mesmo assim, dizem não sentirem dores musculares. “Minhas pernas doeram só um dia, depois o corpo acostumou”, afirma Rosimere.

Felizes com o trabalho, que rende salário de R$ 900 por mês, além de benefícios, como tíquete-alimentação e cesta básica, elas reclamam apenas do sol e do mau-cheiro. “O sol quente judia um pouco, mas o odor é o pior. Eu ainda não me acostumei”, diz Rosa.

As mulheres afirmam terem apoio dos colegas coletores. “Eles até brincam que as mulheres vão tomar o lugar deles”, conta Rosimere.

Segundo o diretor operacional da Constroeste, empresa responsável por coletar o lixo em Rio Preto, Paulo Roberto da Cruz, o bom desempenho dessas coletoras vai abrir espaço para que mais mulheres trabalhem na área.

”Nós decidimos contratar essas primeiras porque vimos que eram muito boas. O resultado foi tão bom que já estamos estudando ampliar as vagas”, diz. Para ele, o diferencial das mulheres é o comprometimento com o trabalho. “Elas são sempre mais caprichosas em tudo o que fazem”, acrescenta.
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