26 de maio | 2024
Motorista de Corsa confessa que fugiu do local do acidente que matou motociclista
FUGIU E CONFESSOU!
Calheiro que fugiu do local em que motociclista morreu é preso, confessa e sai pagando fiança. Francisco disse na delegacia que não desceu do carro para ver o que havia acontecido e acabou passando por cima do corpo de Danilo.
Na manhã de quarta-feira, 22, um grave acidente de trânsito ocorreu no cruzamento da Avenida Brasil com a Rua Marechal Deodoro, quando o motociclista Danilo Augusto Vendrúsculo, de 38 anos, perdeu a vida após se chocar com um GM Corsa Classic, dirigido por Francisco dos Santos Nunes, de 23 anos. O motorista fugiu do local sem prestar socorro, mas foi localizado posteriormente e confessou a fuga em depoimento à polícia.
O depoimento de Francisco, 22 anos, que é natural de Coelho Neto – MA, e reside no bairro Santa Fé, aconteceu no mesmo dia do acidente, 22, na Delegacia de Polícia de Olímpia, onde foi ouvido pelo delegado Marcelo Pupo de Paula.
MOTORISTA ALEGA QUE
NÃO TINHA VISÃO DA PISTA E AVANÇOU
Francisco relatou que estava indo para o trabalho com seu veículo GM Corsa Sedan Classic, que ainda está financiado e não registrado em seu nome, quando, na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, aguardava para atravessar o cruzamento, mas um veículo estacionado à esquerda estava bloqueando sua visão. Disse, que, em razão disso, avançou um pouco para ver o movimento dos veículos, momento em que viu Danilo trafegando pela Avenida Brasil.
Segundo Francisco, Danilo caiu da moto antes de atingir seu carro e deslizou na direção do veículo, batendo apenas com o corpo, enquanto a moto continuou deslizando. Afirmou que não viu o motociclista no chão e, ao acelerar para cruzar a via, percebeu que passou por cima da vítima. Contou que ficou desesperado e foi para seu local de trabalho, que era próximo ao local do acidente, estacionou o carro na rua e foi trabalhar em outro lugar.
CONFESSOU QUE PASSOU
POR CIMA DO MOTOCICLISTA
Pouco depois, a polícia chegou e encontrou Francisco, que confirmou aos policiais que estava dirigindo o automóvel. Ele negou ter agido intencionalmente ao passar sobre o corpo de Danilo e declarou que ficou desesperado ao perceber o que tinha acontecido. Também admitiu que não olhou para fora do veículo e não desembarcou para verificar o que tinha ocorrido, reconhecendo seu erro.
Francisco informou que trabalha como calheiro, tem um salário de R$ 1.790,00, está registrado na empresa há dois anos. Ele possui CNH provisória e mencionou que sua esposa está afastada do trabalho em licença maternidade. Sua filha, com nove dias de vida, nasceu com uma mazela na cabeça, que está sendo tratada, mas ainda não se sabe se trata-se de um câncer.
Por fim, declarou não ter passagens criminais e nunca ter se envolvido em atividade criminosa e foi submetido ao teste de bafômetro, que resultou negativo.
MOTORISTA FOI ENQUADRADO PELA POLÍCIA
COMO TENDO COMETIDO HOMICÍDIO CULPOSO
O jornalista e advogado José Antonio Arantes, no podcast Pod Pai e Filha, comentou sobre o enquadramento de Francisco dos Santos Nunes no Código de Trânsito Brasileiro e suas consequências legais.
Segundo Arantes, ele foi enquadrado no Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor, cuja pena é de detenção, de dois a quatro anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. No entanto, como fugiu do local do crime, a pena pode ser aumentada de 1/3 (um terço) à metade.
O jornalista e advogado destacou que, o delegado entendeu que “a pena máxima para o crime é de 4 anos de detenção por isso arbitrou a fiança em R$ 1.500,00 que foi paga. No entanto, a situação poderá ser agravada ou o enquadramento modificado em razão de ter confessado ter passado por cima da vítima.
CASO PODE PROGREDIR
PARA DOLO EVENTUAL
Arantes também mencionou a questão da culpa e do dolo. Ele explicou que “o dolo é quando a pessoa tem intenção de fazer algo, enquanto a culpa pode ser por imprudência, negligência ou imperícia.” No caso de Francisco, Arantes acredita que num primeiro instante, pode se considerado que não houve dolo, mas sim culpa, possivelmente por negligência ou imprudência. No entanto, ao fugir do local e passar por cima do motociclista a situação poderá ser agravada ou ser considerada como dolo eventual, modificando o enquadramento e a pena.
O caso segue em investigação para determinar todas as circunstâncias do acidente para depois ser encaminhado ao Ministério Público que deverá elaborar a denúncia. A polícia está analisando vídeos e depoimento de testemunhas para esclarecer os detalhes.
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