O advogado Luiz Carlos Roberto (foto), membro do Conselho Nacional Anti Discriminação – Conad, um dos conselhos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), secção São Paulo, que é o responsável pela presidência do mesmo na subsecção de Olímpia, sugeriu nesta semana que os comerciantes comecem a abrir seus estabelecimentos à noite para atender turistas, ao invés de quererem acabar com o feriado da Consciência Negra.

Além disso, afirmou que não é acabando com o feriado que vai fazer girar melhor a economia do município.

“Falta incentivar a geração de empregos para que novas indústrias venham se instalar em Olímpia. É isso que está faltando. Então, não é simplesmente tirando do calendário (feriados), que vai girar a economia do município”, afirmou durante entrevista que concedeu sobre o tema a uma emissora de rádio local.

Além disso, ele avisa que é necessário ter cuidado para tratar da questão: “Ainda não tenho conhecimento de nenhum projeto. A gente não pode tomar uma decisão por afogadilho porque corre o risco de, lá na frente, rever essa determinação ou uma decisão que seja. Para o nosso município a válvula propulsora hoje é o turismo. Entretanto, o feriado, mais um feriado que seja excluído do nosso calendário, não vai favorecer a economia municipal para que ela tenha um aumento significativo”.

Luiz Carlos Roberto acrescentou: “A meu ver, a invés de excluir o feriado da Proclamação da República, da Consciência Negra, Finados, Nossa Senhora Aparecida, o que se dever fazer? Creio que os comércios, através de seus órgãos representantes, deveriam incentivar o comércio de que maneira? Com o que ocorre em cidades turísticas.

Hoje Olímpia é uma instância turística. O comércio deve abrir a partir das nove horas ou 10 horas e estender esse horário até as nove da noite, até as 21 horas, que é o que ocorre em várias estâncias turísticas que a gente tem conhecimento”.

No entendimento do advogado, “isso sim vai propiciar um aumento na economia, vai gerar mais empregos e melhorar a economia do município, já que os comerciantes provavelmente não estão contentes com os feriados, a questão é essa. Agora, falta o quê”, questiona.

“Falta incentivar a geração de empregos pra que novas indústrias venham se instalar em Olímpia. É isso que está faltando. Então, não é simplesmente tirando do calendário (feriados), que vai girar a economia do município”, reforçou.

O advogado ainda citou a falta de conhecimento dos fatos históricos que as pessoas obtinham décadas atrás através da matéria Educação Moral e Cívica (EMC), nas escolas estaduais, por exemplo.

Além disso, criticou severamente o simples pensamento na obtenção de mais dinheiro. “Estão se esquecendo da história como um todo e se preocupando com o vil metal, com a economia, com o bem estar e com o dinheiro. Ou seja, o dinheiro fala mais alto”, questiona.

FERIADO FOI CRIADO POR CARNEIRO

Um dos últimos atos do ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro foi a criação do feriado municipal do Dia da Consciência Negra, que é comemorado no dia 20 de novembro de cada ano. E foi bem rápida a criação. Indicado pelo então vereador Antônio Delomo­darme, o projeto de Lei 4.073 foi aprovado no dia 10 de novembro de 2008 que, dois dias (dia 12) depois foi transformado na Lei 3.328, já colocada em prática no dia 20 de novembro daquele ano.

Como se recorda, foi a partir de então que ficou criado o terceiro feriado municipal. Antes eram feriados municipais apenas os dias 2 de março (aniversário da cidade) e 24 de junho, Dia do Padroeiro São João Batista.