17 de fevereiro | 2008

Metodistas acham que quaresma é apenas um espaço de tempo

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 De acordo com o pastor da Igreja Metodista, Osias Martins de Castro (foto), de 55 anos de idade, a quaresma é apenas um espaço de tempo entre a quarta-feira de Cinzas e o domingo de Páscoa, que corresponde ao período de 40 dias.

"A bíblia fala de 40 no caso do dilúvio; 40 dias o jejum de Jesus; Elias 40 anos de caminhada no deserto; Golias desafiou Davi e o exército de Israel por 40 dias. O que nós temos de bíblico são essas coisas", asseverou.

No entanto, 40 sejam dias, meses ou anos, de acordo com Castro, apenas fala em espaço de tempo. "No sentido ritual não vejo nenhum significado. É o tempo que outros falam em quarentena, no caso de algumas epidemias, que o sujeito tem que ficar", explicou.

Mas no sentido religioso e espiritual é o que eles têm. "Mas depois de Jesus Cristo não tivemos mais essa questão dos 40, não tem ritual ou cerimonial. É um determinado espaço de tempo que alguém determina para outras coisas acontecerem em outros tempos de modos diferentes", disse.

No caso dos metodistas, por exemplo, Castro explica que no período da quaresma há um percurso normal: "é a vida normal e a páscoa que representa a saída e a libertação do povo do Egito para a terra de Canaã, então foi imolado o Cordeiro. Hoje Jesus Cristo é esse Cordeiro e nós enfatizamos a morte de Cristo para a nossa salvação".

Sem abstinência

Castro explica que não há consideração com a abstinência de carne e que, segundo o texto bíblico, em Genises, capítulo nove, versículo três, Deus fez aliança com Noé ‘e tudo o que vive e se move servirá de alimento para vocês, assim como tem os vegetais, agora lhe dou todas essas coisas. "E nós temos a carne como alimento", asseverou.

O pastor cita também que no Novo Testamento, na Epístola de Pedro, o próprio Jesus Cristo chega para Pedro e diz, em Atos 10, nove a 16, ‘no momento que Pedro estava com fome e o viu "descendo do céu como um grande lençol, cheio de quadrúpedes, répteis e aves do céu, o Senhor falou: Pedro! Levanta, mata e come! E como bom judeu ele falou; – Eu não vou fazer isso".

Essa passagem, de acordo com o pastor, significa que Deus não fez nenhuma proibição, mas sim criou para alimento. "Enquanto aos outros comerem ou não comerem, depende da consciência de cada um. Não vejo nenhum mal".

Acrescentou: "Tem até uma parte na bíblia que diz: Se eu não como carne, mas você come, e se você me convidar para comer na sua casa, eu não posso conversar com você e dizer eu não como nesse dia. Eu como carne e você não e eu o convidar e colocar, aí estou afrontando a sua crença. Então é uma questão de consciência".

 

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