28 de dezembro | 2021

Ministério da Saúde não vai pagar leitos SUS de dezembro e quer que Santa Casa devolva dinheiro de novembro

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A partir de janeiro pacientes de Covid do SUS serão encaminhados para Bebedouro.


Não vamos aceitar esse calote do Ministério da Saúde, além de tantos agravantes que nos impõe no cotidiano da Santa Casa e, ainda mais, no enfrentamento da Covid-19″. A declaração é do provedor Luiz Alberto Zaccarelli (foto) em entrevista ao jornalista Leonardo Concon na manhã de terça-feira (28), face à Portaria que cancela imediatamente cinco leitos UTI-Covid e, pior, obriga a devolução do pagamento de novembro de R$ 240 mil ao Ministério da Saúde.

Segundo a Portaria, há mais uma agravante para as instituições de saúde atingidas em todo o País, inclusive Olímpia: não haverá pagamento em dezembro, no mesmo valor, de cinco leitos UTI Covid, ou seja, R$ 240 mil.

“É um verdadeiro calote, um absurdo, o ano nem acabou”, desabafa o provedor da Santa Casa local. Segundo ele, a Portaria traz três agravantes: “Primeiro, a partir de segunda-feira, 3 de janeiro de 2022, não haverá mais nenhum leito UTI Covid em nosso hospital, e isso acarreta mais aflição e problemas: entra no sistema que envia o paciente para outro hospital ou cidade, no caso Bebedouro”, revela Zaccarelli.

“O segundo agravante”, revela, “é que já utilizamos os R$ 240 mil de novembro para pagamento de plantões médicos, insumos, leitos e toda infraestrutura hospitalar, inclusive oxigênio, não temos como devolver”.

E, finalmente, o terceiro agravante, apontado pelo provedor da Santa Casa de Olímpia: ainda dezembro, que estava previsto entrar 240 mil, não será pago, e faltam três dias para acabar o ano, o que, segundo ele, “caracteriza um grande calote” promovido pelo Ministério da Saúde e o governo federal.

“VAMOS À JUSTIÇA”

O provedor disse que conversou com o prefeito Fernando Cunha e que, no caso da devolução exigida dos R$ 240 mil isso não acontecerá: “Já pagamos insumos, médicos, como vamos devolver, ainda há casos de internações, poucos, mas há, fora o risco de uma reinfecção. Poderiam ter aguardado o início de janeiro, mas no final de dezembro, ao apagar as luzes de um ano que nem terminou, vem esse golpe”, afirmou.

E complementou: “Vamos à Justiça, com certeza, não vamos pagar esses R$ 240 mil, e ainda vamos arcar com prejuízos de dezembro, onde os R$ 240 mil não irão entrar em nossa conta, sem contar as defasagens de pagamentos dos procedimentos e atrasos em pagamento”.

E, no caso de reabilitação dos leitos, agora, o processo irá demorar, no mínimo, 60 dias, o que também é um complicador.

Finalmente, em caso de reinfecção do novo coronavírus, o provedor diz que a Santa Casa mantém a infraestrutura, mas, neste caso, “teremos de ter uma parceria com o município, porque, como já disse, uma reabilitação leva, no mínimo, dois meses para ser concretizada”.

Do Diário de Olímpia – Leonardo Concon.

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