16 de fevereiro | 2010

Minerva quer encerrar atividades em Olímpia

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A empresa Indústria e Comércio de Carnes Minerva Ltda., Frigorífico Minerva, um dos maiores produtores de carne bovina do país, que tem sua sede na cidade de Barretos, demonstra pretensões de encerrar suas atividades logísticas instaladas na antiga fábrica da Citrovale, no trevo da rodovia Assis Chateaubriand, SP-425, na cidade de Olímpia.O motivo seria o alto custo operacional para continuar operando na cidade, além da necessidade de novos investimentos para conseguir atender as exigências do mercado europeu. “Empresas do padrão da Mi­nerva buscam o menor custo ope­racional possível”, comentou o prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, ao confirmar a informação no final da tarde desta sexta-feira, dia 12.

De acordo com o prefeito são três pontos que interferem na continuidade da operação na unidade de Olímpia. Um deles é o próprio custo atual das operações, inclusive com alugueis, que reduziriam aproximadamente 27% com a mudança para Araraquara.

Outro é a necessidade de investimentos no barracão para atender as exigências de compradores estrangeiros e, sem garantia contratual de aluguel a empresa não pode fazer esse investimento. “Praticamente o CD de Olímpia está operando com o mercado interno e o único país que está aceitando carne do CD de Olímpia é a Russia que é menos exigente”, relatou Geninho.

Porém, ainda não há uma data definitiva para qualquer decisão da empresa, seja a de continuar operando em Olímpia, seja a de seguir novo rumo na cidade de Araraquara. A diretoria, segundo o prefeito, não adotará nenhuma decisão sem uma comunicação prévia. No caso do aluguel a empresa está pagando, atualmente, R$ 50 mil por mês, mas tem a Friovale Operadora de Logística Ltda., com sede em Bebedouro, que adquiriu a área do município, na gestão do ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro, pretensão de reajustar o valor para R$ 93 mil. Esse reajuste representa algo em torno de 86% de acréscimo.

De acordo com Geninho, o diretor da empresa, Luiz Ricardo Alves Luz, informou durante uma reunião com o prefeito, na segunda-feira, 8, que tem projeto para investir até R$ 1,5 milhão para adequar o espaço – o local foi construído para operar com laranjas e não atende as especificação para o mercado de carnes, inclusive com o SIF (fiscalização sanitária exigida pelos importadores) mas que somente realizará se houver um acordo com a Friovale.

“Vou fazer tudo e mais um pouco para que não aconteça isso, mas também não podemos fazer nada que não seja dentro dos limites e que não seja legal. Mas estou bastante afinado, tanto com a Friovale, quanto com a Minerva, e estou interferindo diretamente para que isso não aconteça”, explicou, lembrando que são 280 empregos, sendo 30 deles somente de moradores do Distrito de Ribeiro dos Santos.

Desapropriar
A Friovale comprou aquela área de 7,21 alqueires do município em 2002 por cerca de R$ 400 mil. Mas a dificuldade para a desapropriação é justamente ter recursos suficientes para pagar o proprietário, mesmo porque, conforme explicou o prefeito, houve investimentos na edificação, o que poderia levar o val
or do imóvel mais para cima.

“Solicitei a profissionais do mercado imobiliários uma avaliação para ver o que posso fazer”, garantiu.

O prefeito avalia ser possível desapropriar aquela área porque seu uso teria mudado de finalidade, já que o uso era para operação logística. Depois de alguns meses da compra, a área perdeu a finalidade. A Friovale parou de funcionar e alugou o espaço para o Minerva. “Por isso acho que esta concorrência pode ser questionada juridicamente.

Talvez possa desapropriar esta área em favor do município, pelo faturamento de R$ 35 milhões anuais da empresa e para manter os 280 empregos, faríamos uma concessão por 10 anos”, completou.

Sediado na cidade de Barretos, o grupo Minerva que é composto por sete complexos Industriais, juntos desossam até 24.800 quartos de bovinos por dia e gerando sete mil empregos diretos.

Na noite da terça-feira, dia 9, alguns funcionários, que pediram para não serem identificados, informavam que a empresa encerraria suas atividades em Olímpia, no dia 28 de fevereiro, o que não foi confirmado pelo prefeito.

De acordo com a informação do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de Olímpia, os comentários são fortes e variados. Um deles, que chegou à sede sindical através de um empregado da empresa, é que a unidade seria transferida para a cidade de Araraquara.

Essa possibilidade realmente existe, mas a finalidade é a redução do custo operacional. De acordo com a informação confirmada pelo prefeito, enquanto em Olímpia o custo operacional é de R$ 110 mil, em Araraquara baixaria para R$ 80 mil.

Além disso, há também a questão do meio de transporte para chegar ao porto. Na cidade de Araraquara, a empresa se estabeleceria nas proximidades da estrada de ferro, o que favoreceria também o sistema de logística.

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