11 de junho | 2012

Mãe diz que filha leva vida normal mas não a deixa sair sozinha

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A diarista Selma Soares de Carvalho afirmou para esta Folha que sua filha, a menina Jéssica Aline De Carvalho Pereira, de apenas 15 anos de idade, embora portadora de deficiência visual, leva uma vida normal. Na entanto, por segurança não a deixa sair de casa sozinha. Elas vivem em uma casa no Jardim Santa Fé, na zona leste de Olímpia.

De acordo com ela, a filha que não é totalmente cega, às vezes sente dores de cabeça por forçar a visão. “Mas ela consegue levar uma vida normal”, acrescentou. Em casa ela não muda as coisas de lugar.

Segundo Selma Carvalho, a menina nasceu prematura com falta de oxigenação no cérebro. “Isso afetou as duas vistas. Ela não enxerga de um olho e no outro tem a visão subnormal”. No entanto, segundo a mãe, não dá para conhecer o grau de visão que lhe restou.

Com tudo isso Jéssica é uma menina prendada. Segundo a mãe, ela sempre ajuda na cozinha lavando louças ou mesmo limpando o fogão. Além disso, tem autonomia para tomar seus banhos e arrumar a cama. “Ela faz tudo sozinha”, afirma.

Em razão da atividade de diarista e por não ter uma remuneração definida, ela conta que enfrenta dificuldades financeiras, como, por exemplo, para a aquisição de uma lupa para ajudar a melhorar as condições de estudo da filha. “Para poder estudar melhor em casa. Às vezes aparece alguma ajuda na escola, mas precisaria de mais ainda”, reclama. Na casa vivem ela e as duas filhas, com um baixo rendimento financeiro.

Por outro lado, não deixa a filha sair sozinha de casa. Sempre sai com ela ou com a irmã que, inclusive acompanha Jéssica para ir à escola.


Agora Jéssica pretende montar um jornal na escola onde estuda
O projeto de momento da garota Jéssica Aline de Carvalho Pereira (foto), de 15 anos de idade, é montar um jornal para circular na Escola Estadual Dr. Wilquem Ma­noel Neves, onde cursa o 1.º ano do ensino médio. “Estava planejando criar um jornal na escola, mas a ideia ainda está em for­matação. Tenho que ajeitar tudo e organizar as coisas para começar”.

Ela pretende fazer um jornal informativo mostrando matérias das áreas de saúde e esporte, principalmente. A ideia foi apresentada à coordenadora da Escola da Família. “A coordenadora gostou da ideia e agora estou organizando a equipe com outros alunos para trabalharem comigo, mas ainda não está tudo acertado”.

Jéssica conta que tem certa dificuldade para aprender matemática, “mas não é muita”, diz. Mesmo assim consegue acompanhar de perto a turma da sala na qual estuda.

Ela desenha bem e lê braile e na sala de aula utiliza o notebook dotado de um programa de voz. Já chegou a praticar atividades esportivas. “Mas não gostou muito não”, contou.

Por outro lado, pensa em cursar uma Faculdade de Artes. “Porque tenho facilidade com desenhos e é uma coisa que gosto de fazer”, justifica. Mas não participa de nenhum projeto na escola.

Ela aprendeu a desenhar com um tio. “Fui pegando o jeito e me aperfeiçoando. Tanto é que antes o meu desenho colorido era horrível”, comemora.

Sobre a convivência com os amigos, ela diz que tem muitos, é normal. Na sala de aula, principalmente, todos a tratam bem.

Já estudou em outras escolas em Olímpia e enfrentou dificuldades. “Era bem mais complicado para mim”. Embora se sinta bem, diz que na Wilquem ainda há muita coisa para melhorar. Faltam professores adaptados para dar aulas para deficientes visuais. “Falta muita coisa”, completa.

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