08 de março | 2009

Mulheres compõem maioria no Ambulatório de Saúde Mental

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 Embora, às vezes, o programa de governo para dar suporte às dificuldades avolumadas no cotidiano de uma mulher seja considerado insuficiente, são as mulheres que compõem a maioria dos atendimentos do Ambulatório de Saúde Mental, que funciona no Centro de Referência de Olímpia, conhecido popularmente por ‘Postão ou Centro de Saúde’. A informação é da coordenadora dos serviços, assistente social Cristina Esteves Kiill (foto).

O Ambulatório, que tem 3.011 pacientes cadastrados, de acordo com ela, tem registrado cada vez mais casos de mulheres vítimas de depressão e tentativas de suicídios. "A maioria mulher porque ela é mais ciente dos seus problemas e procura mais ajuda", explica.

Na avaliação da assistente social a tendência de ser um público altamente feminino, ocorre porque o homem tem preconceito. "É mais acomodado e não gosta de se cuidar. Ele é machão, valente e procura (atendimento) no último estágio. Na hora que ele não agüenta mais ele procura ajuda. A mulher, não, ela sente qualquer coisa ela já procura", reforça.

Já a mulher encara as questões de saúde com mais firmeza e responsabilidade. "Ela sabe que nos ombros dela está uma família. Então, ela se cuida porque sabe que dela depende o marido, os filhos, às vezes pai, mãe, sobrinhos. Parece que a mulher tem uma consciência maior, inclusive social, do papel social dela", avisa.

A psiquiatria, segundo a informação de Cristina Kiill, é uma das maiores clínicas do Centro Referência da Secretaria Municipal de Saúde. Ela informa que isso ocorre porque o índice de pessoas que apresentam distúrbios ou transtorno emocional é muito grande.

"Nossa procura é muito grande. Estamos vivendo num mundo de muita violência, de muita droga, muita desesperança, onde as pessoas estão vivendo com muitas dificuldades. Cada dia mais você pode ver o tanto de tentativas de suicídios que temos na cidade, o tanto que temos de casos que, antes não tínhamos", acrescenta.

No entanto, os problemas de pedofilia, que também acabam interferindo diretamente na vida das mulheres, têm se acentuado: "quanto está aparecendo". Além disso, também são considerados graves os casos de jovens que acabam se perdendo com as drogas.

"Crianças envolvidas com drogas. Índice de alcoolismo altíssimo. Quando tem um alcoólatra na família, é uma família inteira que está convivendo com o problema. O problema não é só o alcoólatra, é a esposa, os filhos, os desajustes todos que estão ali", diz.

Drogas e alcoolismo são problemas que envolvem a saúde mental de uma pessoa. "Porque, por exemplo, uma mulher que o marido é alcoólatra, ele a espanca, espanca os filhos, ele não trabalha, tem todos os problemas referentes ao lar. Como essa mulher sai para trabalhar? Com que cabeça que ela vai para seu trabalho? E seus filhos, como que vão para a escola? Então, é uma cadeia de problemas", finaliza.

 

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