01 de setembro | 2013

Mulher de 74 anos pede socorro para poder cuidar de 80 gatos e oito cães no Jd. Paulista

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A atração que sente pelos animais, principalmente os gatos e cães, levou a aposentada Iolanda Montozo Rossi (foto), de 74 anos de idade, a cuidar de 80 gatos e oito cães, todos, segundo conta, retirados das ruas com problemas de saúde ou mesmo machucados. São animais abandonados pelos donos que por algum motivo não querem continuar cuidando e os a­bandonam nas proximidades da casa dela.

“Eu tenho paixão pelos animais e tenho dó porque eles precisam dos humanos. Eles são domésticos e não vivem na rua. Todos que tenho aqui são animais que estavam abandonados”, explica.

A aposentada reside na Rua Va­lentino Ferrante, número 452, Jardim Paulista, zona leste da cidade, numa casa construída em terreno que pertence ao irmão. Para ajudá-la, o filho, que reside em São Paulo, construiu um gatil no quintal da casa para abrigar melhor os animais.

Ela conta que já foi sócia e voluntária da Sociedade Protetora dos Animais São Francisco de Assis, localizada na Avenida Rio Branco, em São Paulo, cidade on­de começou a desenvolver esse trabalho, quando chegou a ter 60 animais em casa, a maioria gatos.

Mas depois ficou viúva e não quis viver mais na mesma casa em São Paulo e resolveu vir para O­límpia, mas trazendo alguns animais e cachorros que possuía. Porém, desses muitos já morreram por causa da idade.

Quando chegou em Olímpia ela reiniciou seu trabalho e teve ajuda do filho que permaneceu residindo na capital. “Tinha muitos animais e meu filho veio de São Paulo e construiu esse gatil para mim”, revelou.

DIFICULDADES

No entanto, ela reclama que esse trabalho é caro e falta dinheiro para continuar. Além disso, diz que está com problemas sérios de saúde e pede ajuda para que possa remover os animais, mas sem lhes causar sofrimento.

Por isso, procura uma pessoa ou pessoas que tenha espaço e que adote esses animais: “Uma pessoa que os levassem para um bom lugar, porque não quero vê-los sofrendo. Não quero jogar para a ru­a, não quero dar para quem não os trate direito”.

Iolanda relata também que gasta praticamente quase todo o dinheiro que recebe – seu salário e pensão que recebe do marido – aproximadamente R$ 2 mil por mês, com os animais: “Queria que o povo tivesse dó de mim porque eu sozinha para tratar de todos esses animais está muito difícil. Estou muito doente. Agora estou sentindo que estou enferma mesmo. Pelos médicos eu não posso nem mais carregar três quilos de peso”.

De acordo com ela, tratar dos animais custa entre R$ 950 e R$ 1,3 mil, só de ração e alimentação por mês, o que não deixa sobrar dinheiro nem mais para adquirir suas coisas pessoais, como um simples par de chinelos, por exemplo. Além disso, gasta bastante com remédios e veterinários. O único gasto que está livre é a castração dos bichinhos que consegue gratuitamente através da ajuda de uma ONG.

Por mês, segundo explicou, são consumidos 170 quilos de ração aproximadamente. Além disso, a­dquiri 15 quilos de fígado, 15 de carne bovina e cerca de 20 quilos de partes de frango, com a finalidade de tratar dos animais.

DENÚNCIAS

No entanto, os problemas de sa­úde agora estão atrapalhando na limpeza do gatil e, embora sem razão, segundo ela não há mau cheiro, os vizinhos têm reclamado do gatil. “Uma vizinha (mora ao lado) já me denunciou duas vezes, ainda que não tenha cheiro. A Secretaria da Saúde veio e me deu parabéns pela minha idade e pelo que eles (animais) são tratados. Mas estou vendo que estou chegando numa hora que eu vou morrer e vou deixar esse monte de animais”, contou.

Em razão disso diz que precisa arrumar um lugar para que possa deixar todos os animais, até em razão de não receber ajuda de ninguém. Pelo contrário, só aparecem pessoas levando mais gatos, que ela não pega justificando não ter mais condições de receder. Até mesmo pessoas que residem na zona rural acabam levando animais para ela cuidar.

Mas essas pessoas, pelo menos algumas, acabam abandonando os animais por perto e ela acaba recolhendo: “Jogam aqui e eu acabo pegando, mas eu não tenho mais idade para levantar tarde da noite para dar mamadeira para os gatinhos mais novos”.

A mulher conta também que foi esse trabalho que realiza há vários anos que a deixou doente, mas reforça que tem o máximo de cuidado com os bichos. “Tenho oito gatos que dormem dentro de casa comigo”, afirma explicando que são deficientes e uma que não enxerga mais. “Fora isso ainda trato de quatro ou cinco cachorros de rua”, acrescenta. Uma situação, se­gundo ela, que a faz chorar muito por causa dos animais e diz que já está com depressão.

Por outro lado, também pede ajuda para a alimentação dos bichos, dando preferência que levem ração e não dinheiro. Quem se interessar em ajudar pode ligar para o número 3279-8133. “Se alguém me ajudar com a ração, com esse dinheiro posso contratar alguém para me ajudar e ai posso ficar mais com eles porque eu os amo”, finaliza.

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