25 de janeiro | 2014

Lombada mal feita pode ter causado acidente em vicinal

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Uma lombada que, segundo o próprio diretor presidente da Prodem (Progresso e Desenvolvimento Municipal), Amaury Her­nan­des, responsável pela organização do trânsito no município de Olímpia, confirmou que não atendia especificações do Código de Trânsito Brasileiro, inclusive em sua sinalização, pode ter sido a principal responsável por um acidente de trânsito registrado na estrada vicinal João Custódio Sobrinho, que liga a cidade ao trevo de acesso ao bairro rural Lambari, na rodovia Assis Cha­te­aubriand, SP-425, na região noroeste do município.

O acidente registrado na tarde da quinta-feira, dia 23, por volta das 15h40, envolveu um Gol que era conduzido pelo aposentado Gilberto Aparecido da Silva, de 58 anos de idade, morador do distrito de Baguaçu, localizado na região noroeste, e um Space Fox que estava sendo dirigido pelo agricultor Lauro Fernandes Filho, de 74 anos, morador do bairro rural Lambari.

De acordo com o que consta na polícia, o aposentado conduzia o Gol no sentido de Olímpia e teve de reduzir a velocidade por conta da lombada que, segundo consta, está mal sinalizada. Por isso, o a­gricultor, que seguia atrás com o Fox, não conseguiu evitar a colisão contra a traseira do carro que seguia na frente.

Mas se o aposentado alega que foi obrigado a reduzir a velocidade por causa da lombada, por outro lado o agricultor afirma que essa redução foi muito repentina e, em razão disso não teria conseguido evitar a colisão. Por sorte, não houve feridos nesse acidente, mas apenas danos materiais.

CONFIRMAÇÃO DE ERRO NO LOCAL

Por outro lado, no início de dezembro, depois que a Folha da Região denunciou a situação, embora não se podendo afirmar se foi apenas confusão com as palavras ou mesmo se a intenção era a de apenas tergiversar, ou seja, descon­versar, e desviar o foco da questão, o fato é que o diretor da Prodem negou que a empresa tenha feito o serviço, mas ao mesmo tempo confirmou que as pinturas foram autorizadas pelo órgão, além da existência de erros muito graves nas pinturas das rotatórias virtuais implantadas na estrada vicinal José Custódio Sobrinho.

Também segundo ele, o serviço mal feito foi realizado pelos donos do loteamento e não pela Prodem, mas com autorização expressa da empresa pública, que é a responsável pelo sistema de trânsito do município, inclusive na estrada que também é conhecida por “Saída do Matadouro”, que liga O­lím­pia a Rodovia Assis Chate­au­bri­and, SP-425, pelo trevo do ba­ir­ro rural Lambari, na região noroeste do município de Olímpia.
Essas afirmações foram feitas no dia 5 de dezembro, durante entrevista ao vivo que concedeu a uma emissora de rádio da cidade – inclusive com participação de ouvintes, quando tratou de outra questão, mas também afirmou que a notícia publicada pela Folha da Região era “mentirosa” (sic).

Na oportunidade Hernandes afirmou que percebeu o erro no projeto e tentou evita-los: “Eu fiz uma reunião com eles, mostrei o que estava errado e precisava ser corrigido para eles fazerem a sinalização. E a lombada tem que ser feita também. Foram colocadas as placas de lombadas e as lombadas não foram feitas ainda”.

Em seguida, após voltar a tecer críticas à Folha da Região e conse­quen­temente ao site iFolha, Her­nan­des reforçou a existência de erros graves no trabalho realizado: “Foi feita uma sinalização equivocada, que não estava tal qual eu solicitei que fizesse e a empresa vai corrigir pra que tenhamos o local devidamente sinalizado e da forma correta”.

Mas em meio às suas explicações, Hernandes deixou escapar outro equívoco, na verdade erro da empresa pública que dirige. Reconhecendo que tomou ciência do fato apenas após a publicação da matéria pelo jornal, também na quinta-feira afirmou que naquele dia manteve contato com a empresa para que uma correção fosse feita: “inclusive eu falei hoje para a empresa que pintou para voltar ao local e refazer a pintura porque os “pares” – sinais de parada o­brigatória – foram colocados dentro da rotatória. Estão errados”.

ENTENDA O CASO

Como se sabe, o local é de risco e já teve registros de vários acidentes de trânsito, inclusive com vítimas. Os desenhos pintados em amarelo, se aparentemente podem ser considerados uma medida de segurança, na realidade os resultados verificados em medidas praticamente idênticas na área urbana, não são tão satisfatórios, como, por exemplo, o caso da chamada Ponte do Clube de Campo, cruzamento da Avenida Aurora For­ti Neves com Avenida dos Constitu­cionalistas de 32, não garantem a segurança necessária ou pelo menos a que está sendo esperada.

Na vici­nal foram pintadas várias rótulas. Uma delas fica a 50 me­tros da entrada que dá acesso aos jardins Tropical II e Cote Gil. A segunda fica a 100 metros dessa 1.ª, e a terceira fica a 100 metros da 2.ª. No entanto, todas dão acesso à entrada do Jardim Alto Cote Gil, um novo lote­a­mento do alto da zona oeste.

No local havia sinalização de solo escrito DEVAGAR e um pouco mais a frente LOMBADA. Há também sinalização vertical da mesma lombada e aviso de limite de velocidade de 40 k/h.

Entretanto, não havia, pelo menos ainda, nenhuma sinalização indicando aos usuários da estrada vicinal, de que eles estariam se aproximando de locais de entrada e saída de veículo.

Embora todos saibam que a estrada não é uma rodovia norma­tizada pelo DER, inclusive a fiscalização é feita pela Polícia Militar da cidade e não por policiais rodoviários, as vicinais são vias nas quais não se pode desenvolver alta velocidade.

Porém, normalmente não é isso que se vê. Pelo contrário, mal cuidadas, muitas vezes os motoristas abusam da velocidade e colocam suas vidas e de outras pessoas em risco.

E, essa sinalização aplicada, na cor amarela, durante a noite e com chuva, para quem não conhecer o trecho, pode ser considerado um dedo no gatilho. Mesmo porque, normalmente as vicinais não têm acostamentos seguros.

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