13 de outubro | 2014

Morte de motorista na UPA à espera de UTI para na Caixa Preta da Saúde

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A morte do motorista Pablo Fabiano Rosa, aos 38 anos de idade, que era morador de Severínia e faleceu por volta das três da madrugada da segunda-feira, dia 1.º de setembro, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de Olímpia, a espera de uma vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), foi parar no mapa do calvário da Saúde, forma como está sendo chamada a Caixa Preta da Saúde.

Trata-se de um site que entrou em fun­cionamento no mês de abril deste ano, quando foi a­berto um canal de reclamações para a população pela AMB (Associação Médica Brasileira), com a finalidade de avaliar a situação principalmente da saúde pública no país.
 

A reclamação que faz referência à morte de Pablo Fabiano Rosa foi registrada no dia 29 de setembro, poucos dias antes das eleições gerais, pela AMA Ba­guaçu, reclamando da péssima situação do sistema de saúde, inclusive reclamando do sistema funerário do distrito localizado na região noroeste do município de Olímpia.
 

“Falta ambulância, falta remédio, demora pra agendar médico e falta de UTI, morreu um homem de 38 anos por falta de UTI em Olímpia, o preço de uma consulta é 600 reais como uma pessoa humilde vai pagar, e se acontecer o pior e pessoa vir a falecer uma diária no velório de Baguaçu / Olímpia SP custa 938 reais fora o caixão e o túmulo, está muito difícil de viver nessa cidade onde a saúde está totalmente abandonada”, diz a reclamação postada junto com uma charge que faz menção à morte do motorista.

ENTENDA O CASO

Segundo o boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Polícia de Olímpia pelo enteado de Pablo, Eder Fernando Bena, de 30 anos, o motorista passou mal na tarde do domingo, dia 31, e inicialmente foi levado para o pronto socorro da Severínia.

No entanto, não houve melhora depois do primeiro atendimento e o motorista foi transferido para a UPA, em Olímpia, onde reclamava de dores no peito. A vaga não surgia e ele acabou morrendo por volta das três horas.

COMO RECLAMAR

Para registrar a queixa, a pessoa deve acessar o site ww w.­caixa­pretadasaude.org.bre cli­car em um ícone ama relo que apa­rece no canto superior esquerdo da tela. Nesse local, deve indicar o Estado e a cidade. Depois, em outra caixa que se abre, o interessado pode digitar sua reclamação e, se houver, também ler outras queixas.

“A expectativa é que o próprio gestor tome providências para resolver o problema da cidade, uma vez que a informação está pública. Faremos um balanço mensal das denúncias e casos sem solução ou que se avolu­mam, enviaremos às promotorias de saúde e a outros membros do Ministério Público”, afirma a AMB.

Mas antes de ser publicada no site, as reclamações são avaliadas por uma equipe da “Caixa-Preta”. “Ao receber a denúncia na plataforma on­li­ne a equipe responsável pela checagem da veracidade entra em contato com médicos da região, profissionais da saúde, ou solicita mais dados e informações para o próprio denunciante. É importante que o denunciante envie fotos ou pequenos ví­de­os, pois isto dá credibi­lidade à informação”, explica a assessoria da associação.

 

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